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2010/02/18

Caça ao livro *

O livro do ex-inspector da polícia judiciária Gonçalo Amaral “A Verdade da Mentira” vai continuar retirado das livrarias, decidiu a juíza Maria Gabriela Cunha Rodrigues, que julga a providência cautelar entreposta pelo casal McCann.

Da mesma forma o vídeo em que Gonçalo Amaral defende a tese de que os pais de Maddie McCann estão envolvidos no seu desaparecimento, vai continuar a não poder ser emitido.

Nem o ex-inspector da judiciária nem a TVI, puderam referir-se ao assunto. A juíza transmitiu a sua decisão esta manhã aos advogados, no seu gabinete, no Palácio da Justiça, em Lisboa.

Esta decisão poderá ainda ser objecto de recurso, como aliás está a ponderar o advogado da TVI, Miguel Coroadinha.

A este incidente processual que é a providência cautelar, seguir-se-á a acção principal que tem em vista a retirada definitiva do livro do mercado. Publico.pt, 18 Feb

* como no tempo da Inquisição.


Ninguém quer substituir o Inginheiro

João Cravinho, durante o seu programa semanal de opinião na Rádio Renascença, considerou que “ninguém quer substituir José Sócrates”, seja dentro do partido, na oposição ou na Presidência da República. “Ninguém quer substituir Sócrates, aliás, não é só no PS. Não há nenhum movimento no PS nesse sentido como não há, curiosamente, nenhum movimento na oposição para substituir Sócrates nem o Presidente da República quer que Sócrates seja imediatamente posto perante a opção de saída. A grande prioridade do Presidente é que haja um orçamento aprovado e publicado”, afirmou.

O antigo ministro de António Guterres insistiu que o PSD teria um “susto enorme” se “fosse obrigado a assumir o poder”. E acrescentou: “É a última coisa que o PSD quereria na vida”. Sobre as várias reuniões do PS marcadas para os próximos dias, Cravinho considerou que são “muito importantes” e que há muito tempo que deveria ter sido promovido o debate interno. “É importantíssimo que o partido se revitalize, que não se deixe reduzir a um seguidismo sem debate e sem opinião”, acrescentou.

“É muito importante que os órgãos do partido se reúnam. É muito importante que Sócrates dê a estes órgãos o seu ponto de vista e faça perante eles uma afirmação forte, sólida e robusta de não envolvimento, em nenhuma circunstância, daqueles casos que lhe são imputados e que ele tem que frontalmente desmontar”, defendeu, em declarações à mesma rádio.

No que diz respeito à alegada ingerência do Executivo nos meios de comunicação social, entende que falar-se de falta de liberdade de expressão “é uma fantasia que não tem qualquer base na sociedade portuguesa” e que “quem fala assim não sabe o que era o período antes do 25 de Abril”. Cravinho afirmou, também, que o trabalho mais importante da comissão de Ética, Sociedade e Cultura será discutir a concentração de meios de comunicação social.

Sobre o comportamento da Portugal Telecom depois das notícias que diziam que a operadora tinha instruções do Governo para comprar e controlar a TVI, Cravinho disse estranhar o “silêncio” da empresa perante factos “extremamente lesivos” para a sua imagem. idem

Nota: deixemo-lo (ao "inginheiro") cair de maduro...


A liberdade de imprensa estava de facto a ser condicionada *

Rui Pedro Soares renunciou ontem ao seu cargo na comissão executiva da Portugal Telecom (PT), na sequência das buscas ao seu gabinete de trabalho realizadas na passada segunda-feira, por procuradores do DIAP de Lisboa e investigadores da Polícia Judiciária de Aveiro. Simultaneamente, idêntica diligência teve como alvos o antigo espaço ocupado na PT por Paulo Penedos, ex-assessor jurídico de Pedro Soares, e os gabinetes de gestores da Taguspark, em Oeiras.

Rui Pedro Soares é administrador não executivo desta gestora do parque tecnológico (em representação da PT), cuja comissão executiva é presidida por Américo Thomati, integrando ainda João Carlos Silva, ex-presidente da RTP. Rui Pedro Soares e João Carlos Silva são referenciados nas escutas divulgadas na semana passada pelo semanário Sol, cuja saída para as bancas foi alvo de uma providência cautelar subscrita pelo gestor que ontem se demitiu, após ter sido indeferida uma pretensão análoga de Fernando Soares Carneiro, que tal como Rui Soares integra a administração da PT em representação do accionista Estado.

Desde há três dias, o processo da Face Oculta tem mais uma investigação pendente no departamento de luta contra a criminalidade económica do DIAP de Lisboa, de que é responsável a procuradora Teresa Almeida. O ponto de partida são certidões extraídas do processo-mãe, nomeadamente transcrições de escutas com presumíveis alusões a um eventual favorecimento de Luís Figo, ex-internacional de futebol e hoje empresário. O inquérito ainda não tem arguidos constituídos e a apreensão de documentos em formato de papel e digital deve ter sido determinada pela necessidade de preservação de provas.
...
Com a renúncia de Rui Soares anunciada ontem à tarde, fica por esclarecer o futuro de Soares Carneiro na PT, mas, para a comissão de trabalhadores da empresa, há outras questões carecidas de resposta. "O Rui Pedro Soares renunciou ao cargo de administrador executivo da PT, mas nós queremos saber quais os contornos da renúncia e se ele vai manter alguma ligação ao grupo", disse ao PÚBLICO o presidente da comissão, Francisco Gonçalves.

Regra geral, a renúncia a um cargo não implica o pagamento de compensações, ao contrário de uma destituição que só não acarreta encargos quando há justa causa. Não havendo justa causa, os prejuízos sofridos com a demissão acarretam o pagamento das remunerações devidas até ao fim do mandato. ibidem

* fazer comparações com o que acontecia antes do 25 de Abril não passa de um exercício de vacuidade extrema.

2009/10/15

O estágio para a estupidificação continua

Há pouco vi uma "miúda" toda pintada e perguntei-lhe se aquela parvoíce ainda não tinha acabado. É que eu sou da segunda fase, respondeu com ar de "que remédio".

Mais tarde outra disse-me: "ali na cantina velha até puseram os caloiros de gatas".

Eu acho estas práticas um grande mal para o país. Acho que estas práticas criam e estabilizam um credo na autoridade vazia (os "veteranos", expressão militar) que corresponde à essência do credo no grande chefe fascista: obedecer sem questionar. Estas práticas são anti-constitucionais.

Volto a repetir: considero estas práticas um mal maior já que estão a deformar os futuros quadros do país. Considero-as absolutamente inaceitáveis no ensino público, onde os "veteranos" só pagam uma pequenina parte dos custos reais que dão à sociedade. Para grandes males há sempre grandes remédios. É necessário um governo corajoso que acima de tudo ponha os direitos individuais, a liberdade e a democracia, à frente das tradições trogloditas (no Afeganistão a tradição manda apedrejar as mulheres...). Haja coragem!

2009/10/14

MMG vai voltar?

A Entidade Reguladora da Comunicação divulgou hoje a deliberação sobre o fim do Jornal Nacional de sexta-feira da TVI, que considera ter sido uma interferência ilegal da administração na esfera da direcção editorial. O regulador diz ainda que vai avançar com um processo contra-ordenacional para apurar a responsabilidade sobre este episódio.

A deliberação da ERC já estava pronta ontem mas só hoje foi divulgada, após notificação das partes envolvidas. Nela, o regulador dos media conclui que o fim do Jornal Nacional de sexta-feira, da TVI, apresentado por Manuela Moura Guedes e cancelado, por ordem da administração da empresa no dia 3 de Setembro, foi “contrário à lei e lesivo da autonomia editorial e dos direitos dos jornalistas”.

A ERC acusa ainda a administração da TVI de misturar “matéria de gestão empresarial e matéria editorial e afirma que vai “iniciar um procedimento visando o apuramento da responsabilidade contra-ordenacional”.

