2009/05/30

Criar ondas

Enquanto os portugueses, pobres, tristes e deprimidos (excepto os banqueiros e os administradores de empresas com participação de capitais públicos), chafurdam na "via do meio" (centrão), os suecos impoêm o Partido Pirata.

Isto mostra o que acontecia aos partidos tradicionais, nos países em que as populações têm capacidade reflexiva, se aqueles partidos fizessem um décimo daquilo que fazem nos países terceiro-mundistas disfarçados em países desenvolvidos...


2,25

2,25 mil milhões de euros foi o montante que o banco do Estado, a Caixa Geral de Depósitos, já injectou no nacionalizado BPN (Banco Português de Negócios), nos últimos nove meses. in publico.pt, 02.06.2009

Nota: isto dava para planear e criar indústrias produtivas. Isto dava para desenvolver formas energéticas "verdes". Isto dava para criar os tais 150 mil empregos prometidos por Sócrates. Em vez disso foi utilizado na salvação de um banco com mau nome que quando fôr reprivatizado irá dar muitas centenas de milhões de prejuízo aos contribuintes.


Banco do PSD ou banco do "centrão"?

«Este episódio de Vital com a “roubalheira” nem vale a pena sequer ser discutido nos termos em que [Vital] o coloca, porque não sei o que ele fará quando lhe saírem na rifa uns PS no “banco do PSD”. Este era o banco onde uma parte considerável do dinheiro da Segurança Social estava depositada pelo governo Sócrates, até que foi retirada em circunstâncias pouco esclarecidas em Agosto de 2008, precipitando a crise do BPN. Ainda há muita coisa, muita coisa, por esclarecer e que se deseja, acima de tudo, que seja esclarecida com as devidas consequências, penais ou outras. Mas Vital deveria saber que existe uma regra de ouro nestes “negócios” em Portugal: é que sempre são feitos em tandem entre gente do PSD e do PS. Talvez neste caso, houvesse um maior desequilibrio do que o costume, mais PSD e menos PS, e talvez seja por isso que muitas protecções não se verificaram. Bem pelo contrário.

Nota: se os portugueses fossem um povo com uma cultura e uma autonomia intelectual regulares, em termos europeus, o "centrão" que tem dominado, corrompido e destruído Portugal, teria os dias liminarmente contados. Mas os portugueses têm muitos mêdos... São um povo cheio de mêdos (sendo no entanto especialistas na vigarice, vulgo "expediente", na agressão e no insulto). Os portugueses pensam que a virtude está no que consideram ser o "meio", o ponto de equilíbrio. Um triste e cinzento equilíbrio, é o "fado"... Evidentemente que os portugueses são o fruto, e as principais vítimas, de um "sistema de ensino" que os modelou para serem idiotas, broncos e corruptos*.

* Mais de 212,6 mil portugueses admitem ter pago subornos nos últimos 12 meses... relatório publicado ontem pela organização Transparency International. in Destak, 4 Junho 2009, pag 06


Mas é claro que o problema são os portugueses!

O que ardeu em 2003 e em 2005 já está pronto para voltar a arder, com a agravante que o que está no terreno propicia a evolução das chamas ainda mais rapidamente, alertou hoje Mark Beighley, consultor norte-americano que esteve duas semanas em Portugal para avaliar como o país se preparou para os incêndios. O pior, sublinha, é que o sistema de combate que entretanto se montou ainda não foi testado, um risco “que não deve ser subestimado”.

Num congresso organizado pela Portucel, Beighley – que percorreu o país após os anos catastróficos de 2003 e 2005, deixando sugestões, e agora voltou para avaliar o que foi feito – alertou que o risco de se voltar a ter um ano atípico, em que ardem mais de 250 mil hectares, é cada vez maior. A probabilidade “aumentou de um em oito anos para um em quatro.”

As razões ambientais – condições meteorológicas severas – explicam parte do problema. Mas não só. “O povo português é o problema”, diz. Porquê? “Porque 97 por cento das ignições são causadas pelo homem, um número largamente superior ao que existe nos países vizinhos.” in publico.pt, 02.06.2009 - 15h43


Sobre o voto em branco

Tem circulado por e-mail a ideia de que o voto em branco é uma arma poderosa. Acredito que muitos dos que divulgam esse estratagema o façam na convicção de que estão a dar um excelente contributo para a derrota deste Partido Socialista.
...
o voto em branco de nada vale!
...
Por isso, vota à direita ou esquerda, mas nunca (neste) PS!

