2009/03/30

Um país aberrante

Em Portugal, resultado das pedagogias "modernas", os alunos insultam e agridem os professores e aterrorizam os colegas mais fracos. Em Salou, na Catalunha, há um hotel que, devido ao estado em que os alunos portugueses deixaram os quartos, se recusa a receber mais excursões de portugueses, segundo informação contida no jornal Correio da Manhã, edição impressa de 30 de Março.

Em Portugal, alegadamente devido aos "direitos individuais" (que de resto são permanente violentados nas escolas, onde professores e alunos são molestados, o mesmo acontecendo na sociedade que resulta desse tipo de escola), o PS e o PSD não aceitam que quem demonstra um estilo de vida além daquilo que o que legalmente ganha lhe permitiria, tenha explicar como arranjou os bens ou o dinheiro para os comprar. Qualquer um que os tivesse ganho de maneira legal não teria qualquer problema em dar essas explicações. Mas para o PS e o PSD tal exigência não é aceitável.

Dois exemplos do comportamento aberrante dos tugueses, digo portugueses, a que assisti:

O pianista Artur Pizarro teve de interromper um recital devido ao telefone de um sujeito que tocou 4 (quatro) vezes, sujeito que acabou por atender e falar alto durante alguns minutos!!! Nada incomodou o bronco (que vai a concertos "eruditos"), mas no final uma advogada (portuguesa obviamente...) falou em processar o Artur por ele não ter tocado tudo o que estava anunciado no programa. Eu gostaria muito que ela o tivesse processado: o Artur reside em Inglaterra, parte do julgamento seria em Inglaterra, e seria mais uma oportunidade dos por-tugueses mostrarem ao mundo como de facto são.

Um dia fiz a enorme asneira de pedir a artistas que colaboravam comigo para tocarem umas obras "modernas" numa "vernissage" de uma galeria de arte, em Lisboa. Os ilustrados ouvintes passaram o tempo a falar enquanto os artistas (dos melhores musicos portugueses que na altura viviam em Portugal, acrescente-se) tocavam. Fi-los parar e declarei que aquele comportamento dos (não) ouvintes era uma tremenda falta de respeito face aos excutantes e ao compositor, que felizmente não estava presente. Um "erudito" replicou que eu devia aceitar que os artistas tocassem com as conversas a decorrer *. Que a minha atitude revelava "pouca pedagogia"... Evidentemente que num lugar habitado por gente (erudita...) desta natureza casos vergonhosos como o Casa Pia teriam de acontecer.

* o sujeito afirmou que deviam ser os executantes a conquistar os ouvintes que falavam... Eis um bom exemplo da pedagogia rasca portuguesa que diz que deve ser a qualidade a conquistar a mediocridade, em vez de serem os mediocres a trabalharem para conseguirem atingir alguma qualidade.

Basicamente está-se a criar (a criar... ou já está criado?) um país de párias, corruptos (as leis ajudam: crimes sim, mas por acto lícito, isto é, "crimezinhos" que todos, ou quase todos, os políticos cometem... em Portugal, claro!) e imbecis, um país com passado (longínquo), mas sem presente nem futuro. Na capa do jornal Público de 30 de Março, vem a notícia de que num referendo realizado na Ilha de Mayotte 95,5 por cento da população preferiu perder a independência e integrar-se totalmente na França. Seria interessante se fosse feito um referendo idêntico em Portugal, perguntando aos portugueses se querem integrar-se em Espanha ou se preferem continuar assim.


Nota: evidentemente que grande corrupção rima com off-shores, mas foi o governo Sócrates quem não aceitou as propostas de João Cravinho para avançar com medidas eficazes nessa frente. Para já não falarmos no novo Estatuto dos magistrados, através do qual o governo de Sócrates pretende acabar com a independência do poder judicial em relação ao poder político, que é um dos pilares fundamentais que caracterizam um regime democrático. Num país corrupto tudo fica sob suspeita, desde os projectos e empreendimentos económicos até à política cultural, onde os artistas "oficiais" são os escolhidos pela teia mafiosa que domina todo o sistema.


O exemplo vem de cima

Eis um ditado popular portuguesmente cristalino, que se tem aplicado sobeja e amplamente... O que o ditado deveria dizer era: os "de cima", governantes, gestores e outros que tais, encontram-se obrigados ao bom exemplo.

Dou obviamente como adquirido que os políticos, porque têm as suas vidas mais expostas à devassa pública, estão obrigadas a regras de comportamento e de carácter mais rigorosas que o comum dos cidadãos


As portuguesas de "élite"

"meninas mais afectadas e estúpidas jamais vistas em qualquer país bárbaro". Cartas de William Warre, in Público P2, 29 Março, pag 10


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