O regulador afirma ainda que este episódio será tomado em consideração “no momento da avaliação intercalar prevista no artigo 23º da Lei da Televisão”.

Mas o documento vai mais longe e considera ainda “lamentável” o timing da decisão de cancelamento do dito jornal no dia 3 de Setembro, “em pleno período eleitoral e na véspera da data do reinício do ‘Jornal Nacional de Sexta’”, que entretanto estava para regressar de um interregno de férias logo no dia 4. Público, 14.10, 14h13

Nota: se voltar esperemos que se continue a dedicar ao Freeport e à Cova da Beira, mas também aos Submarinos do PP, aos Sobreiros da Portucale e por aí fora...

2009/10/01

As elites piolhosas e as outras

Um país sem "elites" de qualidade (que implica dimensão e "substância" humana) está condenado a definhar, disse o filósofo tal. Quando olho para Portugal vem-me sempre à memória esta máxima e quanto melhor olho mais esta máxima parece adquirir consistência lógica.

Quando ambos os invasores (nazis e russos) espartilharam a Polónia a primeira coisa que fizeram foi eliminar as suas elites, porque sabiam que o poder da "alma" polaca residia em parte nelas. Não lhes adiantou: Chopin já tinha imortalizado as danças populares polacas nas suas Polonaises e Mazurkas: mesmo que a Polónia desaparecesse completamente aquelas pequenas peças haviam de a imortalizar ad-aeternum. Em Portugal, se invasores houvesse, não necessitariam de eliminar as elites porque as "elites" portuguesas antes da invasão se concretizar já estariam a denunciar os seus compatriotas e a lamber as botas aos invasores. Não seria caso único na história, é certo, mas seria um caso antológico, dado tratar-se (segundo afirmou o poeta ex-deputado Manuel Alegre) da "mais velha nação da Europa".

As "elites" portuguesas para além de serem asquerosas são ruins. E são ruins não só nem essencialmente por serem mediocres: são ruins porque incarnam o "mal", ou pelo menos duas facetas do "mal": a maldade e a perversidade. O desprezo que Eça de Queiroz manifestou pelas "elites" portuguesas não teve origem só na constatação da sua mediocridade: é impossível desprezar-se e ridicularizar-se daquela maneira seres "somente" mediocres.

Bem isto a propósito de mais uma cena que testemunhei ontem (30 de Setembro) na Cinemateca Portuguesa (em Lisboa): um senhor parece ter feito uns ruídos com uns sacos de plástico que levava com ele. Levar sacos de plástico para a cinemateca pode ser já um risco face aos m........ dos supostos "artristas" e "intelectuais" que por lá aparecem de tempos a tempos. Ao entrar com um saco de plástico deve-se ir preparado para confrontar o primeiro "intelectual" ou "artrista" tugolês que comece a chatear mandando "bocas" ou assumindo poses de um desprezo irritante e provocante.

Portanto, para evitar chatices aconselho a não levar sacos de plástico para os filmes, na Cinemateca Portuguesa, em que previsivelmente os jovens tugoleses "artristas" e "intelectuais" por lá apareçam (claro que não são só os jovens, mas quando se trata de jovens é muito mais preocupante pois conclui-se que Portugal não mudou rigorosamente nada).

O tal senhor lá fez os ruídos com os sacos de plástico e claro que alguém se sentiu muito incomodado, mandando "bocas" ao senhor. A coisa, se entre gente normal estivessemos, ficaria por ali, esperando-se que o senhor se acalmasse e acabasse o seu delírio, pois já estava a falar em "radiações perigosas" e todo o discurso típico dos seres alienados, que de resto é sempre um discurso curioso, ainda que pouco inovador.

Mas não: os jovens "artristas" e "intelectuais" tugoleses não podiam deixar de aproveitar estarem perante uma pessoa debilitada, só e facilmente ridicularizável, para mostarem a sua "virilidade". Vai de aí que um jovem tugolês se dirige ao senhor para o "meter na ordem". Houve logo os outros tugoleses jovens a acalmar o tugolês "artrista" ou "intelectual" (aquelas cenas do sub-género "agarrem-me senão mato-o"), que voltou ao seu lugar de peito inchado.

A verdade é que os tugoleses jovens "artristas" e "intelectuais" que protagonizaram a cena (especialmente o "mauzão" que que pretendia meter o senhor na "ordem") prejudicaram muito mais a visualização do filme que o discurso delirante do senhor dos sacos de plástico. Bastou alguém ir falar pacientemente para ele parar com o seu discurso alucinado, que foi desencadeado, há que dizer, por um, ou uma, "intelectual" qualquer, cioso (a) da sua muy autêntica concentração cinéfila.

Se estes jovens tugoleses são o futuro, o futuro de Portugal é desaparecer sem deixar saudades. Ha! Depois há toda aquela lixeira estrangeira que, sabendo bem que quem tem um olho em terra de cegos pode ser rei, vem cá parar... Evidentemente que não me estou a referir aos imigrantes que vêm para "trabalhar no duro", ou aqueles que vêm trabalhar seriamente.

Nota 0: correndo o risco de me tornar ainda mais politicamente incorrecto quero manifestar o meu espanto em relação ás cenas porcas que alguns gays vão fazer para a Cinemateca Portuguesa, especialmente na sala pequena. Não há direito! Há gente que vai à Cinemateca para ver só os filmes que passam no écran! Os funcionários e a direcção da Cinemateca sabem disto e se não tomarem medidas um dia alguém as há-de tomar.

Nota 1: no que toca ás tugolesas "elites", basta ir apreciar as "praxes" universitárias levadas a cabo pelos universitários "veteranos", com o consentimento (ou sem uma reacção eficaz e liminar) por parte dos universitários "caloiros" e por parte da sociedade em geral, para se compreender para onde estas "elites" conduzirão o triste reino.

Nota 2: claro que para além destas elites piolhosas existem as outras (sem prejuízo das inter-conexões que existem e não são raras): os que tiveram "pára-quedas dourados", que estão entre os que conseguiram sair de cena com milhões para acomodar e proteger um futuro incerto; aqueles que garantem sempre bons cargos para (quase) toda a família sem terem de os mendigar ou sequer de os sugerir; aqueles que em cargos de administração nas empresas que já foram do Estado ganham 100 vezes mais que a média dos assalariados portugueses; os que fizeram e fazem grandes negociatas do ou com o Estado que lhes proporcionaram e continuam a proporcionar milhões escondidos sob um número nos off-shores; aqueles que com negociatas variadas do Estado ou "poder local" garantiram para si, familiares e descendentes, um futuro próspero e confortável (coisa dificílima de ser detectada dada a dupla descontinuidade - de tempo e de sujeitos - entre o "serviço", o benefício, e os beneficiados) . Esses são a "autêntica" elite portuguesa, que arruinou e destruiu o país e que se ri, se ri muito, das elites piolhosas e dos seus rituais ridículos e inofensivos (ofensivos para as vítimas mas inofensivos para eles, a elite que domina e ganha).

Nota 3: "Quase todos os contratos de obras públicas celebrados nos últimos três meses foram por ajuste directo. Segundo os dados do Observatório de Obras Públicas, que está a recolher a informação prestada desde o dia 26 de Junho, do total de 4023 contratos firmados até à passada sexta-feira, houve ajuste directo em 3957 deles." (publico.pt, 06.10.2009, 07h14)

2009/09/29

Qual comunismo?

O editorial do Público de hoje revela um editorialista que parece demente. Diz que o BE quer o comunismo, isto é, confunde deliberadamente (porque JMF não é propriamente ignorante) anti-capitalismo com comunismo.

Evidentemente que o BE não é de todo um partido comunista e nem vale a pena falarmos da ausência do "centralismo democrático", da "ditadura do proletariado", e da abertura ás minorias que num regime comunista seriam consideradas "elitistas", "reaccionárias", "pervertidas" ou simplesmente "doentes", dependendo dos casos. O que o BE defende são os valores de desenvolvimento e solidariedade social que foram aplicados na Escandinávia, resultando nas sociedades socialmente mais evoluídas do mundo. Estes valores implicam uma sociedade transparente e a eliminação das várias formas de corrupção e compadrio, que destroem e impedem o desenvolvimento dos países.

