2009/05/31

Sem Eira nem Beira (vídeo x)

Sem Eira nem Beira (vídeo y)
Xutos & Pontapés

2009/05/30

Criar ondas

Enquanto os portugueses, pobres, tristes e deprimidos (excepto os banqueiros e os administradores de empresas com participação de capitais públicos), chafurdam na "via do meio" (centrão), os suecos impoêm o Partido Pirata.

Isto mostra o que acontecia aos partidos tradicionais, nos países em que as populações têm capacidade reflexiva, se aqueles partidos fizessem um décimo daquilo que fazem nos países terceiro-mundistas disfarçados em países desenvolvidos...


2,25

2,25 mil milhões de euros foi o montante que o banco do Estado, a Caixa Geral de Depósitos, já injectou no nacionalizado BPN (Banco Português de Negócios), nos últimos nove meses. in publico.pt, 02.06.2009

Nota: isto dava para planear e criar indústrias produtivas. Isto dava para desenvolver formas energéticas "verdes". Isto dava para criar os tais 150 mil empregos prometidos por Sócrates. Em vez disso foi utilizado na salvação de um banco com mau nome que quando fôr reprivatizado irá dar muitas centenas de milhões de prejuízo aos contribuintes.


Banco do PSD ou banco do "centrão"?

«Este episódio de Vital com a “roubalheira” nem vale a pena sequer ser discutido nos termos em que [Vital] o coloca, porque não sei o que ele fará quando lhe saírem na rifa uns PS no “banco do PSD”. Este era o banco onde uma parte considerável do dinheiro da Segurança Social estava depositada pelo governo Sócrates, até que foi retirada em circunstâncias pouco esclarecidas em Agosto de 2008, precipitando a crise do BPN. Ainda há muita coisa, muita coisa, por esclarecer e que se deseja, acima de tudo, que seja esclarecida com as devidas consequências, penais ou outras. Mas Vital deveria saber que existe uma regra de ouro nestes “negócios” em Portugal: é que sempre são feitos em tandem entre gente do PSD e do PS. Talvez neste caso, houvesse um maior desequilibrio do que o costume, mais PSD e menos PS, e talvez seja por isso que muitas protecções não se verificaram. Bem pelo contrário.

Nota: se os portugueses fossem um povo com uma cultura e uma autonomia intelectual regulares, em termos europeus, o "centrão" que tem dominado, corrompido e destruído Portugal, teria os dias liminarmente contados. Mas os portugueses têm muitos mêdos... São um povo cheio de mêdos (sendo no entanto especialistas na vigarice, vulgo "expediente", na agressão e no insulto). Os portugueses pensam que a virtude está no que consideram ser o "meio", o ponto de equilíbrio. Um triste e cinzento equilíbrio, é o "fado"... Evidentemente que os portugueses são o fruto, e as principais vítimas, de um "sistema de ensino" que os modelou para serem idiotas, broncos e corruptos*.

* Mais de 212,6 mil portugueses admitem ter pago subornos nos últimos 12 meses... relatório publicado ontem pela organização Transparency International. in Destak, 4 Junho 2009, pag 06


Mas é claro que o problema são os portugueses!

O que ardeu em 2003 e em 2005 já está pronto para voltar a arder, com a agravante que o que está no terreno propicia a evolução das chamas ainda mais rapidamente, alertou hoje Mark Beighley, consultor norte-americano que esteve duas semanas em Portugal para avaliar como o país se preparou para os incêndios. O pior, sublinha, é que o sistema de combate que entretanto se montou ainda não foi testado, um risco “que não deve ser subestimado”.

Num congresso organizado pela Portucel, Beighley – que percorreu o país após os anos catastróficos de 2003 e 2005, deixando sugestões, e agora voltou para avaliar o que foi feito – alertou que o risco de se voltar a ter um ano atípico, em que ardem mais de 250 mil hectares, é cada vez maior. A probabilidade “aumentou de um em oito anos para um em quatro.”

As razões ambientais – condições meteorológicas severas – explicam parte do problema. Mas não só. “O povo português é o problema”, diz. Porquê? “Porque 97 por cento das ignições são causadas pelo homem, um número largamente superior ao que existe nos países vizinhos.” in publico.pt, 02.06.2009 - 15h43


Sobre o voto em branco

Tem circulado por e-mail a ideia de que o voto em branco é uma arma poderosa. Acredito que muitos dos que divulgam esse estratagema o façam na convicção de que estão a dar um excelente contributo para a derrota deste Partido Socialista.
...
o voto em branco de nada vale!
...
Por isso, vota à direita ou esquerda, mas nunca (neste) PS!

Nota: por acaso eu fui um dos distraídos que nas últimas eleições votou PS. Não me culpem: nem eu nem quase ninguém, naquela altura, sabíamos quem Sócrates de facto é. O trabalho do jornal Independente sobre o Freeport, na altura, parecia uma "cabala" pré-eleitoral, e o cartaz do PSD "Sabe quem é este homem?" parecia uma difamação baixa. Para (tentar) evitar futuros equívocos não voto PS nem agora nem nunca mais. Um partido que permitiu a alguém como José (Sócrates) Pinto de Sousa chegar a secretário-geral e por consequência a primeiro-ministro de um país, enfim... que se quer desenvolvido (inho), não merece, nunca mais, qualquer voto de confiança. Além de que o problema no PS não é só o Sócrates: todos sabemos que outros assuntos muito graves ficaram por esclarecer.


Mundo injusto

O Partido Popular (PP), de Mariano Rajoy, ganhará ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) as eleições europeias do próximo domingo, indica hoje a sondagem efectuada pela Metroscopia para "El País", de Madrid.

O estudo dá 43 por cento das intenções de voto ao PP e 39,3 ao PSOE, indo cinco por cento para a Coligação pela Europa, constituída pela Convergência e União, da Catalunha, pelo Partido Nacionalista Basco (PNV) e pela Coligação Canária). A Esquerda Unida fica-se pelos 4,1 por cento.

Por outro lado, no estudo Sigma Dos para o jornal "El Mundo", o PP ficaria com 42,8 por cento e 23 ou 24 deputados, o PSOE com 40,6 e a Coligação pela Europa quatro por cento. A participação calculada é de 39 a 44 por cento.

O cabeça de lista dos populares é Jaime Major Oreja, mais conhecido do que o dos socialistas, Juan López Aguilar. in publico.pt, 31.05.2009 - 10h28

Nota: os habitantes das nações espanholas ouviram Sócrates a apoiar Zapatero, com o seu espanhol técnico, e decidiram votar no outro... É injusto: se Sócrates é o que sabemos, e os espanhóis também sabem, porque não são burros nem andam a dormir em pé, Zapatero fez a Espanha avançar décadas, transformando-a num Estado credível e prestigiado em todo o mundo. Entretanto, Gordon Brown aparece em quarto lugar, ultrapassado pelos conservadores, pelos liberais democratas, e até por um partido anti-europeu pouco conhecido. Face ás sondagens Brown disse que não se demite. Já o speaker Michael Martin dizia o mesmo...


Diarreia palpiteira

A diarreia palpiteira tuga está hoje particularmente delirante.

Mongo, Betonal Xunga-Tuga, 01.06.2009, 13h26 in publico.pt (comentário aos comentários à peça "Avião da Air France com 231 pessoas a bordo desaparece dos radares")


Muitos, muitos mil

"Somos muitos, muitos mil, senhora ministra", ouve-se na manifestação de professores. Poderão ser 60, 70, 80 mil? Desde o início que a táctica das manifestações, em Portugal, se mostrou improdutiva. Com certo tipo de pessoas e políticos é provavelmente necessária uma táctica mais contundente. Quando os sindicatos estão sujeitos a agendas políticas assiste-se à inutilidade prática de manifestações de 100 e 120 mil, que em qualquer país socialmente avançado levariam à natural demissão das tutelas que as originaram. Portugal não é um país civilizado, pense-se só nas dezenas de mulheres assassinadas pelos "companheiros" no ano 2008 (os números referentes a 2009 serão igualmente negros), para não falarmos em como os portugueses e as portuguesas tratam os idosos, área que nem sequer foi ainda devidamente investigada. Portugal não possui uma classe política cultivada e genuinamente interessada na "causa pública". Logo as tácticas têm de ser diferentes daquelas que poderiam ser adoptadas em países com uma classe política evoluída. Por mais milhares que saiam à rua, as manifestações, em países com classes políticas cultural e socialmente atrasadas, estarão condenadas ao insucesso se não forem encaradas como um complemento de outras acções eficazes.

No entanto, cerca de 70 mil professores na rua, no presente momento, é "obra" e demonstra que as políticas deste governo não podem, nem agora nem nunca, vencer. Não há uma só reforma em todo o mundo que tivesse sido feita contra os principais protagonistas. O governo de Sócrates quer pôr os autarcas a administrarem as escolas, sabendo nós que o "poder local" é o berço de todas as corrupções em Portugal?! Quer pôr os pais a avaliar os professores, quando todos sabemos que a negligência educacional praticada por boa parte dos progenitores portugueses é uma das principais causas da indisciplina na sala de aula que tem minado totalmente o "sistema educativo" português?!