Nota: por acaso eu fui um dos distraídos que nas últimas eleições votou PS. Não me culpem: nem eu nem quase ninguém, naquela altura, sabíamos quem Sócrates de facto é. O trabalho do jornal Independente sobre o Freeport, na altura, parecia uma "cabala" pré-eleitoral, e o cartaz do PSD "Sabe quem é este homem?" parecia uma difamação baixa. Para (tentar) evitar futuros equívocos não voto PS nem agora nem nunca mais. Um partido que permitiu a alguém como José (Sócrates) Pinto de Sousa chegar a secretário-geral e por consequência a primeiro-ministro de um país, enfim... que se quer desenvolvido (inho), não merece, nunca mais, qualquer voto de confiança. Além de que o problema no PS não é só o Sócrates: todos sabemos que outros assuntos muito graves ficaram por esclarecer.


Mundo injusto

O Partido Popular (PP), de Mariano Rajoy, ganhará ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) as eleições europeias do próximo domingo, indica hoje a sondagem efectuada pela Metroscopia para "El País", de Madrid.

O estudo dá 43 por cento das intenções de voto ao PP e 39,3 ao PSOE, indo cinco por cento para a Coligação pela Europa, constituída pela Convergência e União, da Catalunha, pelo Partido Nacionalista Basco (PNV) e pela Coligação Canária). A Esquerda Unida fica-se pelos 4,1 por cento.

Por outro lado, no estudo Sigma Dos para o jornal "El Mundo", o PP ficaria com 42,8 por cento e 23 ou 24 deputados, o PSOE com 40,6 e a Coligação pela Europa quatro por cento. A participação calculada é de 39 a 44 por cento.

O cabeça de lista dos populares é Jaime Major Oreja, mais conhecido do que o dos socialistas, Juan López Aguilar. in publico.pt, 31.05.2009 - 10h28

Nota: os habitantes das nações espanholas ouviram Sócrates a apoiar Zapatero, com o seu espanhol técnico, e decidiram votar no outro... É injusto: se Sócrates é o que sabemos, e os espanhóis também sabem, porque não são burros nem andam a dormir em pé, Zapatero fez a Espanha avançar décadas, transformando-a num Estado credível e prestigiado em todo o mundo. Entretanto, Gordon Brown aparece em quarto lugar, ultrapassado pelos conservadores, pelos liberais democratas, e até por um partido anti-europeu pouco conhecido. Face ás sondagens Brown disse que não se demite. Já o speaker Michael Martin dizia o mesmo...


Diarreia palpiteira

A diarreia palpiteira tuga está hoje particularmente delirante.

Mongo, Betonal Xunga-Tuga, 01.06.2009, 13h26 in publico.pt (comentário aos comentários à peça "Avião da Air France com 231 pessoas a bordo desaparece dos radares")


Muitos, muitos mil

"Somos muitos, muitos mil, senhora ministra", ouve-se na manifestação de professores. Poderão ser 60, 70, 80 mil? Desde o início que a táctica das manifestações, em Portugal, se mostrou improdutiva. Com certo tipo de pessoas e políticos é provavelmente necessária uma táctica mais contundente. Quando os sindicatos estão sujeitos a agendas políticas assiste-se à inutilidade prática de manifestações de 100 e 120 mil, que em qualquer país socialmente avançado levariam à natural demissão das tutelas que as originaram. Portugal não é um país civilizado, pense-se só nas dezenas de mulheres assassinadas pelos "companheiros" no ano 2008 (os números referentes a 2009 serão igualmente negros), para não falarmos em como os portugueses e as portuguesas tratam os idosos, área que nem sequer foi ainda devidamente investigada. Portugal não possui uma classe política cultivada e genuinamente interessada na "causa pública". Logo as tácticas têm de ser diferentes daquelas que poderiam ser adoptadas em países com uma classe política evoluída. Por mais milhares que saiam à rua, as manifestações, em países com classes políticas cultural e socialmente atrasadas, estarão condenadas ao insucesso se não forem encaradas como um complemento de outras acções eficazes.