Quem imagina um BE a criticar, por exemplo, a música de um certo compositor acusando-a de ser "incompreensível para povo", como aconteceu com as primeiras sinfonias de Shostakovich na ex-União Soviética, obrigando-o a adoptar uma estética (ainda mais) "neo-clássica", supostamente mais "acessível ao povo"?

Se existem aspectos com os quais se possa discordar nas linhas programáticas do BE não será seguramente o facto de o BE pretender instaurar um "regime comunista".

JMF sabe muito bem de tudo isto mas pretende lançar a confusão, o que coloca em causa as suas pretensas credênciais de jornalista isento e de qualidade.

Quanto ás "terríveis" nacionalizações, basta olhar para a França onde os sectores chave estão nas mãos do Estado. Quando não é possível uma concorrência verdadeira e livre, dado os meios essenciais, devido à sua complexidade, estarem nas mãos de um único player, esse player tem de ser o Estado, senão não temos capitalismo mas monopolismo. Já agora pergunte-se aos noruegueses se permitiram que o petróleo fosse entregue à exploração dos privados...

Nota 1: PP pensava que a coisa estava esquecida, mas não está.

Nota 2: os Zapatero foram tirar fotos públicas e oficiais e depois esperavam o quê?

2009/09/23

"Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina." Assim começa um artigo de João Miguel Tavares no DN (3 de Março) que o primeiro- -ministro, José Sócrates, não gostou.
Resultado: uma queixa-crime contra o colunista do DN por aquela e outras referências no texto. Sócrates tinha ameaçado com processos os jornalistas que escreveram sobre o Freeport.
João Miguel Tavares foi ouvido no DIAP de Lisboa. Contactado pelo DN, o colunista declarou: "Agradeço a atenção que o senhor primeiro-ministro me dedicou de que não me acho merecedor.", DN, 03 Abril 2009

2009/09/22

O governo do "inginheiro" só apoia ditadores

O polémico candidato egípcio, Farouk Hosny, ministro da Cultura do seu país há 22 anos, acabou por empatar com a única outra candidata que ainda se mantém na corrida, a búlgara Irina Bokova, ex-ministra dos Negócios Estrangeiros e actual embaixadora da Bulgária em França, no Mónaco e na própria UNESCO.

Portugal decidiu apoiar a candidatura egípcia, uma decisão que Carrilho procurou contrariar, tendo acabado por se recusar a comparecer na eleição. O ex-ministro da Cultura, que fez parte de um grupo de embaixadores que tentou, sem sucesso, patrocinar a candidatura de Al Gore, não quis ontem a comentar a sua posição, mas é de crer que tenha alegado razões de consciência para não votar em Hosny, um político acusado de praticar abertamente a censura no seu país, e que ainda recentemente afirmou que queimaria pessoalmente todos os livros israelitas que encontrasse na Biblioteca de Alexandria.

Nota: segundo o diário 24 Horas, o livro que estava para ser lançado esta semana já não o vai ser, por decisão da distribuidora...


Atrofia da liberdade de expressão

O primeiro-ministro, José Sócrates, requereu a abertura de instrução do processo que moveu contra o jornalista João Miguel Tavares, noticia hoje o blogue da TSF "Governo Sombra".

O Ministério Público tinha determinado que o processo fosse arquivado, considerando que o artigo de opinião, “José Sócrates, o Cristo da política portuguesa”, publicado no "Diário de Notícias", não ultrapassava os limites da crítica a Sócrates, enquanto figura pública. O primeiro-ministro, ao pedir a abertura de instrução do processo, mostra vontade de continuar com o litígio.

O artigo de 3 de Março deste ano criticava o líder socialista quando este pediu “a decência da vida democrática”, durante a abertura de um congresso. João Miguel Tavares defendeu que Sócrates deveria manter o “mínimo de decoro e recato em matérias de moral”, depois de ser confrontado com as polémicas da sua licenciatura, do Freeport, entre outros casos.

Para o jornalista, ainda mais grave foram as declarações feitas por José Sócrates que insinuavam a sua ilibação automática por ter sido o governante mais votado pelo povo, mantendo uma lógica semelhante à de Fátima Felgueiras ou Valentim Loureiro. Tavares termina o seu texto de opinião comparando o primeiro-ministro ao líder da Venezuela. “Como político e como primeiro-ministro, não faltarão qualidades a José Sócrates. Como democrata, percebe-se agora porque gosta tanto de Hugo Chávez."

Na altura em que o processo foi arquivado o jornalista disse ao PÚBLICO que esperava que a decisão do MP fosse a do arquivamento do processo, já que no passado tinha escrito "coisas mais violentas sobre Pedro Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite e que nenhum deles o processou".


Dossier Freeport

O ex-autarca de Alcochete Zeferino Boal, alegado autor da carta anónima que desencadeou as investigações ao “caso Freeport”, foi constituído assistente no processo, confirmou hoje o próprio à agência Lusa.

O pedido para ser constituído assistente no processo Freeport deu entrada em Março, no Tribunal de Setúbal. Zeferino Boal adiantou que hoje a sua advogada lhe comunicou a resposta positiva do tribunal ao seu pedido.

Zeferino Boal, ex-militante do CDS-PP, é alegadamente o autor da denúncia anónima de alegadas irregularidades que originou a investigação da Polícia Judiciária ao "caso Freeport", em 2004.

Nota: só acredito em desenvolvimentos substanciais depois de Brown perder as eleições britânicas. Está para muito breve (Brown arrisca-se a passar da primeira para a terceira força política), no longo prazo... 10 de Maio de 2010. David Cameron dará liberdade ao Serious Fraud Office para continuar a trabalhar e a investigar o Dossier Freeport.


Casos duvidosos

Cinco dirigentes da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) pediram a demissão devido a “discordâncias internas sobre políticas de educação nacional”, anunciou o vice-presidente demissionário da estrutura António Amaral.
...
O motivo da demissão prende-se com “as posições de apoio do presidente da Confap ao Governo” e ao facto de estas “não terem eco nas associações de pais do distrito de Setúbal”, que os demissionários representam, explicou António Amaral.

Nota: em relação a esta suposta confederação das associações de pais, sabendo-se que recebia dinheiro directamente do gabinete da ministra da educação e sabendo-se que haviam dinheiros desaparecidos, dever-se-ia, após as eleições, mandar fazer auditorias independentes, porque sabe-se que quantias substanciais, a título de apoios e subsídios, entraram nesta "instituição" a partir do gabinete da ministra Lurdes Rodrigues. Se existe um ou mais professores dispensados de leccionar (como nos sindicatos dos professores) nesta confederação de pais, não se percebe o porquê do apoio monetário por parte da ministra. Ou será que a ministra também dá dinheiro aos sindicatos e outras associações de professores? Há também que continuar (ou reactivar) as averiguações em relação ás enormes quantidades de dinheiro entregues a João Pedroso para fazer trabalhos que poderiam ter sido efectuados pelos juristas do ministério da educação. Ou será que no entender da ministra os juristas do ministério da educação não têm competências para compilar a legislação produzida para a educação?! Toda a contabilidade do ministério da educação referente aos últimos 4 anos deveria ser passada a "pente fino".


Bizarro, muito bizarro...

O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, não exclui a possibilidade de o Presidente da República abandonar as suas funções, notando que “todos os responsáveis políticos não estão à altura do seu cargo quando alimentam factóides, quando criam inventonas, ou quando criam fenómenos para lançar confusão a partir de nenhuma fundamentação de factos”.

Numa reacção à notícia do afastamento de Fernando Lima do cargo de assessor da Presidência da República para a comunicação social, divulgada esta tarde, Louçã sublinhou que Lima “alegou ter a autorização da Presidência” para “transmitir informações que sabemos serem falsas”.