Claro que a escolha dos professores como alvo não foi ingénua: por um lado permitiria ao governo apresentar-se como eficaz, tipo "vamos meter uma classe inteira na ordem", sabendo muito bem que os professores são dos grupos sociais mais expostos e sufragados. Contavam com as tradicionais quezílias internas e com a pouca capacidade de resposta de uma classe heterogénea e espartilhada por um sem número de sindicatos sujeitos a diferentes lógicas e interesses partidários, para a vergarem e a apresentarem como exemplo da sua determinação e eficácia. Até nisto se enganaram, embora fosse fácil de prever que na "idade da internet" as coisas pudessem escapar à lógica tradicional, numa classe que por natureza e "espírito" utiliza as novas tecnologias. Por outro lado, todo o circo criado à volta da avaliação dos professores, subtilmente apresentados no registo populista, muito eficaz, dos malandros que "ganham muito e trabalham pouco", permitiria desviar as atenções das situações verdadeiramente escandalosas que podem causar mossa eleitoral, especialmente dos casos de corrupção e compadrio e dos honorários e "prémios" dos administradores das empresas participadas pelo Estado português, comparados com o que ganham os seus semelhantes em empresas mais importantes em países mais importantes.

Infelizmente para o governo e felizmente para o mundo, os "media", mesmo em Portugal, não são tão estúpidos como Sócrates imaginava, e, apesar das manobras para os tentar controlar, demonstraram possuir assinaláveis níveis de autonomia e liberdade de investigação que frustaram totalmente os planos do governo. Mesmo o caso BPN não favorece tanto o PS como Vital Moreira imagina, dado que Dias Loureiro foi quem escreveu o prefácio ao livro de Sócrates, apresentando-o como o "menino de oiro do PS". De resto o PS está com sorte porque, por enquanto, o caso BPP não está a ser devidamente explorado pelos "media". Também os professores, surpreendentemente, revelaram-se como uma "classe" com autonomia e elevada capacidade de pensar e agir, apesar das terríveis pressões e intimidações a que foram sistemática e metodicamente sujeitos. Cerca de 50 mil professores decidiram correr o risco de não apresentarem os objectivos individuais, apesar das ameaças de não progressão na carreira e até de processos disciplinares. Gostava de ver, para crer, uma outra "classe" que, em Portugal, aceitasse correr tão massivamente riscos tão grandes. Aliás: se todos os sindicatos se tivessem empenhado seriamente em que os seus associados e os professores em geral não entregassem os objectivos individuais, neste momento não seriam 50 mil mas 100 ou 120 mil a não os terem entregue.

Fundamentalmente o governo de Sócrates é o responsável pela degradação de um "sistema de ensino" desde há muito caracterizado pelo facilitismo e pela incapacidade de impôr normas elementares para a vida em democracia, como o respeito pelo "outro", que já se está a traduzir de alguma maneira no dia a dia dos portugueses, mas o pior virá a médio e longo prazo. Os portugueses formados por este "sistema de ensino" não terão, nomeadamente, qualquer capacidade para competir no mercado de trabalho europeu. Na verdade este governo actuou criminosamente no ensino, deixando sequelas graves no "sistema educativo" e comprometendo o futuro do país. Deveriam ser julgados num vulgar tribunal criminal, acompanhados por todos os "pedagogos" que transformaram os portugueses numa horda de broncos e corruptos.


Portugalinho: o regresso da PIDE (3)

O tema chama-se 'Sem Eira nem Beira', mas não há ninguém que não o conheça por 'Sr. Engenheiro'. É uma das faixas mais comentadas e cantadas na rua do último disco dos Xutos & Pontapés, lançado a 6 de Abril. Mas, nas rádios nacionais só passou uma vez, uma única vez. Foi na Antena 3.

Os dados são avançados pela editora da banda, a Universal Music, que pagou a uma empresa para monitorizar três músicas do novo álbum, para saber exactamente quantas vezes foram tocadas. 'Quem É Quem', o primeiro single do disco, passou mais de uma centena de vezes. E 'Perfeito Vazio', o segundo single a ser lançado, foi o único tema a conseguir um lugar numa Lista A das playlists das rádios nacionais (a lista que obriga a que a música tenha em média quatro passagens diárias), com 136 passagens, só na Mega FM.

Zé Pedro, guitarrista dos Xutos, avança com surpresa: "Parece um complô contra o tema, ou uma espécie de exclusão por poder ferir susceptibilidades. Acho estranho. Parece-me que a música podia ter sido aproveitada como notícia e transformar-se num hipe de rádio", afirma. O músico diz manifestar-se contra o sistema de playlists, mas não critica nenhuma rádio por optar ou não por passar um tema dos Xutos. "Compreendo que, estando esta música a ferver, na boca de toda a gente, as direcções das rádios possam ter preferido não a passar por estar em cima da mesa como uma canção de contestação", adianta Zé Pedro, frisando que para os Xutos o sucesso da música é claro. Durante os concertos da banda, o tema é o que tem provocado maior vibração junto do público, aquele com que as pessoas mais se identificam, e a sua procura na Internet tem ultrapassado todas as expectativas. "Sentimo-nos compensados, portanto", afirma o guitarrista. A humorista Maria Rueff, que no seu programa "O Exame de Dona Rosete", na TSF, fez uma rábula com o tema, afiança que "é muito estranho a música não passar nas rádios", e considera pertinente que se investigue porquê. in expresso.pt, 9:30, 31 de Maio


Os fantásticos diplomatas portugueses

Ontem vinha noticiado na primeira página do jornal Público que um embaixador português é suspeito de tráfico de prostitutas, utilizando as próprias instalações da embaixada! A última grande notícia sobre o corpo diplomático português foi a prisão, seguida de acusação de práticas pedófilias, no caso Casa Pia, de um muito destacado diplomada português. Também de vez em quando chegam notícias de protestos de imigrantes portugueses que vivem noutros países, devido ao péssimo funcionamento dos consulados portugueses. A minha experiência de ter de recorrer aos serviços diplomáticos portugueses no estrangeiro foi há anos, quando o meu BI desapareceu, e foi liminar: ninguém atendeu, quando liguei para os números que vinham na lista telefónica. Mais tarde, já fora das horas de expediente, passei pelo consulado francês e lá aparecia um número de urgência para o qual liguei e expliquei que tanto dos números da embaixada como do consulado português ninguém atendia, perguntando se eles me poderiam resolver provisoriamente o problema. Disseram-me que iriam falar com a cônsul e que me contactariam mais tarde. Passada uma hora, ou pouco mais, recebi um telefonema da cônsul, ela própria, lamentando que infelizmente como Portugal tinha representação diplomática naquele país nada poderiam fazer, mas que se necessitasse de qualquer outro apoio para voltar a ligar que tentariam fazer o melhor que lhes fosse possível. Felizmente o BI voltou a aparecer: eram férias de Verão e arriscava-me a ter de esperar ad aeternum pelos muy eficazes e impolutos diplomatas portugueses. Para mim a situação é clara: acabe-se de vez com as representações diplomáticas portuguesas no estrangeiro, excepto nas instituições internacionais importantes, e contratualize-se com as representações de outros países europeus para tratarem sistematicamente dos assuntos correntes dos portugueses no estrangeiro. Reduzam-se as despesas do Estado onde elas podem e devem ser reduzidas e eleve-se a dignidade do país, subtraindo-o ás humilhações que alguns diplomatas portugueses têm originado. Quanto aos estudos de mercado, e à promoção das actividades económicas e das exportações, devem ser deixadas ás instituições e organismos da área, apoiados pelo Estado, não aos diplomatas.


Alívio no escândalo

Quando ouvi a notícia de um escândalo com um diplomata português algures, pensei: “Oh não, outro…”.

Depois, com algum alívio li que a coisa não encaixava no padrão habitual dessa espécie de aristocracia gay que Portugal envia para todo o lado para fazer não se sabe bem o quê. Desta vez eram mulheres, farras e outras tarefas menos diplomáticas, mas, pelo menos, não havia notícia de suspeitas de pedofilia nem de arrufos amorosos com os motoristas e assuntos semelhantes em que se tem destacado o nosso corpo diplomático.

Atribui-se a Salazar a seguinte pergunta a Franco Nogueira: “Mas eles já são assim quando vão para lá ou ficam assim depois de lá estarem?“. Consta que o ministro não respondeu


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2009/05/25

Que é isso da ética?

A ética republicana é como o Espírito Santo: não se consegue explicar exactamente o que é, nunca se avista mas acredita-se que opera milagres. Lembrei-me muito da ética republicana ao ver as imagens da demissão de Michael Martin, o speaker da Câmara dos Comuns. Tal como nos anos 70 era difícil explicar, em Portugal, as razões da demissão de Nixon, pois usar as polícias para espiar as campanhas dos partidos da oposição era então um direito adquirido do governo, também hoje surge como bizarro que este homem se tenha demitido não porque ele mas sim alguns deputados tenham utilizado dinheiros públicos, ainda por cima em quantias irrisórias, em benefício próprio ou mais propriamente em benefício dos seus jardins e casas. Isto é o que acontece nos países onde a ética é simplesmente ética e não uma basófia do regime.

