O Concerto para Orquestra de Bartók teve uma boa interpretação pelo agrupamento da Gulbenkian dirigido por Lawrence Foster. Os metais estiveram particularmente espectaculares, espectacularidade reconhecida com algum estrondo pelo público no final (concerto de quinta-feira).
Foi uma interpretação que poderiamos qualificar de muito boa, precedida por Três Esboços Sinfónicos de Joly Braga Santos interpretados com convicção. Trata-se (as peças de Joly) de música com pouca estrutura mas orquestração efusiante...
A seguir tivemos um triplo concerto de Beethoven de antologia. A orquestra enquanto todo não esteve totalmente mal... As madeiras têm uma sonoridade extremamente pobre (execeptue-se talvez as flautas) e cada vez que intervinham ouvia-se uma espécie de "canas rachadas" que pontuavam (pontuavam...) o discurso. A violoncelista-solista (Sonia Wieder-Atherton) raramente afinava o que se tornou um (longo)suplício para ouvidos com sensibilidade "normal". A pianista Imogen Cooper, que não ultrapassou a mediania na quinta-feira, na sexta-feira esteve particularmente mediocre. Só o violinista Raphaël Oleg com uma afinação impecável e uma bonita sonoridade teve um desempenho muito bom na quinta-feira. Na sexta, talvez devido à mediocridade generalizada, baixou o nível. É que é difícil aguentar as más companhias...
Um concerto que valeu pelas curiosas peças do Joly, mas sobretudo pela interpretação de Concerto de Bartók que (enfim...), apesar de toda a atrocidade no Beethoven, lá justificou a nossa ida à Gulbenkian... AST