2005/11/11

QUINZENA DE DANÇA DE ALMADA


Mutability

Marie-Gabrielle Rotie (UK)

Lentamente moviendo cada miembro de su cuerpo, emitiendo sonidos con su voz, esta mujer logra reflejar la metamorfosis por la que pasamos todos los seres vivos. Apoyandose en la técnica Butho ella logra trascender en el espacio donde conjunta una serie de movimientos que hacen pensar en cambios drasticos, en cosas que nos hieren pero que nos hacen mas fuertes. Las luces del escenario fueron tambien interesantes ya que estaban perfectamente sincronizadas con los movimientos que ella realizaba al desplasarse por el escenario, dando origen a un trabajo muy bien logrado.






Breakthrouh

Liou Shaw-Lu

Taipei Dance Circle

Cuerpos deslizandose, movimientos acuáticos y un olor a aceite de bebé, dieron un toque especial a este trabajo; resulta interesante a la vista ver los cuerpos cubiertos de aceite deslizandose por el piso y teniendo la sensacion de que en cualquier momento pueden caer. Apoyandose claramente en la gestualidad que brindaba un ambiente gracioso pero que a la vez de competencia y lucha por obtener algo. Sin duda una buena y original propuesta donde hasta el sentido del olfato es usado. Fabiola Montiel







Idioms

Compagnie Taffanel (France)

Foi concerteza um dos bons momentos desta mostra. Com coreografia de Jackie Teffanel dois corpos movem-se nos intertícios dos equívocos linguísticos. Uma coreografia desdramatizada onde o drama, que se re-actualiza pelo equívoco da língua, é libertado de peso, tornando-se suportavelmente interessante.






Compasion

Isabel Croxatto (Chile)

Técnicamente irrepreensível o bailarino manuseia, em longos gestos de um neo-clacissismo conseguido, o corpo inerte da amante. "É também a história de um desencontro (Romeu e Julieta) ou ainda o homem que dança com a morte", lê-se no texto do programa.
Seguramente. O desencontro da vida/morte que vertiginosamente e sem que nada o imponha conduz à morte de ambos por uma troca de papéis. Uma coreografia densa, com poesia e grande estilo.






Using the Eye in the Moddle of the Forehead

Efva Lilja (Suécia)

Que procuramos na dança?
A beleza?
Dos corpos?
Do gesto?
E se o gesto é lento e minimal e se os corpos são velhos e deformados?
Tornar-se-á menos belo? Ou mais incómodo já que nos mostra a inevitabilidade da degradação do corpo belo ou do belo corpo?
Degradação à qual corresponde uma emergência, sub-reptícia, da(s) memória(s) daqueles corpos que já foram belos...
Um momento marcante desta mostra que globalmente ultrapassou a ausência de densidade (de técnica, de criatividade composicional...) de muitos trabalhos que por lá passaram. De outros, provavelmente interessantes, não escrevemos porque não os vimos.
Desta "Quinzena de Almada" esperamos uma continuidade dentro do registo da diversidade que em poucos dias nos permite ver um pouco do que se faz pelo mundo. Mas esperamos também um grau de exigência que eleve a qualidade das criações portuguesas. AST














Bal Modern no Centro Olga Cadaval em Sintra

Un espectaculo fuera de lo normal. El escenario era nuestro. Un cierto numero de personas nos dimos cita para formar parte del espectaculo de la compania de las Rosas. La primera parte consistió en hacer un montaje de una pieza de Tango. Paso a paso fuimos aprendiendo la secuencia; una vez terminado el montaje el objetivo de hacer bailar a toda la gente, tuviera o no estudios en danza, fue alcanzado. En esta dinámica aprendimos una pieza de rock and roll al ritmo de Elvis Presley, y una titulada Bal Moderno, combinación de ritmo de vals y pasos de reverencia con moderno. El ambiente fue sencillo y amigable entre todos, olvidandonos del formalismo que normalmente vivimos en los espectaculos. Karina Mota














Pequim, 16 de Novembro (Lusa)

"É muito, muito provavel que se trate do primeiro caso de contágio humano de gripe das aves na China", declarou hoje o porta voz da Organização Mundial de Saúde (OMS) Roy Wadia, referindo-se a um rapaz de 11 anos da província de Hunan...















