2010/04/13

Se há sistema que implodiu foi o inglês

Os reguladores e os legisladores ainda não fizeram uma coisa fundamental que é criar um sistema de supervisão das entidades que operavam antes da crise, e continuam a operar, sem regulação, como os hedge funds, os auditores e as agências de rating. Quem manda neles? Ninguém.

Acha que a ausência de regulação reflecte a força do poder anglo-saxónico?

Talvez. E talvez pelo facto de as agências de rating falarem inglês é que a Grã-Bretanha continua a ter rating AAA [país com baixo risco de insolvência]. Se há sistema financeiro que implodiu foi o inglês. E a gestão da crise inglesa foi das mais incompetentes. (da entrevista a Carlos Rodrigues, fundador e presidente do BIG) - publico.pt, 13 Abril


88,6%

Por esta amostra de um portal de contratação pública electrónica, que inclui entidades adjudicantes do governo central, empresas públicas, empresas municipais e autarquias locais, não restam dúvidas sobre a procedimento preferido para a celebração de contratos públicos. Nos 2263 procedimentos listados, 1228 (quase 55%) são “ajustes directos” e apenas 249 (11%) são concursos públicos sem limitações. Destes 249, 114 devem-se apenas às Câmaras de Sintra (71) e de Oeiras (43), verdadeiras campeãs da transparência. Os restantes 135 concursos públicos representam, por isso, cerca de 6% do total de procedimentos de contratação.

Se aos 1228 ajustes directos se somarem as 680 “consultas prévias”, os 47 “concursos limitados sem apresentação de candidaturas”, os 29 “procedimentos por negociação sem publicação de anúncio” e os 21 “concursos limitados sem publicação de anúncio”, temos 88,6% (em número de contratos) da contratação pública com transparência nula ou muito reduzida.


Governo não deve abrir mão da CGD

O presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Económicos, António José Seguro, manifesta-se contra a "imoralidade" dos altos salários e prémios dos gestores públicos, encontrando-se" à espera" de uma resposta a um requerimento que dirigiu ao Governo, a solicitar informação sobre o estatuto remuneratório e as "orientações" dadas a esses quadros dessas empresas.

O deputado socialista, ontem, na Universidade do Algarve, defendeu que "os reguladores devem ser eleitos, fiscalizados e depender do Parlamento, e não de qualquer Governo".

Recusando-se a invocar, em concreto, o caso do presidente da EDP, o deputado entende que "não está em causa o mérito, mas a moralidade, particularmente no momento em que se pedem sacrifícios aos portugueses".

Seguro defende que o Estado "pode ser árbitro e jogador, corrigindo algumas distorções do próprio mercado" e por isso defende que o "Governo não deve abrir mão da CGD". idem


É a homossexualidade e não o celibato

É a homossexualidade e não o celibato dos padres que o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, relaciona com a pedofilia e com os casos de abusos no seio da Igreja Católica.

“Muitos psicólogos e psiquiatras demonstraram que não há relação entre o celibato dos padres e a pedofilia, mas muitos outros demonstraram, e disseram-me recentemente, que há uma relação entre homossexualidade e pedofilia”, afirmou Bertone.

“É a verdade, é esse o problema”, garantiu o cardeal numa conferência de imprensa em Santiago do Chile. “Esta patologia toca todos os tipos de pessoas e os padres num grau menor, em termos percentuais”, afirmou ainda o cardeal, “número dois” do Vaticano. “O comportamento dos padres neste caso, o comportamento negativo, é muito sério, é escandaloso.”

No Chile, houve de imediato reacções indignadas: “Esta é a uma estratégia do Vaticano para fugir às suas próprias responsabilidades éticas e legais, fazendo esta ligação falsa e repugnante”, afirmou Rolando Jimenez, presidente do Movimento para a Integração e Libertação Homossexual, recusando a existência de quaisquer estudos sérios que sustentem o que diz Bertone. ibidem


Bento XVI atrasou afastamento de pedófilo

O Papa Bento XVI atrasou, nos anos 80, o afastamento de um padre californiano acusado de pedofilia, justificando a sua decisão com o “bem da Igreja universal”, segundo cartas trocadas entre o Vaticano e a diocese californiana de Oakland.

Uma série de cartas tornadas públicas sexta-feira pelo advogado das vítimas, Jeff Anderson, descreve “as liberdades sexuais” do padre Stephen Kiesle, em 1978, com “seis adolescentes entre os 11 e os 13 anos”, factos reconhecidos pelo próprio pároco.

Ao seu pedido, o padre Kiesle pediu para ser afastado, um pedido transmitido ao Vaticano pelo bispo de Oakland, John Cummins, em 1981. O Vaticano respondeu ao bispo indicando que desejava obter informações suplementares sobre a questão. As informações foram enviadas por John Cummins em Fevereiro de 1982 ao cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI, então líder da Congregação para a doutrina da fé.

Na sua carta Cummins referiu estar convencido de que afastar o padre Kiesle “não provocaria um escândalo”, acrescentando: “seria um escândalo maior para a comunidade se o padre Kiesle regressasse ao seu ministério”.

Apesar dos pedidos repetidos da diocese de Oakland, foi necessário esperar até 6 de Novembro de 1985 para que Joseph Ratzinger respondesse a John Cummings. Na resposta, redigida em latim, o cardeal reconheceu “a gravidade” da situação, mas mostrou-se reticente em tomar uma decisão imediata, preocupado com o efeito que poderia ter sobre “o bem da Igreja Universal”.

Para o futuro Papa, o assunto devia ser alvo de “uma atenção específica, que necessita de muito tempo”. publico.pt, 10.04.2010, 11:34 Por Lusa


Dois momentos Figo/Sousa

O apoio de Figo a José Sócrates e ao PS concretizou-se em dois momentos. A 7 de Agosto, o ex-futebolista deu uma entrevista ao Diário Económico, realizada pelo director deste jornal, António Costa, em que teceu rasgados elogios à governação socialista. Um mês depois, no último dia da campanha eleitoral para as legislativas, Figo tomou um pequeno-almoço com o primeiro-ministro na esplanada do Hotel Altis-Belém, em Lisboa. No final, fez declarações à comunicação social presente no evento e repetiu os elogios ao PS.

«Por decisão dos arguidos, a celebração do referido contrato constituiu um expediente para, através de uma remuneração anual, pelo período convencionado de três anos, alcançarem, da parte de Luís Figo, um apoio político-partidário determinado», considerou a procuradora Teresa Almeida. sol.pt, 14 Abril


DCIAP investiga branqueamento

Ministério Público suspeita que a compra dos submersíveis envolveu corrupção e dinheiro sujo. Já foi pedida a quebra do sigilo bancário. correiodamanha.pt, 14 Abril 2010