Nota: claro que os portugueses não percebem isto, apesar de que neste caso não foi exactamente assim... Como não percebem a maioria dos preceitos elementares, como, por exemplo, aquele que diz que nos transportes públicos, ou nas vias públicas, só se deve ouvir música, ou o que quer que seja, com auscultadores e com a intensidade regulada de forma a que o parceiro do lado não ouça o nosso som. Vou enviar uma "reclamação" para o comissário europeu dos transportes, com a cópia de uma carta na qual um responsável de um departamento estatal encarregado de tratar reclamações, ou determinado tipo de reclamações, declara que "prevaleceu o interesse comum", ou seja, devido a um misterioso "interesse comum" (interesse do "chauffeur"? interesse da maioria dos passageiros? interesse do "chauffeur" e de alguns passageiros?) tive que sofrer o som que foi difundido pelos altifalantes de um autocarro de transporte público. A carta que aquele responsável me enviou elucidará os comissários europeus (pensei melhor e vou enviar a todos) do grau de bestialidade e aberração que domina este país pequenininho, estupidificado e irritante.

Nota 2: Michael Martin foi obrigado a demitir-se pois perdeu o apoio do seu partido (trabalhista), e teve um fim de carreira humilhante. Gordon Brown tentou desculpabilizar-se atirando sub-repticiamente as culpas para cima de Martin, mas este mereceu o fim de carreira que teve, porque de operário e sindicalista transformou-se no principal defensor do status quo. Houve deputados que pagaram praticamente as casas e apartamentos que adquiriram com o dinheiro dos contribuintes, gastando portanto um "pouco" mais que "quantias irrisórias"... Houve dois membros da Câmara dos Lordes que foram destituídos por terem aceite dinheiro de um jornalista disfarçado de homem de negócios, para alterarem determinadas leis, coisa que seria muito grave mesmo em Portugal... Houve pelo menos dois membros da Câmara dos Comuns que mentiram sobre o destino do dinheiro que utilizaram (um deles continou a receber a quantia destinada ao pagamento do empréstimo bancário para o apartamento ou casa mesmo depois daquele estar liquidado), correndo o risco de eventualmente virem a ser presos. Mas em que raio de reino ou Estado se viu os contribuintes pagarem os empréstimos bancários contraídos pelos deputados? Em Inglaterra é exactamente isto que tem acontecido, em total legalidade! Parece que também há outro escândalo com as despesas em viagens dos britânicos deputados (e respectivas famílias, claro, pois eles gostam todos muito, muito, de viajar)...

Nota 3: o Berlusconi é um imbecil, bem pior que isso, e o país que representa, e domina, envergonha a UE. No entanto, o crime que ele cometeu ao andar com uma jovenzinha de 17 anos é incomparavelmente menos grave que os crimes monstruosos cometidos em Portugal no mundialmente conhecido caso Casa Pia.

Nota 4: tenho vergonha de pertencer a um país onde o primeiro-ministro vai ao país do lado discursar num espanhol manhoso, enquanto os habitantes da Catalunha, os galegos e os vascos lutam por dignificar os seus idiomas.

Nota 5: estou estupefacto com a Amnistia Internacional: primeiro condena as torturas praticadas pela polícia numa infanticida, que apesar das torturas que sofreu continua bem viva. Depois então é que trata os assassinatos de mulheres, por "companheiros" (mas que companheiros...) e "ex-companheiros", em Portugal, que cresceram para a impressionante e escandalosa média de mais de quatro (4!) assassinatos por mês. E até parece encontrar a explicação (desculpabilizante?) deste aumento na crise económica... Todos nos lembramos que, muito antes do 11 de Setembro, se tivesse acontecido uma invasão do Afeganistão, explícita ou implicitamente, o mundo, ou uma parte substancial do mundo, a apoiaria, nomeadamente para libertar as mulheres do jugo dos "estudantes de teologia", vulgo Talibans. Evidentemente que as portuguesas não são como as afegâs. São de certeza mais estúpidas e arrogantes e têm meios de defesa à disposição que se não utilizam é porque não querem. Mas, fundamentalmente, a lei portuguesa é branda, demasiado branda, com os agressores. Como é possível, por exemplo, que o ex-presidente do Benfica seja condenado a 11 anos de cadeia, por crimes económicos, e o esfaqueador de uma mulher, que por acaso sobreviveu, só tenha sido condenado a 6?


Regresso de imigrantes está a deixar o país mais pobre

Portugal está a perder capacidade de atracção para os imigrantes. E, se o país não for capaz de segurar os imigrantes que tem e atrair novos, vai ficar mais velho e mais pobre, alertam vários especialistas ouvidos pelo PÚBLICO, segundo os quais é urgente colocar um travão à tentação xenófoba que ameaça em tempos de crise.

Por estes dias, os imigrantes representam seis por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2007, foram responsáveis por 9,7 por cento dos nascimentos. E uma projecção recente do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostra que, sem imigrantes, a população descerá em 2060 aos 8,2 milhões. Muito antes disso, já a sustentabilidade da Segurança Social terá caído por terra.

Apesar de ainda não ter reflexo nas estatísticas oficiais, a saída de estrangeiros - sobretudo ucranianos -, a par da desaceleração das novas entradas, é uma certeza apontada pelos estudiosos do fenómeno migratório. "Só daqui a um ou dois anos é que esta diminuição terá efeitos estatísticos, porque o imigrante, quando se vai embora, não vai ao centro avisar, aliás, muitas vezes o que acontece é que eles retiram-se mas mantêm activo o visto para Portugal deixando aberta a possibilidade de voltar", explica Pedro Góis, investigador do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.

Ilegais entre "55 a 75 mil"

No caso dos ucranianos, eram 41.530 em 2006. Em 2007, baixaram para os 39.480. Os números de 2008 deverão demonstrar nova diminuição. Mas longe ainda da "fuga" registada na realidade. "A maior parte escolhe a República Checa ou a Polónia - países de Leste mas mais próximos da União Europeia que começam a crescer em termos económicos", diz Góis. Há também os que vão trabalhar em Espanha "e vêm a Portugal só para renovar documentos", como afirma Manuel Solla, da Comissão Nacional para a Legalização de Imigrantes. Segundo Solla, a saída de ucranianos ocorre sobretudo entre os ilegais. "Já são menos de metade".

O mesmo com os brasileiros. Com um total de 66.354 legais, estes perfaziam, em 2007, a maior comunidade de estrangeiros. Agora, e apesar de o salário mínimo português continuar a triplicar o brasileiro, "há indícios de retracção neste fluxo, seja pela desaceleração de entradas seja pelo regresso de muitos ao Brasil", aponta Góis.

Todos concordam que um cenário de retracção dos imigrantes será fatal. "O país só ganha em suster os imigrantes que tem", avisa Eduardo Sousa Ferreira, professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão e autor de um estudo sobre a contribuição dos imigrantes para a economia portuguesa. "A imigração contribui para seis por cento do PIB, o que é uma percentagem enorme", acrescenta, convicto de que "a alternativa à entrada de imigrantes é uma muito maior estagnação da economia".

Os 420.189 imigrantes que, no final de 2007, se encontravam em território nacional, segundo o SEF, perfazem cinco por cento da população do país e oito por cento da população activa. Aqui não entram em linha de conta os ilegais. Serão entre "55 mil a 75 mil", nas contas de Solla, para quem, mais do que preocupar-se com quotas, o Governo devia "dar autorizações de residência a quem, tendo entrado de forma irregular, tenha contrato de trabalho válido e contribua para a Segurança Social".

Tal nem sempre acontece, segundo Eduardo Sousa Ferreira, "porque há um custo administrativo associado e, por outro lado, os empresários também não estão interessados nisso, porque um ilegal tem um grau de obediência que não teria se estivesse legal". Dito de outro modo, "os empresários portugueses aproveitam para ganhar mais à custa dos imigrantes e o Governo não está interessado em contradizê-los". in publico.pt, 25.05.2009 - 08h07


English Translation

2009/05/24

Obviamente ilegal
Portugal: 23 anos de governos incompetentes

2009/05/20

Exemplo que vem de cima

Enquanto nos países do costume certos governantes e figuras de Estado continuam embrulhados em escândalos e alguns são suspeitos de terem praticado crimes graves, na Lituânia, a nova presidente, Dalia Grybauskaite, decidiu reduzir a metade os honorários anuais do Presidente da República, ou seja dela própria. Os governantes corruptos dos países do costume podem chamar a isto populismo. Eu prefiro chamar-lhe um bom exemplo. Devo acrescentar que Dalia Grybauskaite ganhou com 70 por cento dos votos expressos, depois de tremendas batalhas de rua terem obrigado o anterior presidente - acusado de ser incompetente para lidar com a actual crise financeira - a largar o poder.


Rica família

O Estado português comprou dois terrenos à família de José Sócrates por valores muito superiores àqueles que utilizou na expropriação de terrenos vizinhos, segundo apurou a TVI

Foi no final da década de 90, no âmbito do plano integrado de Setúbal, que pretendia dinamizar o mercado de habitação na cidade sadina. Uma das parcelas de terreno, um armazém ao pé do porto de Setúbal, levou a uma indemnização de mais de 78 mil contos, por 600 metros quadrados de terreno, à módica quantia de 130 contos o metro quadrado, na moeda antiga. No entanto, o armazém imediatamente ao lado só rendeu 54 contos o metro quadrado. Tudo em parceria com a câmara municipal de Setúbal, onde Júlio Monteiro, tio de José Sócrates e um dos proprietários dos terrenos, era à época deputado na assembleia municipal.