STOCK HOUSE

Era numa casa-stock, género armazém luxuoso para ex-criadores que foram ultrapassados pela história, onde Karlheinz se deveria encontrar. Não num qualquer lar para idosos pois quem um dia disse que era "deus" não pode ir para um vulgar asilo.

Mas Karlheinz, desde que proferiu umas bombásticas declarações que levaram à anulação de um concerto, conheceu um renascimento relativo. Declarações estratégicas numa época em que nem sequer se sabia se ainda "bulia". Na realidade, excluindo aquelas obras que entraram na história da música do século vinte pela suposta inovação de que se revestiram à época em que foram produzidas, a produção de Karlheinz Stockausen deixou de ter qualquer interesse seja ele histórico, composicional ou mesmo sociológico.

Há cerca de 13 anos, a instituição que recentemente deixou cair o único corpo de dança português com projecção no mundo, gastou muitos milhares (de contos) a trazer o Karlheinz e companhia a Lisboa para produzir um conjunto de esquizofrenias de uma megalomania patológica a que ele chamou "obras de Teatro Musical"* e onde se misturavam a "Light" com "Lucifer" e a "Eve" com "Michael". Misticismo a condizer com quem um dia se intitulou "o criador"... Quanto à música foi uma treta. Treta na plena acepção de treta/bluf-total.

Depois ficou esquecido. Em banho-maria até ao dia em que com umas declarações chocantes mostrou ao mundo que ainda mexia.

De novo a dita instituição convida o dito KarlHeinz, desta vez em "versão solo", ou seja com uma mesa de mistura à frente. Carrega no "play", os sons invadem a sala, num Hymnen que parece não ter fim. De quando em vez KarlHeinz desloca uns poucos milimetros os reóstatos da mesa de mistura. E é tudo. Como em Portugal uns poucos acreditam estar face a um grande génio da história da música, ouviram-se uns poucos bravos. Mas o grosso da sala percebeu que aquele Hymnen, mesmo que fosse, à época, inovador, mesmo que outros não tivessem usado aqueles processos de tratamento sonoro antes de Karlheinz, aquele Hymnen não é de todo uma grande obra de arte.

O mais irónico é que enquanto a história da música avança dia após dia e alguns compositores desde há treze anos a esta parte se tornaram clássicos em todo o mundo, a mesma instituição que novamente deve ter largado uns bons milhares (desta vez de euros) a trazer o Karl Stock (ausen) à capital portuguesa para accionar o "play" de um leitor de banda magnética, parece ter congelado no tempo, indiferente a toda a história que se constrói, sem e apesar Karlheinz e os "outros de sempre", habitués da dita instituição. Como autistas. Mas autistas (muito) bem instalados. AST

* A ninguém escapa a semelhança com o termo "Teatro-Dança" criado por Pina Bausch. Com um olho nesta e o outro na tetralogia "O Anel dos Nibelungos", Stockausen procura imortalizar-se procurando uma nova forma de "obra total", integrando a dança com "coreografias" de fazerem sorrir qualquer estudante dos primeiros anos do conservatório de dança; "coreografias" concebidas pelo próprio que obrigam alguns músicos ao esforço absurdo de "dançarem" e tocarem ao mesmo tempo. E tudo para a "montanha parir um rato". Este "ciclo grandioso", recheado de banalidades tanto ao nível "coreográfico" quanto musical, deixará liminarmente de ser apresentado quando Karlheinz e seus fiéis se retirarem de actividade, recolhendo-se numa Stock-Hausen...