Instado a dizer se entende que Cavaco Silva tem condições para permanecer na Presidência da República, o bloquista não fechou a porta a essa hipótese, reiterando que, apesar de Cavaco ter afastado Lima, “esse colaborador alegou ter tido autorização superior” para “criar uma crise política totalmente artificial”, provocada pela notícia do PÚBLICO sobre as suspeitas de que Belém estaria a ser vigiado pelo Governo.

Nota: não sei o que levou o presidente a minar a campanha do seu próprio partido... No mínimo "bizarro", como diriam os franceses. No que toca ao primeiro-ministro há que dizer claramente que Pinto de Sousa já se devia ter demitido há muito. É muito grave ter-se um primeiro-ministro suspeito de corrupção e de ter comprado (conseguido com umas certas facilidades...) uma licenciatura. Para já não falarmos nas casas cujos projectos assinou, na história da Cova da Beira, no preço "especial" a que adquiriu o apartamento, etc... Noutro qualquer país (exceptuando talvez a Itália e os países dos Balcâs...) já teria sido obrigado a demitir-se. Se tivesse o mínimo de dimensão de estadista há muito que se teria afastado para proteger o "bom nome" do país e facilitar a governabilidade do mesmo (ou possíveis alianças para a governabilidade porque muito "boa gente" não aceita, "nem pintada", uma aliança com um partido dirigido por PdS). O BE se, por acaso, ousasse fazer uma aliança com PdS, perderia todo o "capital" ganho.


Esclarecimentos

Logo pela manhã Pacheco Pereira, no seu blogue Abrupto, reclamou do Presidente da República uma explicação ainda antes do final da campanha, sobre as circunstâncias que rodearam o caso das escutas a Belém e, ontem, a demissão do seu assessor Fernando Lima. Ferreira Leite Não vai por esse caminho e diz tratar-se de “um problema com o senhor Presidente da República”. “Eu não interfiro nas decisões do senhor Presidente da República”, acrescentou. in publico.pt, 22.09.2009 - 14h13


Precisam-se

O líder do Bloco de Esquerda (BE) deu uma resposta vaga quando questionado sobre se Cavaco Silva tem condições para permanecer em Belém, caso não esclareça a demissão de Fernando Lima até ao dia das eleições.

“Só me pronuncio sobre o esclarecimento que ele fizer. Assumir a responsabilidade política é contribuir para toda a clareza. É uma questão de sensatez dar esse esclarecimento”, respondeu, no final de uma visita às oficinas da EMEF, no Barreiro.

Francisco Louçã prefere, por ora, ser cauteloso na abordagem do tema, apontando que “as dúvidas não fazem bem à democracia” e que “não deve haver ambiguidade na vida democrática”.

Na segunda-feira à tarde, depois de conhecida a demissão de Fernando Lima da assessoria para a comunicação social da Presidência, Louçã colocou em causa a continuação de Cavaco Silva em Belém. Mas não o fez explicitamente.

Depois de sublinhar que o assessor alegou ter “autorização do Presidente da República” para “criar uma crise política artificial”, Louçã fez notar que “todos os responsáveis políticos não estão à altura do seu cargo quando alimentam factóides, quando criam inventonas, ou quando criam fenómenos para lançar confusão a partir de nenhuma fundamentação de factos”.

O líder do Bloco voltou hoje a insistir que o Presidente deve esclarecer “o mais depressa possível” o país sobre a sua decisão (“é essa a obrigação de todos os que têm responsabilidades políticas”). Até porque, lembrou em Coimbra, “as pessoa devem ter todas as condições para avaliar os cargos públicos de grande responsabilidade em função dos factos que lhes são dados.” idem, 23.09.2009 - 17h03

2009/09/18

A anedota

A eurodeputada socialista e candidata à Câmara de Sintra pelo PS Ana Gomes afirmou hoje, em relação ao Rádio Clube Português, que o PS deveria chamar o Bloco de Esquerda a formar Governo, caso não consiga uma maioria absoluta.

Ana Gomes frisou que não só entende que esse entendimento é possível como seria “benéfico para o país”.

“Com o BE não só acho que é possível como é positivo”, diz Ana Gomes que acrescenta que esta coligação traduziria a “sociologia de esquerda” que marca a maioria da população.18.09.2009 - 12h16 PÚBLICO

Nota: será que a dona Ana estará a esquecer-se que o BE já avisou claramente que não faz coligações com o PS enquanto Pinto de Sousa fôr o secretário-geral? Será que pretende branquear o que o PS de PdS (Pinto de Sousa) tem feito ao país à custa de uma aliança governamental com o BE?


Serviços de informação governamentalizados

O secretário-geral do PCP considera que é “lamentável o estado a que tanto o PS e o PSD deixaram chegar os serviços secretos e de informação”, que estão “governamentalizados, e defende que deve ser levado a cabo um processo de investigação que apure o que se passou.

Para Jerónimo de Sousa, a maior preocupação é que “os serviços de informação não tenham controlo” e “sejam parte interessada desta ou daquela força”. “Não nos surpreendemos que o PS esteja a fazer isto: o PSD fez o mesmo”, criticou.

O candidato da CDU defende também que “tendo em conta a publicação e a documentação, e na perspectiva da veracidade daquelas notícias que ali estão, é um processo que exige investigação”. Mas até isso lhe deixa dúvidas: "O meu grande problema é que os serviços de informação não vão ser investigados com certeza. Estão governamentalizados, e há uma centralização [do seu controlo] por via legislativa". 18.09.2009 - 12h08, Público

Nota: se alguém anda a devassar os e-mails de um jornalista, estamos perante uma tremenda ilegalidade.

2009/09/10

Não serve

Não se pode dizer que de Espanha nem boa brisa nem boa Prisa, porque o clima para este monumental acto censório é da exclusiva responsabilidade de José Sócrates.

35 anos depois da ditadura, digam lá o que disserem, não volta a haver o Jornal de Sexta da TVI e os seus responsáveis foram afastados à força.

No fim da legislatura, em plena campanha eleitoral, conseguiram acabar com um bloco noticioso que divulgou peças fundamentais do processo Freeport.

Sem o jornalismo da TVI não se tinha sabido do DVD de Charles Smith, nem do papel de "O Gordo" que é (também) primo de José Sócrates e que a Judiciária fotografou a sair de um balcão do BES com uma mala, depois de uma avultada verba ter sido disponibilizada pelos homens de Londres.

Sem a pressão pública criada pela TVI o DVD não teria sido incluído na investigação da Procuradoria-geral da República porque Cândida Almeida, que coordena o processo, "não quer saber" do seu conteúdo e o Procurador-geral "está farto do Freeport até aos olhos".

Com tais responsáveis pela Acção Penal, só resta à sociedade confiar na denúncia pública garantida pela liberdade de expressão que está agora comprometida com o silenciamento da fonte que mais se distinguiu na divulgação de pormenores importantes.

É preciso ter a consciência de que, provavelmente, sem a TVI, não haveria conclusões do caso. Não as houve durante os anos em que simulacros de investigação e delongas judiciais de tacticismo jurídico-formal garantiram prolongada impunidade aos suspeitos.

A carta fora do baralho manipulador foi a TVI, que semanalmente imprimiu um ritmo noticioso seguido por quase toda a comunicação social em Portugal. Argumenta-se agora que o estilo do noticiário era incómodo. O que tem que se ter em conta é que os temas que tratou são críticos para o país e não há maneira suave de os relatar.

O regime que José Sócrates capturou com uma poderosa máquina de relações públicas tentou tudo para silenciar a incómoda fonte de perturbação que semanalmente denunciou a estranha agenda de despachos do seu Ministério do Ambiente, as singularidades do seu curriculum académico e as peculiaridades dos seus invulgares negócios imobiliários.

Fragilizado pelas denúncias, Sócrates levou o tema ao Congresso do seu partido desferindo um despropositado ataque público aos órgãos de comunicação que o investigam, causando, pelos termos e tom usados, forte embaraço a muitos dos seus camaradas.