A TVI apurou ainda que as dezenas de expropriações feitas durante mais de 3 décadas acabaram por cair em saco furado porque o plano integrado de Setúbal nunca chegou a ser ratificado em Conselho de Ministros. in diario.iol.pt, 22-05-2009 - 21:00h


TV russa mostra menina a levar palmadas da mãe

A NTV exibiu imagens da criança russa que foi retirada à família Pinheiro a ser esbofeteada pela mãe biológica que acusou o casal português de querer vender Alexandra para "retirar órgãos".

"Sabe-se lá o que eles poderiam fazer com ela? Vendê-la para retirar órgãos ou até mandá-la para uma casa de prostituição", acrescentou Natália Zarubina, a mãe biológica, ao falar da família afectiva portuguesa.

Durante a reportagem gravada na casa da família russa, numa aldeia de Iaroslavl, e transmitida pelo programa "Herói Principal", da estação de televisão NTV de Moscovo, Natália Zarubina dá várias bofetadas à filha mais nova por ela querer ir ter com a irmã mais velha, Valéria, sublinhando que o comportamento de Alexandra se deve ao facto de a família adoptiva portuguesa "a ter deixado fazer tudo". 26.05.2009 - 07h31 Lusa

Nota: seguramente que a educação na Rússia é melhor que em Portugal. O que se passa é que a educação em Portugal é uma "intrujice", como muito bem diz Medina Carreira, e o resultado ver-se-á no longo prazo. Mas não creio que tivesse sido este o cerne da questão na decisão do tribunal, que me parece absolutamente inaceitável.


Consequências

Correio da Manhã – Que consequências pode ter para a menina esta ruptura afectiva?

José Carlos Garrucho, psicólogo – As consequências são imprevisíveis, mas não tenho dúvidas de que, para esta criança, o corte tão brusco dos laços afectivos vai ser muito problemático.

– Em que medida?

– Esta separação brusca da família que, para ela era a sua, vai provocar-lhe traumas graves. A menina vai ficar com feridas profundas, sem dúvida.

– As consequências vão sentir-se a curto prazo?

– A curto, a médio e a longo prazos. Isto vai reflectir-se em toda a vida.

– Seria aconselhável um acompanhamento próximo?

– Não sei que tipo de recepção vai ter, como é a família que a vai receber, qual o contexto social em que se vai integrar. Esses aspectos são muito importantes. Caso não tenha qualquer acompanhamento e se houver dificuldades de integração pode ser até muito perigoso.

– Como assim?

– Esta ruptura pode desenvolver patologias várias com inevitáveis reflexos ao nível do comportamento.

– Perante todos esses perigos, não seria de evitar decisões judiciais deste tipo?

– Penso que sim. O que se verifica é que ainda há divórcio entre a Psicologia e a Sociologia e as leis. O Direito não tem acompanhado tão depressa como o desejado avanço da Ciência.

– Mas isso devia mudar...

– E já tem mudado alguma coisa, só que lentamente. Para a Justiça o que conta mais ainda é o laço biológico.


CÔNSUL 'EXIGIU' REPATRIAMENTO

“A menina é russa e deve ir para a Rússia”, disse o Cônsul da Rússia no Porto, no depoimento que prestou ao Tribunal de Barcelos. Esse dado, para além do laço biológico, terá sido levado em conta pelos juízes da Relação de Guimarães, já que a sua decisão contrariou totalmente a de primeira instância. De resto, a Relação não considerou os vários pereceres técnicos, de psicólogos e pedopsiquiatras, que apontavam como correcta uma aproximação “lenta e gradual” da menina à mãe. idem, 19 Maio 2009 - 00h30

Nota: a mentalidade do tribunal que decidiu privar esta menina de uma família e de um ambiente seguro que ela gostava, e gosta, corresponde ao registo medieval de que os filhos são propriedade dos pais. Todos sabemos que muitos pais são as pessoas menos seguras para cuidarem dos seus filhos. Duplamente horripilante porque, neste caso, implica mudar de família e de país simultaneamente. Igualmente todos sabemos que só quem não pode, e os priviligiados do sistema, não fogem da Russia. E mesmo estes... basta ver a quantidade de russos ricos que abandonaram o país de origem para viverem noutros lugares. Nos vários Mapas da Felicidade concretizados a Russia aparece, consistente e permanentemente, ao lado de países africanos onde a guerra e a fome são estruturais, e os russos que habitam na Russia auto definem-se como sendo profundamente infelizes. Moscovo tem sido sucessivamente considerada a cidade mais cara do mundo, mas todos temos a impressão subjectiva que a maioria dos seus habitantes vive sob condições degradantes. A credibilidade da Russia como Estado é tão grande ou tão pequena que recentemente o grande pianista russo Grigory Sokolov viu ser-lhe negado um visto para ir tocar no Royal Festival Hall, em Londres, tendo o recital sido cancelado definitivamente. Finalmente, parece que todos se esqueceram que ainda resta o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, onde Portugal costuma perder todos os processos que lá chegam.


Casa Pia

A ex-provedora da Casa Pia, Catalina Pestana relembrou, no seu depoimento, que mais dois rapazes lhe tinham referido o nome de Jaime Gama, como estando ligado a abusos sexuais de menores. As duas testemunhas foram ouvidas pela judiciária, mas além de não querem apresentar queixa, os alegados crimes já estavam prescritos.

Também Dias André, um dos inspectores responsáveis pela investigação do processo da Casa Pia, confirmou em tribunal ter ouvido o nome de Jaime Gama referido por outras pessoas, além do jovem arguido no processo. A coordenadora da investigação criminal, Rosa Mota, ouvida em sessão anterior, já tinha afirmado o mesmo.

O ex-casapiano Pedro Namora relatou, igualmente, algumas conversas onde o nome o presidente da Assembleia da República lhe foi mencionado, acontecendo o mesmo com a jornalista Felícia Cabrita.


Morreu João Bénard da Costa

João Bénard da Costa morreu hoje, aos 74 anos. Divulgador de cinema, director da Cinemateca Portuguesa desde 1980, Bénard da Costa nasceu a 7 de Fevereiro de 1935.
...
João Pedro Bénard da Costa, licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, foi um dos fundadores da revista "O Tempo e o Modo", dirigiu o Sector de Cinema do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian e presidia à Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal.

João Bénard da Costa dedicou-se ainda à crítica e ao ensaio, tendo participado como actor em vários filmes, grande parte dos quais de Manoel de Oliveira. in publico.pt, 21.05.2009 - 09h35


English Translation
Sarko, je te vois

C’est finalement une amende de 100 euros qui a été requise ce mardi par le tribunal de police de Marseille à l’encontre de ce professeur de philosophie, qui, le 27 février 2008 a crié «Sarkozy, je te vois» à des policiers qui effectuaient un contrôle de police, à la gare Saint-Charles de Marseille, selon Le Figaro.fr.

Lors de son réquisitoire, l’officier du ministère public a estimé que le professeur n’avait pas agi comme un «philosophe» qui aurait «voulu donner une leçon d'humour aux policiers».

Non, le prévenu a «forcé les policiers à interrompre leur mission», précise Le Figaro.fr en reprenant l'officier du ministère public.

Pour l’officier du ministère public, l’enseignant aurait porté atteinte à la tranquillité du voisinage.

"A l'entendre, mon client a clairement perturbé les policiers" nous dit son avocat.

Précisant même que ces «Sarkozy, je te vois» pouvaient, dans une certaine mesure, relever de l'injure.

"L'offcier a sorti de la jurisprudence pour dire que oui, ça pouvait relever de l'injure" nous dit-il aussi.

"100 euros c'est pas énorme, et cette somme veut dire qu'en fait ce n'est pas trop grave, mais elle ne me permet pas de faire appel" nous dit l'avocat.

Pourquoi? "Car pour faire appel il faut que la condamnation s'élève à plus de 150 euros" nous explique-t-il
.

Nota: mais uma prova de que Europa da UE não presta, e é velha e caduca.

Neste outo caso o importante é isto, o resto são faits-divers:

«Il a été traité comme tous les autres suspects dans ce genre d'affaire, j'ai pris mes réquisitions en toute liberté, nous n'avons reçu aucune consigne ni instruction», a déclaré à l'AFP le procureur de Bourg-en-Bresse, Mme Marie-Christine Tarrare.

2009/05/18

Change!

Uma atitude, ou um conjunto de atitudes, com muita lógica é o facto do sistema britânico estar a ser posto em causa devido ao escândalo das contas dos deputados. Quando o "povo" tem capacidade crítica e os "media" são verdadeiramente independentes, tudo pode ser posto em causa e tudo pode ser alterado. Mesmo o sistema de funcionamento de uma das mais velhas democracias parlamentares do mundo... Pela primeira vez em 300 anos, o presidente da Câmara dos Comuns (equivalente ao Presidente da Assembleia da República portuguesa) vai ser obrigado a demitir-se por ter protegido um sistema que possibilitou que despesas inaceitáveis fossem pagas com dinheiros públicos (televisões, cadeiras de massagens, limpeza de fossas de casas senhoriais, tratamento e manutenção de jardins privados, honorários de chauffeurs para transporte privado de deputados, pagamento das mensalidades de empréstimos bancários para aquisição de habitação, etc, etc, etc), e alguns deputados dos principais partidos podem vir a ser presos. A Scotland Yard deixou claro que prenderia qualquer deputado que tivesse infringido gravemente a lei, como, por exemplo, mentir sobre as despesas pagas com dinheiro dos contribuintes.

