ORQUESTRA FILARMÓNICA DE BUENOS AIRES
Direcçäo: Milen Nachev
Piano: Armen Babakhanian
Programa
Toru Takemitsu
Requien para cordas
Aram Khachaturian
Concerto en Ré bemol mayor para piano y orquestra
Johannes Brahms
Sinfonia nº2 en Ré mayor para piano y orquestra
Por Lívios Pereyra
A peça de Takemitsu ou é pouco interessante ou foi mal interpretada e nós inclinamo-nos francamente para esta última possibilidade.
A primeira parte foi salva pelo concerto de Khachaturian interpretado virtuosísticamente por Armen Babakhanian. É uma obra com interesse e a Filarmónica de Buenos Aires soube desempenhar o papel exigido, contribuindo para valorizar uma obra que "pede" uma orquestra capaz de elevados desempenhos.
Uma primeira parte de enorme interesse apesar da linearidade monótona da interpretaçáo da obra de Takemitsu.
Está claro que um maestro täo vocacionado para Brahms teria dificuldade em fazer da música do japonês um momento memorável, coisa que conseguiu com o romântico austríaco que interpretou de forma quase paradigmática.
Foi de facto uma sucessäo de momentos memoráveis esta leitura que Nachev fez do austríaco (considerado chato por uma infinidade de melómanos) à frente da "filarmónica".
Filarmónica esta que demonstrou ser uma grande orquestra, ainda que com debilidades pontuais no naipe dos violoncelos e uma desafinaçäo (sem exemplo ao longo de toda a sinfonia), nas trompas.
Básicamente tivemos uma afirmaçäo absolutamente sustentada das cordas, tirando o que já foi dito dos "vlc", um poderosíssimo "naipe" de trombones, incluindo a tuba e umas madeiras absolutamente invejáveis, destacando-se os primeiros fagote, clarinete e oboé.
Um grande momento, melhor, uma colecçäo de grandes momentos oferecidos pela Filarmónica de Buenos Aires sob a batuta de Milen Nachev. Tudo isto no Teatro Colón que alguém na sala de imprensa definiu como o teatro de ópera com melhor acústica do mundo.
Bravo Filarmónica!