No entanto, cerca de 70 mil professores na rua, no presente momento, é "obra" e demonstra que as políticas deste governo não podem, nem agora nem nunca, vencer. Não há uma só reforma em todo o mundo que tivesse sido feita contra os principais protagonistas. O governo de Sócrates quer pôr os autarcas a administrarem as escolas, sabendo nós que o "poder local" é o berço de todas as corrupções em Portugal?! Quer pôr os pais a avaliar os professores, quando todos sabemos que a negligência educacional praticada por boa parte dos progenitores portugueses é uma das principais causas da indisciplina na sala de aula que tem minado totalmente o "sistema educativo" português?!

Claro que a escolha dos professores como alvo não foi ingénua: por um lado permitiria ao governo apresentar-se como eficaz, tipo "vamos meter uma classe inteira na ordem", sabendo muito bem que os professores são dos grupos sociais mais expostos e sufragados. Contavam com as tradicionais quezílias internas e com a pouca capacidade de resposta de uma classe heterogénea e espartilhada por um sem número de sindicatos sujeitos a diferentes lógicas e interesses partidários, para a vergarem e a apresentarem como exemplo da sua determinação e eficácia. Até nisto se enganaram, embora fosse fácil de prever que na "idade da internet" as coisas pudessem escapar à lógica tradicional, numa classe que por natureza e "espírito" utiliza as novas tecnologias. Por outro lado, todo o circo criado à volta da avaliação dos professores, subtilmente apresentados no registo populista, muito eficaz, dos malandros que "ganham muito e trabalham pouco", permitiria desviar as atenções das situações verdadeiramente escandalosas que podem causar mossa eleitoral, especialmente dos casos de corrupção e compadrio e dos honorários e "prémios" dos administradores das empresas participadas pelo Estado português, comparados com o que ganham os seus semelhantes em empresas mais importantes em países mais importantes.

Infelizmente para o governo e felizmente para o mundo, os "media", mesmo em Portugal, não são tão estúpidos como Sócrates imaginava, e, apesar das manobras para os tentar controlar, demonstraram possuir assinaláveis níveis de autonomia e liberdade de investigação que frustaram totalmente os planos do governo. Mesmo o caso BPN não favorece tanto o PS como Vital Moreira imagina, dado que Dias Loureiro foi quem escreveu o prefácio ao livro de Sócrates, apresentando-o como o "menino de oiro do PS". De resto o PS está com sorte porque, por enquanto, o caso BPP não está a ser devidamente explorado pelos "media". Também os professores, surpreendentemente, revelaram-se como uma "classe" com autonomia e elevada capacidade de pensar e agir, apesar das terríveis pressões e intimidações a que foram sistemática e metodicamente sujeitos. Cerca de 50 mil professores decidiram correr o risco de não apresentarem os objectivos individuais, apesar das ameaças de não progressão na carreira e até de processos disciplinares. Gostava de ver, para crer, uma outra "classe" que, em Portugal, aceitasse correr tão massivamente riscos tão grandes. Aliás: se todos os sindicatos se tivessem empenhado seriamente em que os seus associados e os professores em geral não entregassem os objectivos individuais, neste momento não seriam 50 mil mas 100 ou 120 mil a não os terem entregue.

Fundamentalmente o governo de Sócrates é o responsável pela degradação de um "sistema de ensino" desde há muito caracterizado pelo facilitismo e pela incapacidade de impôr normas elementares para a vida em democracia, como o respeito pelo "outro", que já se está a traduzir de alguma maneira no dia a dia dos portugueses, mas o pior virá a médio e longo prazo. Os portugueses formados por este "sistema de ensino" não terão, nomeadamente, qualquer capacidade para competir no mercado de trabalho europeu. Na verdade este governo actuou criminosamente no ensino, deixando sequelas graves no "sistema educativo" e comprometendo o futuro do país. Deveriam ser julgados num vulgar tribunal criminal, acompanhados por todos os "pedagogos" que transformaram os portugueses numa horda de broncos e corruptos.


Portugalinho: o regresso da PIDE (3)

O tema chama-se 'Sem Eira nem Beira', mas não há ninguém que não o conheça por 'Sr. Engenheiro'. É uma das faixas mais comentadas e cantadas na rua do último disco dos Xutos & Pontapés, lançado a 6 de Abril. Mas, nas rádios nacionais só passou uma vez, uma única vez. Foi na Antena 3.

Os dados são avançados pela editora da banda, a Universal Music, que pagou a uma empresa para monitorizar três músicas do novo álbum, para saber exactamente quantas vezes foram tocadas. 'Quem É Quem', o primeiro single do disco, passou mais de uma centena de vezes. E 'Perfeito Vazio', o segundo single a ser lançado, foi o único tema a conseguir um lugar numa Lista A das playlists das rádios nacionais (a lista que obriga a que a música tenha em média quatro passagens diárias), com 136 passagens, só na Mega FM.