Seria interessante que as despesas do Parlamento Europeu, deputados e respectivo "staff", comissários europeus (e respectivo "staff"), e de todos os organismos e instituições europeias, fossem examinadas à lupa por organismos e grupos verdadeiramente independentes...

English Translation

2009/05/14

Birmânia: Suu Kyi detida

A dirigente da oposição birmanesa Aung San Suu Kyi foi hoje detida na sua casa em Rangoon e levada a tribunal onde foi formalmente acusada de ter violado os termos da sua prisão domiciliária, depois de um norte-americano a ter visitado no início deste mês sem autorização das autoridades militares.

Em prisão domiciliária desde Maio de 2003 e tendo passado 13 dos últimos 19 anos detida sob alguma forma, Suu Kyi, de 63 anos, foi conduzida à prisão de Insein esta manhã onde ficará até ao julgamento – marcado para a próxima segunda-feira. O mais recente termo de detenção domiciliária da secretária-geral da Liga Nacional para a Democracia (LND) – que venceu as eleições legislativas no país em 1990 mas a quem a Junta Militar nunca permitiu exercer o poder, tendo anulado os resultados do sufrágio – terminará a 27 de Maio.

No âmbito destas novas acusações contra ela formuladas pode receber uma sentença de prisão de três até cinco anos se for condenada, assim como as duas mulheres que a acompanhavam e com ela viviam na residência de Rangoon. O advogado da Nobel da Paz, Kyi Win, explicou que Suu Kyi será muito provavelmente acusada ao abrigo da muito rígida Lei de Protecção do Estado dos Perigos de Elementos Subversivos.

A indiciação de Suu Kyi reporta ao facto de o norte-americano John Yettaw, de 53 anos, ter atravessado a nado o lago em frente à sua casa, e ali ter entrado e permanecido durante dois dias. Yettaw, que foi detido pelas autoridades birmanesas a 6 de Maio, foi também formalmente acusado esta manhã, por violação das leis de imigração a par de uma lei de segurança. Não foi ainda marcada data para o seu julgamento. A embaixada dos Estados Unidos na Birmânia estabeleceu já contactos com Yettaw mas escusa-se a comentar. in publico.pt, 14.05.2009 - 08h33 Agências

Nota: com tantas guerras estúpidas a acontecerem será que alguém no mundo terá "tomates" para meter na ordem, de uma vez por todas, os broncos da junta militar birmanesa? Qual respeito pela soberania nacional, qual treta, se se tratam de uns meros golpistas traficantes de droga que merecem plenamente o que o Saddam teve (provavelmente sem o merecer)? Pois... claro.... a China tem interesses na Birmânia. Que tal se as pessoas do "mundo civilizado" (dos muitos mundos que se acreditam "civilizados"...) deixarem de comprar todo e qualquer "made in China"?


Sócrates conhecia Charles Smith e Manuel Pedro

José Sócrates conhecia Charles Smith e Manuel Pedro, disse Hugo Monteiro ao semanário “Expresso”, contrariando assim as declarações do seu primo no âmbito do processo de alegada corrupção no licenciamento do outlet Freeport em Alcochete caso Freeport. O jornal viajou até à China onde Hugo Monteiro está a aprender Kung Fu.

Hugo Monteiro, que só deve voltar a Portugal no Natal, disse ao jornal que ficou com a impressão de que Sócrates conhecia Smith e Pedro. "Eu acho que eles tiveram uma reunião juntos. Pelo menos foi o que o meu pai me transmitiu".
...
Durante aquela conversa disse-lhe, então, que estava a fazer um projecto para a Freeport e que "estava a falar com aquelas pessoas que ele já conhecia", contou Monteiro, referindo-se às pessoas "que representavam a Freeport: Charles Smith e Manuel Pedro". 16.05.2009 - 10h04 PÚBLICO


Apelo

Apelamos à comunicação social portuguesa e por via desta à comunicação internacional para que deixe muito claro que este Lopes da Mota já foi Secretário de Estado no Governo de António Guterres e Colega de José Sócrates quando este era Ministro do Ambiente, precisamente a altura em que foram assinados documentos, a 2 dias das eleições, para que fosse construído o Free-Port de Alcochete. Ora, Lopes da Mota foi colocado no Eurojust por Sócrates (SUSPEITO DE CORRUPÇÃO PARA A EXIGENTE POLÍCIA INGLESA) e pelo PS. in publico.pt, 15.05.2009 - 17h43 - Anónimo, Ponta Delgada (comentários ao artigo "Eurojust confia na clarificação das autoridades portuguesas sobre Lopes da Mota")


Seguramente o tipo ideal para tratar do assunto

Uma nova carta rogatória no âmbito do processo Freeport, enviada esta semana pelas autoridades portuguesas para obter informação financeira que está num paraíso fiscal, vai passar pelas mãos de Lopes da Mota. O presidente do Eurojust, fortemente indiciado de exercer pressões sobre os magistrados para arquivar esta investigação, exerce a coordenação do órgão e o conhecimento desta nova diligência destinada a um dos paraísos fiscais britânicos é obrigatória.

Apesar da instauração do processo disciplinar com proposta de suspensão e de a Oposição em bloco pedir a demissão de Lopes da Mota (ver peça ao lado), o Governo e a Procuradoria-Geral da República não vão deixar cair Lopes da Mota. O Executivo descarta-se, alegando que é uma questão da iniciativa do procurador-geral, apesar de a lei dizer que o representante português no Eurojust é nomeado por despacho conjunto do ministro da Justiça e ao ministro dos Negócios Estrangeiros, sob proposta do PGR, depois de ouvido o Conselho Superior do Ministério Público.

Segundo apurou o CM, nenhum dos órgãos, porém, vai tomar a iniciativa de pedir a saída de Lopes da Mota, tendo em conta que o magistrado desempenha 'um lugar de grande relevância', através do qual Portugal preside ao Eurojust – órgão europeu que tem por objecto a cooperação em matéria penal entre as autoridades nacionais no espaço da União Europeia. Com a sua demissão, Portugal perderia a presidência desta entidade, que coordena as acções contra a criminalidade transnacional. in correiodamanha.pt, 14 Maio 2009 - 00h30

Nota: Portugal a presidir o organismo que luta contra a criminalidade na UE...


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2009/05/13

Europa velha e corrupta*

Que credibilidade pode ter uma Europa cujo organismo destinado a "aumentar a eficácia das autoridades competentes nos Estados-membros na investigação e acção judicial nos casos mais sérios de crime organizado" é presidido por um suspeito de pressionar dois magistrados portugueses no sentido de arquivarem um crime, personagem essa igualmente suspeita de ter praticado actos semelhantes no passado (ainda que nada ficasse provado, claro...)?

"O Eurojust escusou-se hoje a comentar a abertura de um processo disciplinar ao seu presidente, José Luís Lopes da Mota, para averiguar alegadas pressões a dois procuradores responsáveis pelo "caso Freeport".

"Não queremos comentar esse caso. É um caso nacional e não temos nada a dizer enquanto não houver uma decisão oficial" do governo português, disse o porta-voz do Eurojust, Joannes Thuy, à agência Lusa.

O procurador-geral da República (PGR) determinou terça-feira a abertura de um processo disciplinar ao presidente do Eurojust sobre as alegadas pressões feitas aos dois procuradores responsáveis pelo "caso Freeport".

José Luís Lopes da Mota é o representante de Portugal no Eurojust e escolhido pelos seus pares para presidir à instituição.

O Eurojust é uma instituição da União Europeia criada em 2002 para aumentar a eficácia das autoridades competentes nos Estados-membros na investigação e acção judicial nos casos mais sérios de crime organizado onde estejam envolvidos dois ou mais países." in dn.sapo.pt, 13 de Maio

* existe a teoria, derivada das teses de Max Weber, que proclama que o Sul, tradicionalmente pobre e corrupto, acabou por corromper todo o "sistema" europeu... Parece que a Noruega esteve bem ao recusar integrar-se na UE. No entanto deve dizer-se que a Espanha fez enormes progressos e, contrariamente a Portugal, Itália, Grécia, Roménia, Bulgária e a generalidade dos paises de "leste", tornou-se aparentemente num Estado mais justo e socialmente equilibrado.


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2009/05/06

Velha Europa

A velha europa, sempre agarrada ás suas velhas tradições, quer agora controlar o acesso à internet, dando a possibilidade dos fornecedores venderem pacotes, como o que acontece com o acesso ás televisões por cabo. Se quer aceder a determinados sites, terá de pagar mais. Toma lá! Basta pensar que em países pouco desenvolvidos, como Portugal, canais como o ARTE ou o Mezzo, quando estão disponíveis (porque por vezes nem sequer constam), fazem sempre parte do "pacote" mais caro, e que o valor dos "pacotes" de televisão por cabo são, nesses países, em termos relativos, e frequentemente absolutos (nominais), substancialmente mais caros que nos países mais desenvolvidos. A velha europa há-de andar sempre a anos-luz dos EUA, e os "cérebros" hão-de continuar a preferir os EUA, pois a velha europa nunca se há-de conseguir libertar dos seus tiques controladores* e das suas tradições obsoletas.

