ORQUESTRA DE CÂMARA DE WIEN
Direcçäo e Violino: Jogi Hattori
Por Lívios Pereyra
Esta orquestra apresentou-se ontem, dia 7, com o reciento do Teatro Cólon totalmente cheio de um público entusiasta e amável que ganhou dois extras fabulosos: o Romance para violino de Svenski, adpatado para orquestra reduzida pelo violinista, e a Polcka de Chostkovitch em que o agrupamento fez justiça à sua impecável técnica e precisäo nos pizzicatos.
Na primeira parte tivemos um Mozart divino. Sobretudo o Concerto 5 para violino, kw 219. Simplesmente divino! Afinal orquestras modernas podem interpretar com sublimidade repertório antigo como é este primeiro Mozart.
Mas o seguimento do concerto mostrar-nos-ia que orquestras modernas (e famosas!) também praticam a desafinaçäo onde menos se espera...
Na segunda parte escutamos a "Meditaçäo sobre um antigo coral checo - St. Wenceslaus", op. 35a de Josef Sük. Simplesmente belo e interpretado com inspiraçáo!
Foi na Serenata para Cordas em Mi maior op.22 que o agrupamento "descarrilou". Ainda que momentâneamente. Mas de um agrupamento destes espera-se, no mínimo, a perfeiçäo técnica. Por isso näo nos conformamos!
Moderato: foi bem. Tempo de valsa: começam as desafinaçöes. Interpretaçäo demasiado plana. Falta de rasgos dinâmicos e inexistência de pontuaçäo. Scherzo: continuam as desafinaçöes e a falta de imptuosidade dinâmica. Parece que se quer tudo "bem feito", sem riscos interpretativos, mas as desafinaçöes goram este "bem fazer". Largheto: O único momento poético, belo e perfeito desta interpretaçäo. Finale: Foi bem.
Que dizer mais?
O violinista é bom e tem "rasgos". Como director é bastante razoável. Numas obras mais que noutras.
Básicamente foi um bom concerto ao qual seguramente ninguém se arrependeu de ter ido.