Os impropérios de Sócrates lançados frente a convidados estrangeiros no Congresso internacionalizaram a imagem do desrespeito que o Chefe do Governo português tem pela liberdade de expressão.

O caso, pela sua mão, passou de nacional a Ibérico. Em pleno período eleitoral, a Ibérica Prisa, ignorante do significado que para este país independente tem a liberdade de expressão, decidiu eliminar o foco de desconforto e transtorno estratégico do candidato socialista.

É indiferente se agiu por conta própria ou se foi sensível às muitas mensagens de vociferado desagrado que Sócrates foi enviando. Não interessa nada que de Espanha não venha nem boa brisa nem boa Prisa porque a criação do clima para este monumental acto censório é da exclusiva responsabilidade do próprio Sócrates.

É indiferente se a censura o favorece ou prejudica. O importante é ter em mente que, quem actua assim, não pode estar à frente de um país livre. Para Angola, Chile ou Líbia está bem. Para Portugal não serve. Mário Crespo in jn.sapo.pt, 2009-09-07


Nota: o "Dossiê Sócrates", que estava disponível em lulu.com e incluía documentos sobre a hipotética licenciatura de Pinto de Sousa, também foi censurado. Porreiro pá!

Nota 2: claro que Pinto de Sousa não serve, como não servia o "candidato sempre em pé", Santanete Lopes (mas esse não foi eleito e teve vida curta como PM), e como não serve o cacique da Madeira, que está no poder - eleito legítima e democraticamente, de acordo com as leis portuguesas inspiradas no direito pós-nazi (que não sei se será assim tão "pós"...) alemão - há mais de 30 anos.


Chatices...

Em poucos dias um livro teve, em Portugal, sem cartazes nem entrevistas, mais de oito mil downloads. Esse livro chama-se “O Dossiê Sócrates” e o seu autor, António Balbino Caldeira descreve no seu blogue, Do Portugal Profundo, como numa grande editora portuguesa passaram a determinado momento de um imenso interesse pelo seu livro para não mais lhe atenderem o telefone. As peripécias editoriais deste livro tal como doutros num passado recente são um bom indicador não da maior ou menor liberdade existente em Portugal mas sobretudo da disponibilidade das empresas e dos cidadãos para aceitarem um maior controlo das suas vidas por parte do Estado.

Não me parece provável que as editoras pelas quais passou “O Dossiê Sócrates” tenham recebido algum recado do gabinete do primeiro-ministro desaconselhando a publicação do livro quanto mais não seja pela prosaica razão que tal não é necessário: o país é pequeno, os negócios não vão bem, cada vez mais os empresários vivem à sombra da máquina estatal (e na comunicação social das campanhas publicitárias das várias empresas estatais), o crédito, via BCP e CGD, está nas mãos de quem governa. Mais vale perder um bom negócio do que comprometer outros. Em conclusão, ninguém quer ‘arranjar chatices’.

2009/09/09

Maddie: no país de todas as censuras

A 13ª Vara Cível de Lisboa deferiu hoje a providência cautelar apresentada pelo casal McCann, pais de Maddie – desaparecida na praia da Luz em Maio de 2007 – no sentido de proibir a venda do livro de Gonçalo Amaral, ex-inspector da Polícia Judiciária, que defende a tese de que seriam os pais os responsáveis pelo desaparecimento e morte da criança.

O livro Maddie – A Verdade da Mentira não pode ser vendido a partir de hoje, e todos os exemplares que haja em banca ou armazém deverão ser recolhidos.

O tribunal decidiu também acolher o pedido do casal McCann de proibir a distribuição do filme com base no mesmo livro, que chegou a ser exibido pela TVI.

O tribunal intima a Valentim de Carvalho e a Guerra e Paz a recolherem todos os livros que ainda tenham para venda nas livrarias, proibindo-as de cederem para outros países os direitos de exibição do vídeo e de venda do livro.

Segundo a mesma decisão, as editoras não podem publicar estes ou outros livros ou vídeos que defendam a mesma tese.

Por fim, proíbe Gonçalo Amaral de fazer declarações sobre o conteúdo do livro ou do vídeo. in sol.pt, 9 Setembro 2009

Nota: eu pessoalmente também acredito que Maddie não está viva e que foram os pais os responsáveis pelo seu desaparecimento. Mas isto não passa de uma "crença" minha, pois nem sequer li o livro de Amaral. Penso, e isto já não será propriamente uma crença, que os McCann não demonstraram grandes escrúpulos ao fazerem dinheiro à custa do desaparecimento da filha. Todo o "caso Maddie" foi atroz e tenebroso, mas é simplesmente vergonhosa a maneira como Portugal diz "amen" aos britânicos (e a todos...)! Depois da incompetência total nas diligências de investigação e na perservação do local do desaparecimento, assim como dos veículos utilizados pelos McCann (que não foram logo declarados suspeitos...), incompetência que possibilitou e alimentou a sistemática desacreditação das teses de Amaral, levada a cabo pela eficiente e muito profissional "máquina" criada pelos McCann, só faltava o lambe-botas...

Já agora: será que se pode vislumbrar alguma ligação entre o atraso da investigação sobre fluxos, para offshores, de dinheiro relacionado com o caso Freeport, investigação a cargo do Serious Fraud Office que é dependente do governo de Brown, da mesma família política do governo de Pinto de Sousa, e esta decisão do tribunal português? É que os McCann são amigos do Gordon Brown...


A máquina de fazer $$$ não pára

Londres, 09 Set (Lusa) - A família McCann continua a exigir o pagamento de uma indemnização de pelo menos 1,2 milhões de euros ao ex-inspector da PJ Gonçalo Amaral pelas suas declarações consideradas difamatórias a propósito do desaparecimento de Madeleine.

"Estamos a pedir 1,2 milhões de euros de indemnização neste momento, mas reservamos o direito de rever este número em alta à medida que forem encontradas mais provas sobre os lucros que foram feitos com este livro", disse hoje à Agência Lusa o advogado da família, Ed Smethurst. Lusa, 09 de Setembro de 2009, 15:45


English Translation

2009/08/31

Insulto?

Segundo a Time Europe (com data de 7 de Setembro, pag 11) José Mourinho disse que o Ramadão não chegou na melhor altura, dado que um dos seus jogadores, devido ao jejum, não tem forças para treinar. Mourinho diria o mesmo do Natal, se os seus jogadores fossem obrigados a comer tantas rabanadas e doces que ficassem impossibilitados de treinar.

Imediatamente apareceram na internet ameaças de morte e reacções de islamistas indignados. Eu não consigo vislumbrar onde está o insulto ou a falta de respeito por parte de José Mourinho. Insulto são este tipo de ameaças. Insulto à nossa civilização, insulto à nossa cultura e ao nosso estilo de vida. O que eu consigo ver é que a Europa se abriu a gente totalmente incapaz de conviver com os princípios de democracia e liberdade de expressão, que são os pilares fundamentais das nossas sociedades. O que eu consigo perceber é que há pessoas a quem a Europa abriu as suas portas para os libertar da miséria que sofriam nos seus países de origem, que desejam mergulhar a Europa numa nova Idade das Trevas. O que eu vejo muito bem é a ineficácia dos governos europeus para protegerem os seus cidadãos das atrocidades dos islâmicos violentos (há assassinatos que ficaram por resolver, nomeadamente na Holanda). O que eu vejo muito bem é que as "sociedades abertas" têm de se proteger, adequadamente e com a força necessária, contra os seus inimigos (Karl Popper). Isto é válido para todo o tipo de agressores e totalitários, independentemente da religião ou nacionalidade.


English Translation

2008/05/12

Assassínios por "honra"

Pai de uma iraquiana de 17 anos, sufocou-a e esfaqueou-a até à morte por esta se andar a encontrar com um soldado britânico estacionado em Baçorá.

A minha filha mereceu morrer por se ter apaixonado, disse o monstro.