"Um operador pode cobrar tarifas diferenciadas a alguns sites para os incluir no seu pacote ou então cortar o acesso a determinado serviço (exemplo: uma empresa que é também detentora de uma rede de telemóveis corta o acesso ao Skype, que é um serviço concorrente). Ou pode pura e simplesmente exercer censura."

* exceptuando os bancos, que têm feito o que querem sem qualquer controle eficaz. Basta olhar para os casos dos portugueses BPP e BPN.


Conselho Europeu derrotado

Na sequência do texto aqui publicado ontem, é bom informar-vos que o Parlamento Europeu (PE), reunido em Estrasburgo, acaba de decidir, numa emocionante e complexa votação em que os dois grandes grupos políticos e o Conselho Europeu foram derrotados, que as operadoras de internet ou as autoridades administrativas não poderão cortar o acesso de internet aos utilizadores sem uma prévia decisão judicial, respondendo assim positivamente às propostas de inúmeros movimentos de cidadãos utilizadores da internet.

O PE aprovou uma emenda adoptando “o princípio de que, na falta de decisão judicial prévia, não pode ser imposta qualquer restrição aos direitos e liberdades fundamentais dos utilizadores finais, previstos, designadamente, no artigo 11º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em matéria de liberdade de expressão e de informação, salvo quando esteja em causa a segurança pública, caso em que a decisão judicial pode ser ulterior“.

Esta posição tinha sido subscrita pelos grupos GUE/NGL, IND/DEM, Verdes/ALE e alguns liberais, bem como pela Comissão parlamentar responsável, e era apresentada contra uma posição de compromisso negociado entre o Conselho e os dois grandes grupos políticos que constituem a maioria do parlamento, os socialistas do PSE (onde se inclui o PS português), e o PPE/DE (onde se incluem os nossos PSD e PP), a que se tinha associado o grupo liberal ALDE.

Tudo estava preparado para que esta emenda dos pequenos grupos nem sequer fosse sujeita a votação, já que a lista de voto preparada pelos serviços previa que se votasse antes o compromisso do PPE/DE + PSE e que a emenda dos grupos mais pequenos fosse considerada prejudicada pelo voto antecedente. Isto aliviaria os deputados dos grandes partidos da responsabilidade de terem votado contra um direito fundamental dos utilizadores da internet, o que em véspera de eleições é sempre problemático.

A primeira batalha era, pois, a alteração da ordem do voto. No meio da discussão, os liberais informam que decidiram na véspera à noite, por maioria, retirar-se do acordo com o PPE/DE e o PSE, o que acrescentou algum dramatismo à situação. Vota-se e a alteração da ordem da lista de voto foi aprovada. Ganho este ponto, e tendo sido solicitado pela esquerda que o voto sobre a sua emenda fosse registado nominalmente, não havia mais forma de os deputados dos grandes grupos fugirem à questão.

Procedeu-se então ao voto e a emenda foi aprovada com 407 votos a favor e 57 contra. O PE acabava de rejeitar o compromisso estabelecido para segunda leitura pelos dois grandes grupos políticos com o Conselho Europeu. Em consequência, a Directiva não foi aprovada e entra agora numa nova fase do processo legislativo chamado de conciliação.

Foi uma importante vitória, mas nada está definido; o assunto continua em aberto e a merecer a nossa atenção nos próximos meses.

Nota: mas que credibilidade tem uma europa cujo conselho e os principais partidos representados no seu parlamento apoiam uma proposta daquelas?


Apoio à corrupção

Este governo veio permitir a adjudicação, por ajuste directo nas empreitadas de obras públicas, para contratos até 5 150 000 euros. No parlamento, foi aprovada legislação que permite que os donativos aos partidos, em numerário, possam atingir valores superiores a 1.250.000 euros.

As leis portuguesas sempre foram permissivas com a corrupção. Agora, apoiam-na descaradamente.


Sócrates projectista

A Concelhia da Guarda do PCP divulgou hoje um comunicado onde "lamenta" o arquivamento do inquérito ao caso dos projectos de obras assinados por José Sócrates na década de 1980.

Depois de uma denúncia apresentada pelos vereadores do PSD na Câmara da Guarda, o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra mandou arquivar o inquérito aos projectos de obras assinados pelo actual primeiro-ministro por considerar que os eventuais crimes já prescreveram.

Em nota hoje enviada, o PCP local "lamenta o arquivamento de um processo que exigia uma investigação séria e aprofundada e que as leis sejam de tal modo permissivas que impeçam que os suspeitos de corrupção da gestão pública sejam investigados e punidos".

A concelhia também lastima que "a maioria PS, na Câmara Municipal da Guarda, perante tão graves acusações, tenha apenas nomeado uma comissão interna para averiguar suspeitas que envolviam directa ou indirectamente o presidente" da autarquia, o socialista Joaquim Valente.

A estrutura comunista recorda que nunca se pronunciou sobre o assunto porque "estava no âmbito dos Tribunais", só o fazendo agora, após ter conhecimento da decisão do DIAP.

O despacho do DIAP de Coimbra justifica a decisão quanto ao processo, referente a procedimentos internos do município da Guarda para aprovação dos projectos, recordando que "decorreram mais de dez anos sobre a data dos factos em apreciação, o que importa, por força da lei, a extinção do respectivo procedimento criminal, por efeito da prescrição".

O mesmo entendimento é tido quanto à autoria dos projectos e em relação a um eventual "crime de favorecimento pessoal" devido à circunstância do actual autarca ter nomeado uma comissão interna que elaborou um inquérito relativo aos procedimentos verificados na altura. in dn.pt, 12 de Maio


Um banqueiro amigo de Sócrates

O fundador do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, terá pago despesas pessoais relacionadas com processos judiciais, com dinheiro de uma "offshore" pertencente ao próprio banco, segundo um relatório da Deloitte encomendado pela actual gestão do banco. A denúncia, a confirmar-se, indicia um acto doloso de gestão ruinosa.

Na sua avaliação ao BPP, em relatório datado de 2009, os auditores dão conta de um conjunto de factos que, a provarem-se, indiciam irregularidades especialmente graves, no quadro do artigo 211 do Regime Geral das Instituições de Crédito, envolvendo alegadas falsificações de contabilidade e inexistência de contabilidade organizada; e actos dolosos de gestão ruinosa em detrimento dos depositantes, investidores e credores. E, a confirmarem-se, podem ainda indiciar crimes de branqueamento de capitais.
...
Contactado para comentar as suspeitas que pendem sobre a sua acção à frente do BPP, João Rendeiro limitou-se a dizer: “Não tenho nada para lhe dizer. Consigo não falo, porque você não merece que eu fale consigo”.

De acordo com o documento a que o PÚBLICO teve acesso, e que já está nas mãos das autoridades, a Deloitte começa por esclarecer que vai apresentar um “conjunto de assuntos que chegaram ao nosso conhecimento no decorrer da presente auditoria e que, pela sua natureza, são da maior importância para avaliar a situação financeira e patrimonial do BPP a 31 de Dezembro de 2008”.

Entre outros pontos ... a auditoria revela ter-lhe sido “comunicado recentemente a existência de offshores, cujos beneficial owner eram entidades do Grupo Privado Holding”, accionista única do BPP, sociedades que eram “denominadas por contas de recuperação”. As offshores “financiavam-se através de emissão de divida que colocavam na carteira de clientes”, tendo como “principais objectivos” proceder ao “alisamento de resultados”, ao parqueamento de posições e ao “pagamentos de bónus à administração e a alguns colaboradores”. in publico.pt, 07.05.2009 - 22h39


Um político amigo de Sócrates

Entrou na política a ganhar quarenta contos e só lucrou quando saiu. Ficou rico com a valorização do grupo de José Roquette e declarou rendimentos superiores a Belmiro de Azevedo. Gosta de poker e diverte-se a ganhar dinheiro. Será pecado? in jn.sapo.pt, 2008-12-02 (título original: O primeiro milhão de Dias Loureiro)


Dias Loureiro mentiu à comissão de inquérito

O ex-ministro Dias Loureiro disse no passado dia 27 de Janeiro à comissão de inquérito ao caso BPN, não saber da existência da Excellence Assets Fund, que permitiu uma compra ruinosa de duas empresas tecnológicas em Porto Rico, da qual resultou um prejuízo de 38 milhões de dólares. O semanário “Expresso”, garante, porém, na sua edição de hoje, que o Dias Loureiro assinou dois contratos onde esse fundo é parte.

“Ou seja, além de ter participado em todo o negócio”, como semanário já tinha divulgado na semana passada, Dias Loureiro “não disse a verdade ao Parlamento, o que é considerado grave, uma vez que as Comissões de Inquérito funcionam com a mesma dignidade que os inquéritos da Justiça”, avança a edição de hoje do “Expresso”.


Um professor amigo de Sócrates

O primeiro-ministro foi arrolado como testemunha de Ana Maria Simões, acusada de corrupção passiva e branqueamento de capitais no caso da Cova da Beira. O processo começou com denúncias de corrupção contra José Sócrates, mas as suspeitas foram arquivadas por falta de provas.

