2008/02/20

Impressing the Czar







O Royal Ballet of Flandres colocou a sua transcendente técnica e arte ao serviço de um agregado de quadros coreografados por William Forsythe que parodiam o classicismo (o andamento do quarteto de cordas de Beethoven que serve de base musical ao primeiro quadro é transfigurado até ficar com um ritmo "tcha-tcha-tcha"), sendo a cenografia de Michael Simon. Um Forsythe conhecido pelo seu estilo neo-clássico abriu-se às influências do "teatro-dança", cuja origem foi lá mais para o centro da Europa, assim como às estéticas minimais mas, em Impressing the Czar, criação de 1988, são sobretudo evidentes influências da obra de Anne Teresa de Keersmaeker. O resultado é interessante e o coreógrafo mantém os "rasgos" neo-clássicos que sempre o caracterizaram, mas não se pode dizer que William Forsythe conseguiu construir um estilo singularizado. Outra observação seria a inexistência de uma coesão estilística no interior desta obra. Isso é evidente na fraca relação entre o primeiro e o segundo quadros. AST (fotos: Álvaro Teixeira. Todas as imagens são do primeiro quadro, excepto a última)


10.000 anos!

«o país piorou porque os mais ricos têm hoje uma arrogância como nunca tiveram», dando Louçã o exemplo das indemnizações recebidas por cinco ex-administradores do BCP - 80 milhões de euros.

Nas contas do deputado e economista, «esta pequena indemnização são dez mil anos de salários de um português». in Diário Digital (21-02-2008 13:45:00)


Sensações reais...

A sensação de que existem crimes que permanecem impunes, porque quem os comete consegue manobrar o sistema, é uma sensação real... Helena Pinto in Meia-Hora, 21 Fevereiro 2008, pag 4


Faça a diferença

Aplique esse valor em acções reais de redução da pobreza extrema e de melhoria de condições de vida dignas, tais como: saúde, alimentação, água potável e educação.

Ao preencher os impressos para o IRS, no quadro 9 do anexo H, linha 901, com o Número de Identificação Colectiva da oikos (NIPC: 502 002 859) pode destinar 0,5% do valor final colectado do seu IRS para os projectos que desenvolvemos.

A transparência é um dos nossos valores. A oikos é a primeira ONGD portuguesa com Relatório de Sustentabilidade, com validação externa pela SGS. As actividades e os Relatórios de Gestão e Contas, Auditoria externa e sustentabilidade estão disponíveis em www.oikos.pt



2008/02/19

Cholos!*

Buenos Aires, 19 de febrero (Reporter). La cantante mexicana Paulina Rubio deberá desembolsar unos 5 mil dólares por haber posado desnuda y sólo cubierta por la bandera de su país para una producción fotográfica en una revista española.

La Dirección de Fomento Cívico de la Secretaría de Gobernación mexicana determinó que la cantante de "Y yo sigo aquí" había deshonrado a la bandera en la atrevida foto para la edición española de la revista Cosmopolitan.

La multa -de 53 mil pesos mexicanos- representa más de 250 veces el salario mínimo de México, una dura condena por haber ofendido a uno de los símbolos de la nación azteca. Es más, si se comprueba que Rubio cobró por esa producción, el castigo se cuadriplicaría, ya que el delito se agrava si significó una ganancia monetaria para quien ofendió a la patria.

Sin embargo, la fotógrafa involucrada -la mexicana Teresa Peyrí- dijo que las imágenes correspondían a un proyecto suyo de 2002, en donde 36 famosas se vestían de hombres para quitarse de a poco la ropa.

"Paulina se vistió de mariachi -declaró Peyrí a la prensa mexicana- se fue desvistiendo y terminó con la foto de la bandera. Pero fue sin fines de lucro, no cobró ni un duro".

in http://ar.entertainment.yahoo.com (martes 19 de febrero, 12:01 AM) *cholo = labrego

Paulina! Amiga! A crítica está contigo!





2008/02/16

Quem "desaconselhou" os alunos de alguns conservatórios regionais a participarem na manifestação? (fotos: António Ricardo Baltazar)

Ana Paula Russo, António Vitorino d'Almeida e Mário Laginha actuando contra a política do governo. No melhor estilo chico-espertista a ministra da educação anunciou mais dinheiro para o ensino da música (à sua moda) na altura em que os estudantes dos conservatórios se manifestavam em frente ao parlamento, mas não disse quantos e quais os artistas produzidos pelo sistema integrado que a ministra deseja e que existe há muito no conservatório de Braga (a outra vertente que ela preconiza, o ensino da música como actividade de complemento curricular nas escolas do ensino básico, resultará na bandalheira e indisciplina que caracterizam estas escolas, apesar do esforço e dedicação dos professores que a ministra parece detestar, vá-se lá saber porquê... Todos sabemos que nada de muito grave acontece aos pequenos vândalos que insultam os professores e aterrorizam os colegas. Foi necessário vir o Procurador-Geral da República dizer que esta situação não pode continuar para que os crimes contra os professores passassem a ser tratados com a gravidade que de facto têm). Seria curioso se fosse verdade o que "por aí" consta: uma familiar da ministra fez testes de entrada para uma escola de música pública e foi rejeitada por carência de requesitos ao nível da musicalidade e da audição, acabando por ser admitida numa academia particular onde completou o 8º grau de flauta com uma nota fraca. Acreditamos que o impto reformista da ministra nada tem a ver com esta situação (...) e a familiar da ministra não tem de todo culpa das atitudes desta, além de que esta "notícia" pode não passar de um "disse que disse" que nos fizeram chegar aos ouvidos. No dia seguinte à manifestação dos artistas o primeiro-ministro reuniu com os professores militantes do seu partido para os convencer da bondade das políticas do governo para a educação. Parece que foi assobiado... Mas lá por ter ouvido assobios, eventualmente afinados, não venha acusar os músicos... Partido Socialista, cujo ex-secretário-geral e ex-Presidente da República Mário Soares, alertou, no congresso dos sindicatos que aconteceu no dia da manifestação, para o facto de Portugal ser o país da Europa onde se verificam mais desigualdades. No mesmo lugar, o secretário-geral da confederação dos sindicatos afirmou que as desigualdades terceiro-mundistas que se verificam em Portugal, onde cerca de 10% da população detém mais de 70% da riqueza, devem-se à corrupção. Não é o primeiro a dizê-lo. Nem será o último...





