2005/03/03

TERCEIRA SINFONIA DE BRAHMS PELA ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO


No teatro de São Luiz em Lisboa e sob direcção do maestro titular Marc Tardue (existe uma entrevista com ele algures nos nossos arquivos) esta formação uma vez mais demonstrou que é indubitávelmente o melhor agrupamento sinfónico de Portugal. A sonoridade das cordas foi uma vez mais fabulosa, os metais potentes e afinados (algumas falhas pontuais são muito pouco significativas num caso de excelência global como é esta orquestra), as madeiras "redondas" e "cheias" e as percussões precisas e eficazes.
Se no Don Juan de Richard Strauss que abriu o concerto o conceito de Tardue não nos convenceu (a sua leitura foi pouco coesa não criando uma sensação de continuidade em nosso entender indispensável a uma obra "programática"), já na terceira sinfonia de Brahms a sua leitura foi bem mais convincente e a orquestra fez uma interpretação belíssima da obra do romântico germânico. Os terceiro e quartos andamentos foram os mais conseguidos, onde as cordas demonstraram a sua sonoridade de excepção nomeadamente no tema dos violoncelos do terceiro andamento. Mas toda a sinfonia foi uma grande realização desta fantástica orquestra portuguesa que tocou bem fundo no público presente. Pena é que a casa não estivesse completa pois trata-se de uma orquestra de primeiro plano e o coliseu enche-se frequentemente para ouvir orquestras que por vezes ficam muito aquém do esperado...

Já no concerto para piano nº 20 de Mozart também apresentado na primeira parte, ainda que a orquestra tenha feito uma interpretação honesta não gostei da concepção fraca de Jorge Moyano, da sua falta de arrebatamento e do seu som débil sobretudo num concerto que é dos mais geniais e belos produzidos por Mozart.

Esperamos que voltem em breve pois as interpretações da ONP são sempre um (bom) acontecimento. Ast