José Sócrates vai ser chamado a testemunhar no julgamento do ‘caso Cova da Beira’. O primeiro-ministro é o primeiro nome da lista de testemunhas de Ana Maria Simões que foi pronunciada pelos crimes de corrupção passiva e de branqueamento de capitais relativamente ao concurso e adjudicação da obra de central de tratamento de resíduos sólidos da Associação Intermunicipal da Cova da Beira no final dos anos 90.

A primeira sessão do julgamento está marcada para o próximo dia 14 de Outubro.

O nome de José Sócrates consta na denúncia anónima que deu origem à investigação judicial do caso Cova da Beira. Quando o concurso da central de tratamento de resíduos sólidos foi lançado (1996), José Sócrates desempenhava as funções de secretário de Estado do Ambiente do Governo de António Guterres, tendo a tutela do Programa Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos.

Segundo a denúncia, José Sócrates, Jorge Pombo (então presidente da Câmara da Covilhã) e João Cristóvão (assessor de Pombo) teriam recebido dinheiro do grupo HLC a troco da vitória no concurso da Cova da Beira. O Ministério Público considerou que não havia qualquer prova que sustentasse as suspeitas originais, tendo decidido arquivar o processo contra Sócrates, Pombo e Cristóvão.

Ana Maria Simões foi casada com António Morais – também pronunciado pelos crimes de corrupção passiva e de branqueamento de capitais, por alegadamente ter recebido cerca de 60 mil euros de Horácio Carvalho (presidente do grupo HLC), através de uma conta bancária de que era titular, juntamente com a mulher, na ilha de Guernesey (localizada no canal da Mancha e sob jurisdição britânica), para favorecer o grupo HLC.

Ana Maria Simões sustenta na sua contestação apresentada esta semana no Tribunal da Boa-Hora que foi ‘usada’ por António Morais, de quem se divorciou litigiosamente, acrescentando que desconhecia totalmente a existência da conta bancária na ilha de Guernesey até ao momento em que foi confrontada com a mesma, em 2006, pela Polícia Judiciária. António Morais, por seu lado, assegurou ao Tribunal que os pagamentos do grupo HLC estão relacionados com trabalhos que realizou para aquele este grupo empresarial depois da adjudicação da obra da central de compostagem da Cova da Beira.

Em 1996, quando o concurso da Cova da Beira foi lançado, Morais era director-geral do Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações (GEPI) do Ministério da Administração Interna (por nomeação de Armando Vara) e era professor de José Sócrates na Universidade Independente. Já no Governo de José Sócrates, Morais foi nomeado pelo ministro da Justiça para presidente do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial, tendo apresentado a demissão em Janeiro de 2006, na sequência da requisição de uma funcionária sem realização do devido concurso. in sol.sapo.pt, 7 de Maio


PS com Sócrates favoreceu corrupção

Henrique Neto, empresário e ex-dirigente do PS afirmou hoje, em declarações ao Rádio Clube, que o PS de José Sócrates “favorece, facilita ou não combate claramente a corrupção". Neto comentava assim aquela que lhe parece ser a conclusão sobre a recente aprovação da lei do financiamento dos partidos.

“O partido socialista da era Sócrates favorece, facilita ou não combate claramente a corrupção”. Afirmou Henrique Neto.

O ex-dirigente socialista lembra o pacote anti-corrupção apresentado por João Cravinho no passado, que não colheu o apoio do PS, e acusa os partidos políticos de nunca terem desejado a transparência e diz não ter confiança num parlamento que aprovou, por unanimidade a nova lei do financiamento dos partidos. Para o empresário a decisão não prestigiou a Assembleia da República.

“Os partidos políticos, no seu conjunto, nunca desejaram a transparência. A corrupção sempre existiu nos partidos políticos. Agora passa a estar permitida por lei. A minha confiança nas pessoas que fazem leis destas é muito limitada, não apenas no PS. A lei foi votada por unanimidade”, defendeu o empresário. in publico.pt, 07.05.2009 - 10h29


Freeport

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Os MacCann na Oprah

O caso Maddie é de antologia e tem contornos surreais. A última pincelada de surrealidade foi dada por Gerry McCann no programa de Oprah: então viu que a porta não se encontrava na posição em que a deixou (a porta foi deixada "5 graus" aberta, segundo o que Gerry MacCann afirmou no programa da Oprah Winfrey), e não foi verificar se se encontrava tudo em ordem, simplesmente porque as crianças não estavam a chorar?! Depois há aquela "coisa" dos MacCann terem dito que o "raptor" saiu por uma janela (raptor-acrobata, porque seria mais fácil, e levantaria menos suspeitas, sair pela porta), janela na qual a polícia parece ter encontrado impressões digitais unicamente de Kate MacCann.

Por outro lado até parece haver uma coincidência entre a necessidade dos MacCann voltarem a encher o fundo criado supostamente para encontrar Maddie e a nova campanha publicitária a divulgar a virtual imagem de uma Maddie com 6 anos. Claro que todos compreendemos que é mesmo coincidência... mais que não seja para não sermos processados por difamação... Mas aqui vai uma opinião mais contundente:

The entire Madeline tragedy has finally been shown to be an immoral obscene, moneymaking enterprise. Almost daily it seems, there are new sightings reported or old witnesses suddenly remember incidents and observations 8 months down the line that could not be recalled on the day the child vanished, bulletins are rehashed with a different spin by the family spokesperson invariably at the identical moment as fresh, more relevant news is released.

Sobre as sucessivas "teorias" dos MacCann:

The Mccanns latest theory is that Madeleine wandered off out of the apartment, met her abductor and was whooshed away.

That's all fine except here is Sue Healy on TV on 11.05.07 telling the world something quite different, and something everyone, at the time, was quite prepared to believe:

Transcript - Sue Healy : "Kate and Gerry knew immediately that Madeleine, that someone had broken in and taken Madeleine. There was no doubt in their mind. Madeleine would not have left the apartment therefore - she's a little girl of three".

So it's all change now.

Sue was wrong. Brian too probably - maybe thats' why he looks so cross. There were a couple of other Brians, one in Rothley and one in Manchester, who also went along with the smashed shutters and the the whole pedo smash and grab in the apartment thing.

Kate and Gerry were wrong. Renwick was wrong. Philomena was wrong. Corner was wrong. Trish was wrong. Tricky Dicky too (I am pleased to say).

Last but not least the entire worlds media was also wrong and that also includes Mitchell, Hughes, McGuinness, several PR agencies and not forgetting all the politicans in Westminster who so fervently supported the Mccanns including Alex Salmond and Gordy, all their agents, spin doctors, press attaches, communication experts, and anyone else in the UK who gave money to the millionaire Mccanns fund.

This is a bit like an Ocscar acceptance speech. It's very long and very boring but hey some one has to keep a record of the Mccanns and their lies, or they just might get away with it.

One last thought on Sues frank opinions about what Kate and Gerry knew when they found Madeleine gone. That opening line, "Kate and Gerry knew immediately that Madeleine,"...What was she going to say? Madeleine was dead?.. Kate and Gerry knew immediately that Madeleine was dead?


Outras leituras:

Here it is in all it's glorious 32bit realplayer blocky annimation. Grabbed from a Dutch video the clunk translates as "hup" highlighted in the top picture. The hand gesture Kate used was sweeping and extensive, which suggested a slap either to the face or the body.

Her expression immediately thereafter appears quite stern, cold, and errily detatched.

These parental characteristics that Kate is enacting on camera suggest that either Madeleine was, in her eyes, always deserving of a "good slap" or that on the night in question she had been particulary disobedient.


Sistema educativo que gera analfabetos (e corruptos)

ARF – Falámos há pouco na EFTA. O que é que Portugal teria de fazer para atrair investimentos estrangeiros?

Medina Carreira - Não é só estrangeiro. Investimento para produzir coisas que possamos exportar e que possam ser vendidas cá por serem competitivas. Uma economia que possa exportar e que substitua importações. Investimentos próprios para isso. Mas com o sistema educativo que gera analfabetos que não sabem fazer contas o senhor não arranja mão-de-obra. Se o senhor tiver uma burocracia infernal não investe. Ainda alguém me dizia há pouco tempo que tinha um PIN encravado há três anos. Com esta corrupção, com esta justiça que não ataca corruptos mas que condena pilha galinhas, não temos mercado de arrendamento, a lei fiscal não está bem e os tribunais fiscais não funcionam acham que alguém vem investir cá? Para arranjarem uma licença camarária têm de comprar o presidente da Câmara? Isto não é possível.

PERFIL

Henrique Medina Carreira nasceu em Bissau a 14 de Janeiro de 1931. Licenciado em Ciências Pedagógicas e em Direito, frequentou ainda o curso de Economia, que não concluiu. Secretário de Estado do Orçamento no VI Governo Provisório, foi ministro das Finanças entre 1976 e 1978, tendo negociado um empréstimo com o FMI nesse período. in correiodamanha.pt, 03 Maio 2009 - 00h30


Ensino em Portugal é uma intrujice

ARF – O investimento estrangeiro não vem para cá neste estado de coisas?

