2008/02/16


Ana Paula Russo, António Vitorino d'Almeida e Mário Laginha actuando contra a política do governo. No melhor estilo chico-espertista a ministra da educação anunciou mais dinheiro para o ensino da música (à sua moda) na altura em que os estudantes dos conservatórios se manifestavam em frente ao parlamento, mas não disse quantos e quais os artistas produzidos pelo sistema integrado que a ministra deseja e que existe há muito no conservatório de Braga (a outra vertente que ela preconiza, o ensino da música como actividade de complemento curricular nas escolas do ensino básico, resultará na bandalheira e indisciplina que caracterizam estas escolas, apesar do esforço e dedicação dos professores que a ministra parece detestar, vá-se lá saber porquê... Todos sabemos que nada de muito grave acontece aos pequenos vândalos que insultam os professores e aterrorizam os colegas. Foi necessário vir o Procurador-Geral da República dizer que esta situação não pode continuar para que os crimes contra os professores passassem a ser tratados com a gravidade que de facto têm). Seria curioso se fosse verdade o que "por aí" consta: uma familiar da ministra fez testes de entrada para uma escola de música pública e foi rejeitada por carência de requesitos ao nível da musicalidade e da audição, acabando por ser admitida numa academia particular onde completou o 8º grau de flauta com uma nota fraca. Acreditamos que o impto reformista da ministra nada tem a ver com esta situação (...) e a familiar da ministra não tem de todo culpa das atitudes desta, além de que esta "notícia" pode não passar de um "disse que disse" que nos fizeram chegar aos ouvidos. No dia seguinte à manifestação dos artistas o primeiro-ministro reuniu com os professores militantes do seu partido para os convencer da bondade das políticas do governo para a educação. Parece que foi assobiado... Mas lá por ter ouvido assobios, eventualmente afinados, não venha acusar os músicos... Partido Socialista, cujo ex-secretário-geral e ex-Presidente da República Mário Soares, alertou, no congresso dos sindicatos que aconteceu no dia da manifestação, para o facto de Portugal ser o país da Europa onde se verificam mais desigualdades. No mesmo lugar, o secretário-geral da confederação dos sindicatos afirmou que as desigualdades terceiro-mundistas que se verificam em Portugal, onde cerca de 10% da população detém mais de 70% da riqueza, devem-se à corrupção. Não é o primeiro a dizê-lo. Nem será o último...