2008/02/14

Ética

Steven Spielberg não aceitou continuar no cargo de conselheiro artístico para os Jogos Olímpicos de Pequim porque a China não tem feito o que deveria e poderia fazer para acabar com o genocídio que está a acontecer no Darfur.

<"Neste momento, não quero consagrar o meu tempo e a minha energia às cerimónias olímpicas, mas quero fazer tudo para que terminem os crimes inomináveis contra a humanidade que continuam a ser cometidos no Darfur", frisa o cineasta.

Recorde-se que a China é um dos maiores parceiros económicos do Sudão e os seus laços com o regime de Cartum são considerados um dos "travões" aos esforços internacionais para fazer pressão sobre o Governo sudanês no que diz respeito ao problema do Darfur.

A colaboração de Steven Spielberg com as autoridades chinesas no âmbito dos Jogos Olímpicos de Pequim fora criticada pela actriz americana Mia Farrow, embaixadora itinerante da Unicef - organismo das Nações Unidas para a infância. A decisão de Spielberg foi saudada pela Human Rights Watch, uma organização não governamental de defesa dos direitos humanos.> in http://dn.sapo.pt (14.02.08)

Pessoas como Mia Farrow e Spielberg provam que a consciência ética existe. Consciência ética que o governo português esqueceu durante a última-última presidência portuguesa do Conselho da Europa e na Cimeira Europa-África, em Lisboa.


2008/02/12

Ayaan Hirsi Ali

Os holandeses retiraram-lhe a protecção porque ela - ex-eurodeputada pela Holanda e um dos principais alvos a abater pelos islâmicos - disse que Maomé foi um tirano e um perverso. A França vai atribuir-lhe nacionalidade francesa e protecção. Viva a França que uma vez mais demonstra estar pelo menos um degrau acima de uma ficção chamada União Europeia.


Tata Güines


Morreu nesta segunda-feira o percussionista cubano Federico Aristides Soto, conhecido como Tata Güines.

O músico ficou famoso em Cuba a partir da década de 50 ao criar um formato rítmico mais experimental. Nos últimos anos, se destacou por sua participação em diversos shows da nova geração de músicos cubanos de jazz.

Tata Güines nasceu em 18 de junho de 1930. Em 1942, ele começou a tocar bongô e contrabaixo e aprendeu os rudimentos da musica cubana.

O percussionista chegou a se apresentar em Nova York, onde viveu por dois anos, ao lado de nomes como Joséphine Baker, Frank Sinatra e Charlie Parker. in http://musica.terra.com.br (Segunda, 4 de fevereiro de 2008, 12h53)


Aceder às complexas estruturas e intrincado volteio deste álbum de Sun Ra é um desafio de grande envergadura, mesmo para ouvintes habituados à abstracção do free jazz de Ascension, de John Coltrane, por exemplo, com o qual The Magic City em parte desafia comparação, ou da música do Séc. XX de autores tão diferentes como Anton Webern, Alban Berg, Edgar Varese, Bela Bartók, Luigi Nono, Karlheinz Stockhausen, Pierre Boulez ou Frank Zappa. Por este disco assombroso passa toda uma multiplicidade de estados de alma, da alegria exuberante, à introspecção melancólica, humor sardónico e terror sinistro (aqui arrepiantemente administrado pelo uso que Ra faz do claviolino, um dos muitos instrumentos de teclas que o músico utilizou, alguns deles por si inventados). Sun Ra a gerir a mistura dos diferentes timbres instrumentais, sublinhando as suas intervenções com ecos do saxofone de Marshall Allen e do contrabaixo de Ronnie Boykins, até toda a banda entrar em acção. É assim a abertura de The Magic City (referência à Birmingham natal de Ra, estado do Alabama), disco de 1965, gravado em Nova Iorque com a Solar Arkestra. Originalmente publicado pela El Saturn, a editorazinha caseira de Herman 'Sun Ra' Blount, foi reeditado em 1993 pela Evidence Music. Grande música cósmica (uma evidência...) e um dos melhores exemplos em disco da visão afro-ancestral-futurística-espacial do mestre. Ra-novatos devem considerar seriamente a oportunidade de procurar outras portas de entrada neste universo, porque alguns dos discos da década de 60, como The Magic City, ou When Sun Comes Out, The Heliocentric Worlds of Sun Ra (Vols. I e II), e Other Planes of There, podem efectivamente representar uma carga de trabalhos insustentável para quem ainda não tenha calo ou não esteja preparado para entrar na nave espacial, a caminho de Saturno. Sun Ra and his Solar Arkestra - The Magic City (Evidence Music) in http://jazzearredores.blogspot.com (12.2.08)