2009/08/25

Sarkozy obriga bancos a rever política de bónus

Os principais bancos franceses concordaram hoje, depois de uma reunião com o presidente Nicolas Sarkozy, em limitar a forma como atribuem prémios de remuneração e incluiram penalizações para corretores que perdem dinheiro para as suas empresas.

A medida surge após uma nova polémica envolvvendo os bancos que rceberam ajudas públicas e que, no final, acabaram por distribuíram bónus significativos.

Sarkozy censurou os que regressam à política de bónus desmedidos e advertiu contra quem permita que os sinais de recuperação económica levem a uma reincidência de um "comportamento irresponsável". "Apesar dos primeiros sinais de estabilização estarem aí, vemos os maus hábitos regressarem. Não posso aceitar isso", disse na reunião com os banqueiros.

Sarkhozy reuniu-se com os responsáveis dos principais seis bancos franceses. A saída, Baudoin Prot, presidente do BNP Paribas, o maior banco francês, disse aos jornalistas que os chefes dos seis principais bancos que se reuniram hoje Sarkozy prometeram tentar ser "exemplares" na sua política de bónus. Mas sublinhou, contudo, que as novas medidas "têm de ser aplicadas internacionalmente" para manter os bancos franceses competitivos.

O presidente francês anunciou, por seu lado, que o antigo director do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michel Camdessus, ficará encarregue de controlar as remunerações nos bancos franceses que receberam a ajuda financeira do Estado.

Sarkozy prometeu pressionar o G20, o grupo das economias mais desenvolvidas do mundo, que se reúne em Setembro nos Estados Unidos, a adoptar medidas para inverter a política de concessão de bónus que se reflecte numa atitude arriscada por parte da banca podendo resultar - como resultou presentemente - em crise financeiras futuras.

Disse ainda que vai discutir uma iniciativa francesa sobre os bónus internacionais durante reuniões com a chanceler alemã Angela Merkel na próxima semana.

Os bónus dos corretores "são um assunto fundamental, porque a opinião pública não aceitará, depois da crise que vimos, que o mundo volte ao que era antes", disse Sarkozy. Lusa in publico.pt, 25.08.2009 - 19h54