Medina Carreira - Não. Nós tivemos nos anos 60, 70 um factor de grande atracção de investimento. Foi a nossa entrada para a EFTA e o baixos salários. Como nós podíamos exportar com facilidade muita gente veio investir em Portugal. Muitas coisas que os senhores vêem das manufacturas, das montagens de automóveis, das cabelagens, dos electrodomésticos, do concentrado de tomate, da beterraba, isso veio tudo para aqui nessa altura. Porque o investidor nacional e estrangeiro vinham beneficiar de um factor favorável do ponto de vista do capital que era o salário baixo. Além de outros factores atraentes nessa época. Como a inexistência de sindicatos, ordem nas ruas e essas coisas que atraem o investidor.

LC – Mas o principal factor, os salários baixos, não era o ideal.

- Mas o ideal do ponto de vista da mão-de-obra não é este que se prega aqui. Nós para termos uma mão-de-obra que ganhe bem temos de ter outra escola. Nós não podemos andar a formar analfabetos e depois dizermos para arranjarem empregos bons a esta gente. A gente tem de ir à escola.

ARF – Aumentar a escolaridade obrigatória nestas condições é uma ideia má?

- Teoricamente é uma boa medida. Como mexer na Justiça também seria uma boa medida.

LC – Mas é preciso que a escola seja boa.

- Agora mexer na escola e ficar tudo na mesma não interessa. Se os alunos estiverem lá e são tão bons os bons como são bons os maus, quer dizer, anda lá um número grande a atrapalhar o trânsito, em nome de uma coisa esquisitíssima e que eu não aceito que é a escola inclusiva. Ora, a escola é inclusiva se as pessoas estão lá para aprender. Se não estão para aprender têm de ir para outro sítio. Um estádio de futebol, põe-se lá toda a gente aos pontapés na bola. Agora, na escola só pode estar quem queira aprender. Mas isso tem de ser aferido. Nós temos todos os anos de verificar se eles aprenderam.

ARF – Têm de ter exames, não é?

- Fazer exames. Nós temos de ter programas decentes, feitos por intelectuais, por artistas, por técnicos. Nem sei quem é que os fez. São uns programas horríveis, os manuais são de fugir. E depois inverte-se tudo. Nós não podemos ter professores a ensinar bem se os alunos nem os ouvem. O senhor pode arranjar 200 mil catedráticos que não consegue ensinar esta gente. Porque eles não querem aprender. Oitenta por cento dos que estão lá não querem aprender. Bons são sempre bons. Quando nós éramos crianças também havia bons e havia maus. E havia uns médios e estes estudavam por causa dos exames.

LC – Seriam a maioria.

- Isso foi ontem, é hoje e será na próxima geração. Agora não. Temos os bons que eram bons e temos o resto. E como não há exames nunca chega a ocasião para estudar. Portanto isto é uma falsificação. O ensino em Portugal é uma intrujice. Uma intrujice cara. E depois inverte-se isto. Vamos avaliar os professores, nem sei quais são os critérios. No estado em que aquilo está parece-me uma tontice, mas não se avaliam os alunos. Isto tem pés e cabeça? Isto é de uma sociedade de gente com juízo?

ARF – Esta nossa escola é uma certa escola, que dura há anos e anos.

- É uma escolinha. Não é uma escola, é uma escolinha. É um grupo de gente que está a praticar um crime gravíssimo que vai liquidar uma geração. Se não mais. Mas a próxima geração maioritariamente está liquidada. As pessoas não aprendem a língua. Nós pensamos em português. Se a gente não sabe bem português não pensa bem. Nós não sabemos fazer contas, nós não sabemos geografia. Se perguntarem a um rapazito qualquer onde é que é Washington não faz ideia nenhuma, é capaz de dizer que é na Ásia.

LC – Acha que a geração que vai estar no mercado de trabalho daqui a dez , vinte anos vai ser pior?

- Vai ser cada vez pior. Porque está a enraizar-se esta decadência do ensino. O ensino está numa decadência profunda. idem


Gangrena

LC – Muito bem. O que temos em cima da mesa é um primeiro-ministro chamado José Sócrates, uma líder do PSD chamada Manuela Ferreira Leite e depois temos os outros partidos. Qual é a solução para sair desta situação que acaba de nos relatar?

Medina Carreira - Eu acho que é muito difícil sair da situação porque os partidos estão gangrenados. Os partidos não trabalham em função de valores, de ideologias, de objectivos, de programas. Os partidos trabalham em função do assalto ao Orçamento. Porque o Orçamento dá para colocar os amigos, dá para fazer negócios.
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ARF – Não perceberam que vivem em Portugal?

- Não. Porque cada um tinha uma concepção. António Guterres era palavreado. A política de Guterres era saber quantos por cento do PIB iam para a Educação. O que se fazia com os tais por cento era indiferente. Este que está lá agora, o José Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem e circo. Desde a primeira hora. É gente de circo. Eles prezam o espectáculo. Porque eles não percebem que os problemas não se resolvem com espectáculo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade, para sobreviver. E sobreviver para continuar a tomar conta do dinheiro do Estado, para pôr os amigos e negociar com os amigos.

ARF – Mas o tacho tem um fundo.

- Pois tem. Foi o que o Estado Novo não percebeu. Que aquilo tinha de acabar e estes se calhar vão perceber tarde demais que isto tem de acabar. Porque se nós continuarmos num nível de empobrecimento relativo isto não vai dar um bom resultado.


Rico país...

2,2 mil milhões perdidos em negócios militares

A execução dos projectos de investimento estrangeiro obtidos com a compra de equipamento militar para as Forças Armadas é um autêntico fiasco: a meio do prazo de aplicação dos contratos de contrapartidas desde 2002, os fornecedores só cumpriram ainda com 22 por cento da verba total prevista, de 2,9 mil milhões de euros. Em plena crise económica, mais de 40 empresas portuguesas correm sérios riscos de perder oportunidades de negócio no valor de 2,2 milhões. A situação é tão grave que a própria Comissão Permanente de Contrapartidas considera "já inexequível" o programa dos submarinos, onde está por cumprir 75 por cento do contrato. in correiodamanha.pt, 04 Maio 2009 - 02h11


Portugalinho: o regresso da PIDE (2)

Em dez anos, João Ubaldo Ribeiro foi duas vezes censurado, no nosso País, por um zeloso vigilante da moral. O grupo proprietário da cadeia de supermercados Jumbo, voltou a pôr, no seu Índex privado, A Casa dos Budas Ditosos, por sinal um belíssimo romance. Acusação: o livro "é um produto pornográfico". Ubaldo é baiano, escritor importante, viveu em Portugal, e já foi distinguido com o Prémio Camões, valha isso o que valer. Em condições outras, a extraordinária proibição suscitaria, entre os "intelectuais" portugueses, um alarido de protestos, de abaixo-assinados, de repulsa, e a comunicação social seria levada a transformar a vergonha em causa.

Nada disso aconteceu. Os "intelectuais" portugueses andam tão exaustos de escrever livros maus, de participar em colóquios ridículos, debates patéticos, conferências inúteis no estrangeiro, que são indiferentes às minudências da solidariedade para com os seus camaradas. Neste caso, a João Ubaldo Ribeiro.

Que abstrusos critérios levaram alguém do Jumbo a apontar à execração o romance do brasileiro? Que conceito de "pornografia" possui o pequeno Torquemada de supermercado? E de que extraordinário poder dispõe, que iluminada noção de valores contém, com que espírito superior foi bafejado para assim atirar pedras a uma obra literária editada em numerosos idiomas? E, sobretudo, quem é ele? Esse "ele" não tem nome, como aqueles blogues que insultam, injuriam, mentem, caluniam com absoluta impunidade. Esse alguém, misterioso e, certamente, crudelíssimo, de olho feroz e ânimo comprometido com as trevas, usa uma "agência de comunicação" para revelar as suas tristes decisões. Não dá a cara: é um esboço de pessoa, um ser vago, estéril, arfante de gozo como todo o censor que se preza.

O romance foi proibido no supermercado e - insisto - que fizeram os nossos desenvoltos "intelectuais"? Limitaram-se ao silêncio que tem sido a capa da cobardia na qual se envolvem. Nelson de Matos, o editor, diz que tem recebido solidariedade de "gente grada". Ninguém sabe, ninguém viu, como se canta no samba. Essa "gente grada" também não tem nome? Protesta por sussurro? Telefona-se com cauta indignação e voz baixinha? Então, e a APE, e a SPA, também andam meio aladas?

Ao longo dos últimos vinte anos temos assistido à mais vil das demissões daqueles que deveriam arriscar o ónus da sua pretendida importância. Habita, neste mutismo miseravelmente defensivo, uma viscosa e esgueirada indignidade. Claro que é uma imprudência, um perigo, um desafio alguém afrontar os poderes que se constituíram como as estruturas da sociedade. Porém, há ocasiões em que os "intelectuais" têm de estar à altura das circunstâncias - as próprias e as históricas. Baptista-Bastos, dn.pt, opinião, 6 de Maio (título original: Os ausentes da indignação)


Vasco Granja (1925-2009)

Não obstante todas as piadas que fizemos a propósito do programa deste homem, nunca saberemos o quanto lhe devemos em termos da formação da nossa sensibilidade estética. Era a diferença, era a surpresa de programa para programa, era o reconhecimento da animação como cinema... e nunca isso nos impediu de esperarmos todas as semanas pelo programa, desejosamente.

Obrigado, Vasco Granja! in artedoperigo2.blogspot.com, 6.5.09


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