2009/09/20

Evidentemente

Francisco Louçã voltou a rejeitar a hipótese de uma coligação pós-eleitoral com o PS, no caso de os socialistas vencerem as legislativas sem atingirem a maioria absoluta, desvalorizando assim as declarações de Mário Soares, que admitiu não “repugnar” uma aliança do PS com o Bloco de Esquerda (BE).
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Numa tentativa de esclarecer a posição do BE, o líder bloquista garantiu o Bloco “não faz uma aliança com um Governo que tem destruído o bem público essencial e cujo projecto é continuar com o Código do Trabalho.”. E sublinhou, apesar da “insistência” dos jornalistas: “Tem sido sempre essa minha resposta. Só tenho uma resposta e é a mesma. Não quero que ninguém tenha nenhuma dúvida.” Público, 20.09.2009 - 16h50


Sim, mas também...

O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje no Porto que o PS tem sido eleito porque engana os portugueses com o “papão da direita”, alertando que a actual situação do país não permite “novos enganos”.

No comício da CDU no Palácio do Cristal, onde o secretário-geral do PCP disse estarem “cerca de 5.000 pessoas”, Jerónimo de Sousa afirmou que “não se combate a direita fazendo-lhe o frete de fazer a política que é dessa mesma direita”.

“Não venha agora o PS agitar o papão do PSD e da direita, para continuar a fazer o que a direita gostaria de fazer directamente”, afirmou Jerónimo de Sousa.

Para o líder comunista, “é em nome desse papão que o PS tem conseguido ganhar eleição após eleição e levar ao engano milhares de eleitores”, mas agora “o tempo e a situação do país não está para novos enganos”. Público, 20.09.2009 - 19h46 Lusa

Nota: Pinto de Sousa ganhou porque o país se queria ver livre do Santanete Lopes, também conhecido por "candidato sempre em pé".


Degradação

A tentativa de seduzir os eleitores socialistas é tão forte que hoje, ao longo do dia, Louçã resgatou a “esquerda possível” e a “asfixia social” do discurso de Manuel Alegre em Coimbra. E juntou ainda ao lote de socialistas históricos que tem vindo a invocar (Alberto Martins, Alegre, António Arnaut) o nome de João Cravinho, que, recorde-se, apoiou a proposta bloquista de acabar com o sigilo bancário.
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As declarações de Soares, que hoje disse que não lhe “repugnava” uma aliança do PS com o BE, não podiam ter sido mais propícias. Foi a oportunidade para Louçã insistir na existência de dois PS: aquele que é dominado por Sócrates (o “PS de Sócrates”) e o que é composto pelos dirigentes históricos, que “não são ouvidos” pelo secretário-geral (Louçã garante que os ouve “com muita atenção”). “Mário Soares tem sido uma voz própria no debate político que não representa o PS”, disse. Algumas horas antes afirmara que “a grande tradição socialista” luta “contra a degradação e essa degradação chama-se Sócrates”. Público, 20 de Setembro

Nota: a degradação chama-se Pinto de Sousa (PdS)* e eu pessoalmente não gosto nem do Mário Soares nem do clã Soares.

* até nisto PdS foi esperto (chico-esperto) pois todos os políticos são conhecidos pelos seus apelidos e ele conseguiu passar aos media o seu segundo nome, estrategicamente o nome de um filósofo (se alguém não tem nada, mesmo nada, de filósofo esse alguém chama-se PdS)...


Tratado da senilidade

Mário Soares fez hoje o mais audaz apelo aos eleitores desta campanha: “Dêem uma vitória muito confortável ao PS nas eleições do próximo domingo”. Horas depois de ter confessado aos jornalistas que o PS “talvez não [renove] a maioria absoluta” e que não o “repugna” uma coligação com o BE, o fundador do partido subiu ao palco para fazer o elogio a José Sócrates, o “homem do momento e para o futuro”. Público, 20.09.2009 - 21h37