Em 2007, 47 mulheres foram mortas por terem violado "a honra" da família só em Baçorá e desde Janeiro deste ano a Comissão de Segurança da cidade garante que o número já vai em 36. (fonte: Global, 12 de Maio, pag 11)

Até quando o Ocidente (sempre tão preocupado com os "direitos humanos") vai permitir que estes crimes "tradicionais" contra jovens mulheres que ousam desafiar tradições primitivas, trogloditas e aberrantes, continuem a acontecer?


600 mulheres

Que em silêncio e pacificamente marchavam contra a repressão do Tibete pela China, foram presas em Katmandu, capital do Nepal. (fonte: Meia Hora, 12 de Maio, pag 6)

2008/05/08

Vê lá quem convidas!

O Jornal de Angola avisou o BES (que foi quem convidou Bob Geldof) para passar a ter mais cuidado com os convidados que traz às palestras que organiza... O BES detém a ESCOM, que está a ser investigada pelo ministério público no caso Portucale e está envolvida no negócio das contrapartidas associadas à venda de equipamento militar às Forças Armadas Portuguesas. A ESCOM tem interesses em Angola associados com a Endiama que é a empresa de diamantes do estado angolano e também vai entrar no sector petrolífero. (fonte: Público, 8 de Maio, pag 17)

Após a intervenção de Geldof o BES demarcou-se imediatamente qualificando-a de "caluniosa". Nós sabemos (o) que é...


As palavras de Bob Geldof

As casas mais ricas do mundo estão na baía de Luanda... Portugal estará entre os primeiros a sofrer o impacto de qualquer problema em África... Deveria promover o seu desenvolvimento... porque (Portugal) tem uma economia muito vulnerável e está paredes meias com África.

Nota: tanto António Guterres como Sócrates visitaram Angola e teceram elogios ao regime, "esquecendo-se", ambos, tanto dos direitos humanos como da corrupção que mina todo o "sistema".


Ele há coisas...

Como a Monstra (festival...) não tem internet ao dispôr fui ao centro comercial na avenida de Roma, ali ao lado, onde há um "net-centro" do pelouro da juventude da CML. Só até aos 30 anos, responderam. Olhe que tenho uma certa urgência, insisti. Não dá, retorquiram. Havia vários computadores livres e quem os paga, a todos, também são os meus impostos. Já agora gostaria de ver os feitos dos jovens portugueses até aos 30 anos que mereçam que lhes sejam atribuídos tamanhos info-privilégios...


Sistema educativo à portuguesa

Sobre o estado do "sistema educativo" português, quero dizer que se estão a criar hordas de incompetentes que não encontrarão trabalho nem em Portugal nem fora de Portugal. Porque não prestam para trabalhar (e muito menos para pensar). Lá fora querem quem trabalhe. Quem trabalhe a sério. Mesmo os portugueses que vão para trabalhar (e "não piar") já encontram problemas. Por exemplo em Espanha, na Galiza, onde os sindicatos os acusam de trabalharem mais por menos dinheiro, competindo ilicitamente (porque aceitam trabalhar sob condições ilegais) com os trabalhadores espanhóis. @s alun@s portugues@s que se vão queixar lá fora como (alguns/algumas) cá se queixam d@s professor@s (incentivados evidentemente pela política infame da ministra da educação). Logo verão a realidade... A verdadeira realidade. Muit@s alun@s portugueses maltratam @s suas/seus professor@s. Maltratam aquel@s que frequentemente são os únicos seres que se interessam verdadeiramente por el@s, educando-@s e formando-@s, e, muitas vezes, detectando e denunciando crimes monstruosos que se passam dentro dos seus lares. Um dia este "sistema educativo" português acabará por estourar. Simplesmente porque é insustentável. E porque Portugal não tem petróleo que lhe permita manter hordas de inúteis. Melhor: hordas de jovens que o "sistema" se encarregou de educar para a inutilidade. Mesmo que tivesse petróleo... Olhe-se para Angola, que tem petróleo e diamantes... Muitos portugueses, seguramente vítimas de um "sistema de ensino" que não lhes desenvolveu as faculdades mentais e intelectuais, parecem padecer de sérias "limitações cognitivas" e imaginam que tudo está definitivamente adquirido. Não conseguem perceber que sob o espectro da "crise", da crise a sério e do desemprego em massa, serão dos primeiros, a seguir aos de "leste", a serem enxutados, como ratos, dos países para onde tiveram e terão de imigrar (ou será que ainda acreditam no milagre dos 150 mil empregos?!). E de nada lhes valerá dizerem que são europeus e pertencem ao espaço Schengen...


Aplicar o sistema...

Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc). Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos.

A carreira seria dividida em duas: médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e médico. A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes. O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc. A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética… in percuciente.wordpress.com (6 Maio, 2008)


Avaliem-se os responsáveis!

Quase dois terços dos processos de corrupção foram arquivados em Portugal, refere um estudo relativo a 2002-2003 divulgado esta terça-feira, que revela ainda que a carta anónima é método usado para denunciar a maioria dos casos. O autor do estudo concluiu ainda que «a Justiça não chega à grande corrupção», noticia a Lusa. in diario.iol.pt (06-05-2008 - 16:05h)


A Monstra começa hoje.


Baltic Sea Festival 2008

21 August, 7.30pm, Stockholm, Berwaldhallen - Opening concert

West-Eastern Divan Orchestra, Daniel Barenboim

Hadyn: Sinfonia concertante

Schoenberg: Variations for Orchestra Op. 31

Brahms: Symphony No 4


21 August, Seminar with Daniel Barenboim

Cooperation and Leadership without borders


22 August, 7.30pm, Stockholm, Berwaldhallen

Baltic Sea Festival Choir, Swedish Radio Choir, Gustaf Sjökvist

Music by Brahms, J Sandström, Tomis and others


23 August, 6pm, Stockholm, Berwaldhallen

Finnish Radio Symphony Orchestra, Esa-Pekka Salonen

Helsinki Philharmonic Choir

Janácek: From the House of the Dead

Petri Bäckström, tenor

Tuomas Katajala, tenor

Dan Karlström, tenor

Jussi Myllys, tenor

Jorma Silvasti, tenor

Gabriel Suovanen, baritone

Mika Kares, bass

Esa Ruuttunen, bass

Anna Danik, sopran


24 August, 6pm, Stockholm, Berwaldhallen

Swedish Radio Symphony Orchestra, Esa-Pekka Salonen

Malena Ernman, mezzo-soprano

Holocene film concert World premiere

Jonas Bohlin, music

Majgull Axelsson, text

Lars Siltberg, film


24 August, Seminar

Is this the end of the world?


25 August, 7.30pm, Stockholm, Berwaldhallen

Sinfonia Varsovia, Krzysztof Penderecki

Penderecki: Agnus Dei

Penderecki: Viola concerto (cello version)

Sjostakovitj: Symphony No 6

Soloist TBA


26 August, 7.30pm, Stockholm, Berwaldhallen

Sinfonia Varsovia, Krzysztof Penderecki

Penderecki: Sinfonietta per archi

Szymanowski: Violin concerto No 1

Dvorák: Symphony No 8

Soloist TBA


27 August, 7.30pm, Stockholm, Berwaldhallen

Swedish Radio Symphony Orchestra, Daniel Harding

Schumann: Overture to Genoveva

Klas Torstensson: The Polar Sea World Premiere

Schumann: Symphony No 3


27 August, Stockholm, Finnish Embassy, WWF-Seminar

The Governments lack of responsibility for the environment in the Baltic Sea


28 August, 7.30pm, Stockholm, Berwaldhallen

Latvian National Symphony Orchestra, Olari Elts

Mischa Maisky, cello

Dvorák: Cello concerto

Tjajkovskij: Symphony No 4


29 August, 7.30pm, Stockholm, Berwaldhallen

Mariinsky Theatre soloists, choir and orchestra, Valery Gergiev

R. Strauss: Elektra


29 August, 9m, Stockholm, Oscarskyrkan

Swedish Radio Choir, Grete Pedersen

Berit Opheim, song

Music by MacMillan, Grieg, J Sandström and others


30 August, 6pm, Stockholm, Berwaldhallen

Mariinksy Theatre Orchestra, Valery Gergiev

Program TBA

2008/05/06

a Diferença

"Há uma diferença entre o Islão e religiões como o cristianismo, judaísmo, budismo, e hinduísmo: hoje, no Ocidente, apenas o Islão responde com violência", acusa Ayaan Hirsi Ali. (Expresso, 3 de Maio, pag 33)

2008/02/14

Ética

Steven Spielberg não aceitou continuar no cargo de conselheiro artístico para os Jogos Olímpicos de Pequim porque a China não tem feito o que deveria e poderia fazer para acabar com o genocídio que está a acontecer no Darfur.

