2005/11/04

PINA BAUSCH EM VERSÃO PORTUGUESA

Música "nostálgica" com simetrias repetitivas. Diz-lhe algo?
Rapariga que se escapa da cena pela plateia. Também?
Homem vestido a rigor que abre garrafa de champagne enquanto bailarinos/actores correm de um lado para o outro numa atecipação de um final em grande e patética alegria (à qual se poderia juntar uma foto de família feliz...)?
Pina Baush? Evidentemente. Mas em Portugal foi Olga Roriz na sua coreografia "O AMOR AO CANTO DO BAR VESTIDO DE NEGRO".
Não falaremos de plágio, evidentemente. Falaremos talvez de falta de singularização na produção dentro de um estilo que é claramente o estilo de outra criadora. É isso que torna desinteressante este trabalho de Olga Roriz. O odor a Pina é tão intenso que anula momentos belos que não foram suficientemente desenvolvidos, como o início da segunda parte ao som do adágio da quinta de Malher, para nós o melhor momento desta coreografia. Ao nível das simetrias (que não se devem confundir com movimentos em espelho como o fez a crítica do "jornal mais poderoso" de Portugal...) há que dizer que o trabalho de Olga está longe de conseguir a potência dramática e irónica que Pina conseguia há vinte anos atrás. Mas isso foi há vinte anos... Em Cravos, por exemplo. Hoje o ideal de simetria - ao contrário do que escreveu a crítica do poderoso jornal - não determina nem o pensamento coreográfico, nem qualquer concepção "forte" da produção artística contemporânea (e muita atenção porque na Pina de Cravos as sequências de simetria eram utilizadas não como ideal mas dentro de um registo de ostentação da tragédia da repetição que é transversal à existência humana, para de seguida serem absoluta e radicalmente desconstruídas partindo dos próprios movimentos que instauraram a simetria). AST









Dans une maison, dans une communauté, ceux qui sont parvenus à reconnaitre l'altérité de l'autre se trouvent en situation d'hostilité avec ceux qui ne sont pas encore sortis des relations fusionelles à deux. Marie Balmary in Le sacrifice interdit - Freud et la Bible, Le livre de Poche, Grasset, 1986, pag 115









Après quarante-huit heures de silence, l'Inde a laissé entendre, lundi 31 octobre, que les auteurs des attentats de New Delhi (62 morts, samedi 29 octobre) pourraient avoir un lien avec le Pakistan. Dans une conversation téléphonique avec le président pakistanais, Pervez Musharraf, qui l'avait appelé pour lui offrir ses condoléances, le premier ministre indien, Manmohan Singh, a affirmé : "Nous continuons à être troublés et consternés par les indices selon lesquels des groupes terroristes responsables des attaques à la bombe ont des liens avec l'extérieur. L'Inde espère que le Pakistan agira contre le terrorisme qui la vise." www.lemonde.fr (01.11.05 13h18)


URI CAINE EM DIVAGAÇÕES SONORAS

Apresentou-se, um dia na Fnac do Chiado em Lisboa, num pequeno concerto de entrada livre, no outro na Culturgest, também em Lisboa, onde apresentou as várias maneiras que pode revestir uma mesma abordagem para estilos musicais diferentes.
Uri Cane é básicamente um pianista de jazz, tal como ele o confirma na estrevista que brevemente colocaremos online. No entanto, é um pianista de jazz com horizontes alargados. Alargados tanto para o clássico, o romântico e até o barroco, como para a produção contemporânea da chamada música "erudita".

Assim, se umas vez é o típico jazzman que se escuta, onde uma forte ritmicidade coexiste com uma abordagem temática bem delineada, outras é o homem do jazz que se deixou atravessar por estéticas abstratas oriundas da designada "música erudita contemporânea", vertente esta que aliás se coaduna bem com uma certa forma de fazer jazz na actualidade. Mas o interessante é a oscilação, enquanto jazzman, entre uma postura mais clássica e outra mais "avant-garde".

Interessante, interessante é mesmo quando o pianista se imiscue na música "clássica". As "rememorações" de Mahler, que infelizmente foram pouco desenvolvidas nestes recitais, podem ser momentos mágicos sob os dedos de Uri Caine. Assim como as Variações sobre um tema de Diabelli de Beethoven que no recital da Culturgest sofreram uma "malandragem" ao ser introduzido um tema da nona sinfonia (de Beethoven) sem que daí o pianista tivesse tirado grandes consequências ao nível do desenvolvimento da sua improvisação. AST