Zé Pedro, guitarrista dos Xutos, avança com surpresa: "Parece um complô contra o tema, ou uma espécie de exclusão por poder ferir susceptibilidades. Acho estranho. Parece-me que a música podia ter sido aproveitada como notícia e transformar-se num hipe de rádio", afirma. O músico diz manifestar-se contra o sistema de playlists, mas não critica nenhuma rádio por optar ou não por passar um tema dos Xutos. "Compreendo que, estando esta música a ferver, na boca de toda a gente, as direcções das rádios possam ter preferido não a passar por estar em cima da mesa como uma canção de contestação", adianta Zé Pedro, frisando que para os Xutos o sucesso da música é claro. Durante os concertos da banda, o tema é o que tem provocado maior vibração junto do público, aquele com que as pessoas mais se identificam, e a sua procura na Internet tem ultrapassado todas as expectativas. "Sentimo-nos compensados, portanto", afirma o guitarrista. A humorista Maria Rueff, que no seu programa "O Exame de Dona Rosete", na TSF, fez uma rábula com o tema, afiança que "é muito estranho a música não passar nas rádios", e considera pertinente que se investigue porquê. in expresso.pt, 9:30, 31 de Maio


Os fantásticos diplomatas portugueses

Ontem vinha noticiado na primeira página do jornal Público que um embaixador português é suspeito de tráfico de prostitutas, utilizando as próprias instalações da embaixada! A última grande notícia sobre o corpo diplomático português foi a prisão, seguida de acusação de práticas pedófilias, no caso Casa Pia, de um muito destacado diplomada português. Também de vez em quando chegam notícias de protestos de imigrantes portugueses que vivem noutros países, devido ao péssimo funcionamento dos consulados portugueses. A minha experiência de ter de recorrer aos serviços diplomáticos portugueses no estrangeiro foi há anos, quando o meu BI desapareceu, e foi liminar: ninguém atendeu, quando liguei para os números que vinham na lista telefónica. Mais tarde, já fora das horas de expediente, passei pelo consulado francês e lá aparecia um número de urgência para o qual liguei e expliquei que tanto dos números da embaixada como do consulado português ninguém atendia, perguntando se eles me poderiam resolver provisoriamente o problema. Disseram-me que iriam falar com a cônsul e que me contactariam mais tarde. Passada uma hora, ou pouco mais, recebi um telefonema da cônsul, ela própria, lamentando que infelizmente como Portugal tinha representação diplomática naquele país nada poderiam fazer, mas que se necessitasse de qualquer outro apoio para voltar a ligar que tentariam fazer o melhor que lhes fosse possível. Felizmente o BI voltou a aparecer: eram férias de Verão e arriscava-me a ter de esperar ad aeternum pelos muy eficazes e impolutos diplomatas portugueses. Para mim a situação é clara: acabe-se de vez com as representações diplomáticas portuguesas no estrangeiro, excepto nas instituições internacionais importantes, e contratualize-se com as representações de outros países europeus para tratarem sistematicamente dos assuntos correntes dos portugueses no estrangeiro. Reduzam-se as despesas do Estado onde elas podem e devem ser reduzidas e eleve-se a dignidade do país, subtraindo-o ás humilhações que alguns diplomatas portugueses têm originado. Quanto aos estudos de mercado, e à promoção das actividades económicas e das exportações, devem ser deixadas ás instituições e organismos da área, apoiados pelo Estado, não aos diplomatas.


Alívio no escândalo

Quando ouvi a notícia de um escândalo com um diplomata português algures, pensei: “Oh não, outro…”.

Depois, com algum alívio li que a coisa não encaixava no padrão habitual dessa espécie de aristocracia gay que Portugal envia para todo o lado para fazer não se sabe bem o quê. Desta vez eram mulheres, farras e outras tarefas menos diplomáticas, mas, pelo menos, não havia notícia de suspeitas de pedofilia nem de arrufos amorosos com os motoristas e assuntos semelhantes em que se tem destacado o nosso corpo diplomático.

Atribui-se a Salazar a seguinte pergunta a Franco Nogueira: “Mas eles já são assim quando vão para lá ou ficam assim depois de lá estarem?“. Consta que o ministro não respondeu


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