<"Neste momento, não quero consagrar o meu tempo e a minha energia às cerimónias olímpicas, mas quero fazer tudo para que terminem os crimes inomináveis contra a humanidade que continuam a ser cometidos no Darfur", frisa o cineasta.

Recorde-se que a China é um dos maiores parceiros económicos do Sudão e os seus laços com o regime de Cartum são considerados um dos "travões" aos esforços internacionais para fazer pressão sobre o Governo sudanês no que diz respeito ao problema do Darfur.

A colaboração de Steven Spielberg com as autoridades chinesas no âmbito dos Jogos Olímpicos de Pequim fora criticada pela actriz americana Mia Farrow, embaixadora itinerante da Unicef - organismo das Nações Unidas para a infância. A decisão de Spielberg foi saudada pela Human Rights Watch, uma organização não governamental de defesa dos direitos humanos.> in http://dn.sapo.pt (14.02.08)

Pessoas como Mia Farrow e Spielberg provam que a consciência ética existe. Consciência ética que o governo português esqueceu durante a última-última presidência portuguesa do Conselho da Europa e na Cimeira Europa-África, em Lisboa.


2008/02/12

Ayaan Hirsi Ali

Os holandeses retiraram-lhe a protecção porque ela - ex-eurodeputada pela Holanda e um dos principais alvos a abater pelos islâmicos - disse que Maomé foi um tirano e um perverso. A França vai atribuir-lhe nacionalidade francesa e protecção. Viva a França que uma vez mais demonstra estar pelo menos um degrau acima de uma ficção chamada União Europeia.


Tata Güines


Morreu nesta segunda-feira o percussionista cubano Federico Aristides Soto, conhecido como Tata Güines.

O músico ficou famoso em Cuba a partir da década de 50 ao criar um formato rítmico mais experimental. Nos últimos anos, se destacou por sua participação em diversos shows da nova geração de músicos cubanos de jazz.

Tata Güines nasceu em 18 de junho de 1930. Em 1942, ele começou a tocar bongô e contrabaixo e aprendeu os rudimentos da musica cubana.

O percussionista chegou a se apresentar em Nova York, onde viveu por dois anos, ao lado de nomes como Joséphine Baker, Frank Sinatra e Charlie Parker. in http://musica.terra.com.br (Segunda, 4 de fevereiro de 2008, 12h53)


Aceder às complexas estruturas e intrincado volteio deste álbum de Sun Ra é um desafio de grande envergadura, mesmo para ouvintes habituados à abstracção do free jazz de Ascension, de John Coltrane, por exemplo, com o qual The Magic City em parte desafia comparação, ou da música do Séc. XX de autores tão diferentes como Anton Webern, Alban Berg, Edgar Varese, Bela Bartók, Luigi Nono, Karlheinz Stockhausen, Pierre Boulez ou Frank Zappa. Por este disco assombroso passa toda uma multiplicidade de estados de alma, da alegria exuberante, à introspecção melancólica, humor sardónico e terror sinistro (aqui arrepiantemente administrado pelo uso que Ra faz do claviolino, um dos muitos instrumentos de teclas que o músico utilizou, alguns deles por si inventados). Sun Ra a gerir a mistura dos diferentes timbres instrumentais, sublinhando as suas intervenções com ecos do saxofone de Marshall Allen e do contrabaixo de Ronnie Boykins, até toda a banda entrar em acção. É assim a abertura de The Magic City (referência à Birmingham natal de Ra, estado do Alabama), disco de 1965, gravado em Nova Iorque com a Solar Arkestra. Originalmente publicado pela El Saturn, a editorazinha caseira de Herman 'Sun Ra' Blount, foi reeditado em 1993 pela Evidence Music. Grande música cósmica (uma evidência...) e um dos melhores exemplos em disco da visão afro-ancestral-futurística-espacial do mestre. Ra-novatos devem considerar seriamente a oportunidade de procurar outras portas de entrada neste universo, porque alguns dos discos da década de 60, como The Magic City, ou When Sun Comes Out, The Heliocentric Worlds of Sun Ra (Vols. I e II), e Other Planes of There, podem efectivamente representar uma carga de trabalhos insustentável para quem ainda não tenha calo ou não esteja preparado para entrar na nave espacial, a caminho de Saturno. Sun Ra and his Solar Arkestra - The Magic City (Evidence Music) in http://jazzearredores.blogspot.com (12.2.08)






2007/11/22

Maurice morreu. Viva Béjart!
Seu livro "O outro canto da daná" (1974) foi "profundamente inspirado" nas obras do filósofo e orientalista francês Henry Corbin (1973-1978), especialista em Islã iraniano. E os nomes de suas escolas de dança, "Mudra" e "Rudra", faziam referências a divindades indianas.

"Sempre achei que a dança estava ligada à divindade, que o sagrado se misturava ao movimento da dança, um universo trascendente que recorre ao inconsciente, diria, inclusive, às forças obscuras", insistiu este místico em seu livro de entrevistas.

O coreógrafo, que criticava o pensamento sectário, condenava o integrismo muçulmano e seus "derivados", colocando-o ao lado de outras religiões: "Inquisição espanhola ontem, integrismo muçulmano hoje, a História às vezes nos serve os mesmos pratos", dizia.

Como uma ironia do destino, um de seus balés, dedicado ao cantor árabe Oum Kalsum, foi censurado no Líbano, em novembro de 1999, por "ofensas ao Islã". No trecho criticado, homens oram enquanto que mulheres dançam em torno deles vestidas como vestais. in http://afp.google.com (22-11-2007)


2007/06/19

O genocídio às nossas portas

Before she died, Heshu wrote this letter: "Me and you will probably never understand each other, but I'm sorry I wasn't what you wanted, but there's some things you can't change. Hey, for an older man you sure have a strong punch and kick. I hope you enjoyed testing your strength on me. It was fun being a 16-year-old at the receiving end. Well done."

in The Independent, 13 June 2007, pag 33

Descobriu-se que o grosso dos suicídios entre as jovens asiáticas (os britânicos incluem nesta designação as jovens procedentes do médio-oriente...) que residem no Reino Unido é um suicídio imposto pela família, devido a "questões de honra". É imprescindível que seja feito um estudo sobre as jovens das mesmas comunidades a residir nos outros países da UE, nomeadamente na Alemanha, Holanda e Bélgica. Agora sabe-se (na verdade as autoridades do "reino" já o sabiam há muito) que quando uma jovem "asiática" desaparece, no Reino Unido, e a familia diz que foi "para fora", provavelmente foi assassinada, ou obrigada a praticar um "suicídio assistido". Tudo por "questões de honra". Essas "questões de honra" prendem-se normalmente com a recusa em submeterem-se a "casamentos arranjados", por escolherem parceiros que as familias não aprovam ou por se afastarem do estilo de vida "devido". Os números em Inglaterra são assustadores. No resto da Europa são simplesmente desconhecidos. Quando a Europa assistiu, com ténues protestos, à re-habilitação da pena de morte no Iraque para enforcar Sadam, mas ao mesmo tempo ignora dentro de portas o genocídio das jovens que ousam contrariar as tradições das suas comunidades de origem, com as quais frequentemente não se identificam, questiono-me se (a "Europa") faz algum sentido. A mesma Europa que ignora este genocídio atroz, inaceitável e brutal, é a mesma Europa que manda milhões de euros para países estruturalmente corruptos, como a Roménia e a Bulgária*, que agora fazem parte da UE, muitos milhões de euros que irão, evidentemente, repousar nas contas dos mafiosos que controlam aquelas economias, e reforçar os esquemas de corrupção que dominam completamente aqueles países, sufocando os seus cidadãos e produzindo desigualdades que só encontram paralelo no hipocritamente já não chamado "terceiro-mundo". Será que os orgãos da UE desconhecem que no que toca à Roménia, por exemplo, "consta" que para qualquer projecto de envergadura ver futuro é necessário que os investidores acrescentem mais 17% em relação ao investimento total previsto? A ser verdade, será que a UE desconhece este facto, o que é incompetência manifesta, será que a UE institucionaliza a corrupção, fechando os olhos, ou será que a UE fechou ou vai fechar a "torneira" até o estado de coisas se alterar (se se alterar...)? Pelo passado podemos extrapolar que a "torneira" continuará a jorrar... Adiante. Yasmin Alibhai-Brown, no artigo acima citado, propõe que os assassinos por "questões de honra" sejam condenados a penas mais longas. Outros e outras falam na re-habilitação da pena de morte no Reino Unido: argumentam que se o Reino Unido permitiu, e apoiou, essa re-habilitação no Iraque, com maior grau de razão a deve re-habilitar dentro de portas, nomeadamente para a aplicar a estes "patriarcas" horrorosos, e seus cúmplices, que por supostas "questões de honra" não hesitam em pôr termo à vida de jovens dignas e corajosas que, contra os proclamados hábitos das suas comunidades de origem, preferem a morte à submissão a maridos asquerosos e violentos. Claro que o "reino" deixa a pena de morte para os outros. O "reino" auto-considera-se o exemplo acabado da "civilização ocidental" e portanto não pratica barbaridades... Mas a história demonstra que as grandes barbaridades humanas só foram estancadas com outras barbaridades, as guerras, por exemplo. De resto, os que estudamos um pouco sobre o assunto sabemo-lo muito bem, da mesma maneira que um "serial-killer" só hipocritamente se arrepende, também algumas formas de crença, nomeadamente a crença na sacralidade da tradição, podem ser irreversíveis, sendo o eventual arrependimento um "arrependimento" oportunista e hipócrita. Fundamentalmente não devemos esquecer as jovens assassinadas: são heroínas e exemplos de integridade, que não foram devidamente protegidas pelo "reino" e pela "Europa". O "reino" e a "Europa" devem tomar medidas, rápidas e eficazes, para pôr um travão, definitivo, aos matadores. Um dia os cidadãos ("europeus", porque os do "reino" estarão, como habitualmente acontece, ocupados com a raínha, os herdeiros e os pequenos escândalos entre celebridades que diariamente preenchem os jornais mais lidos pelos muito cultivados súbditos de "sua magestade") irão cansar-se de tanto crime, evitável, se fosse feito tudo o que deve, e pode, ser posto em prática para os parar. AST


* Se, como entre os "eurocratas" se pretende, todas as polícias da UE tiverem acesso às bases de dados umas das outras, nomeadamente às dos registos das licenças de condução, significa que os mafiosos romenos e búlgaros ficarão na posse desses dados. Toda a gente sabe que a máfia desses países está bem presente nas respectivas polícias, tribunais, "poder local" e até nos governos. O Reino Unido, porque se trata da segurança dos ingleses, já disse que esse assunto está completamente fora de questão. Se não tomar medidas "radicais", o que não é provável (...), a UE está condenada a abrigar as máfias, e outros criminosos, que nasceram ou residem nos países que actualmente a integram. Foi sem dúvida um alargamento "histórico", que augura um futuro brilhante para a UE. Já agora metam-se a Turquia e a Albânia, e teremos a "família", com os respectivos "padrinhos", completa. Seria muito interessante, antes de se imaginarem sequer novos alargamentos, fazer-se um estudo, sério e exaustivo, sobre o estado da corrupção, tanto entre os "novos", como entre os "velhos" membros da UE. É que da Roménia e da Bulgária todos sabem e todos comentam. E na Hungria, por exemplo? Já acabaram com os mafiosos e os proxenetas, que andam sempre muito ligados? E qual a situação exacta de um membro "sénior", como Portugal? Quais os tipos, localização e profundidade, das formas de corrupção actuais? Não vá o velho Portugal ser também estruturalmente corrupto, ainda que num registo mais elaborado e "soft", se comparado com a corrupção "crua e dura" que acontece na Roménia e Bulgária... E as liberdades? Como estamos de liberdades na velhinha Lusitânia de tradição autoritária?


Nota: depois de investir milhões num determinado país, a UE não deve, e não vai, simplesmente expulsa-lo ao verificar a incapacidade do mesmo para atingir "metas básicas" como a total eliminação da corrupção e a plena efectividade das liberdades e direitos fundamentais (aqueles que a existência de corrupção e máfias impedem de se efectivarem) para os seus cidadãos. Se um país não tem capacidade para levar por diante essa tarefa, apesar dos milhões de ajudas, terá de ser a própria UE a encarregar-se dela. É possivel que hajam países no seio da união que não o consigam. Nesse caso, a UE deve sentir-se absolutamente responsável para concretizar esse objectivo fundamental. Quem aceita receber milhões e sabe que não os vai poder devolver, está, implícita e explicitamente, a fazer um contrato com quem lhe "oferece" o "maná". Acredito que para os cidadãos honestos desses países seria uma excelente notícia se a UE decidisse encarregar-se dos seus destinos, subtraindo-os ao despotismo dos corruptos nacionais.







Velha Europa

Primeira-dama italiana é atropelada à porta do palácio

Clio Napolitano, de 72 anos, foi atropelada numa passadeira em frente ao Quirinale, por uma condutora de 74 anos... in http://sol.sapo.pt (6a-feira, 29 Junho)



Portugal...

Em Portugal, no ano de 2006, foram mortas pelos namorados e maridos 39 mulheres. in Focus - Portugal, nº400



Cultura

Treze milhões de italianos foram ao teatro em 2006, cifra superior, pela primeira vez nos últimos anos, aos 12,7 milhões que assistiram a acontecimentos desportivos. in Meia Hora, 26 de Junho de 2007



Embuste total

Esses cursos *, se o Ministério quer poupar, devem ser encerrados de imediato!!! Qualquer aluno com um mediano 5º grau de um Conservatório (vamos chamar assim para que todos compreendam), o equivalente a um 9.º ano, sabe mais do que qualquer licenciado nos Escolas Superiores de Educação se nunca recorreram a instituições onde possam aprender música!
É o embuste total! Cursos cheios de pedagogia, mas sem um mínimo de curricular de música não conferindo qualquer competência, nem como professor e muito menos como músico! in http://ideias-soltas.net/2007/06/12/ensino-artistico-a-caminho-de-uma-peticao/#comments

* ministrados nas Escolas Superiores de Educação



Imensas coisas!

... defendeu uma pedagogia “próxima do brincar, actividade em que a criança aprende imensas coisas”, que tem por base a teoria do lazer: descansar, divertir e desenvolver.
...
Isto só pode ser brincadeira! Continuo, francamente, sem perceber para que servem estas Escolas Superiores de Educação, em especial, no que à educação artística diz respeito e que cada vez cativam menos alunos para os seus politécnicos cursos!

É a estes especialistas, sejam os das Escolas Superiores de Educação sejam os das Ciências da Educação que o Ministério da Educação se agarra para, paulatinamente, ir empobrecendo a educação das crianças e adolescentes e desmotivando (não tenho a mínima dúvida) os bons professores!
...
Num momento em que sobre tudo e todos recaem suspeições, seria prudente que o Governo evitasse de alguma forma que se possa pensar que há estudos encomendados à medida dos interesses do Ministério da Educação! in http://ideias-soltas.net (22Jun07)