2005/01/17

António de Oliveira e Silva Posted by Hello


11/01/1933 - 14/01/2005


O conhecido violetista e professor, integrante de vários agrupamentos com carreira internacional, foi brutalmente assassinado pelo ex-marido da sua companheira. Um caso "passional", de dimensão nacional devido à figura de Oliveira e Silva, que deveria levar legisladores e magistrados a uma profunda reflexão. O direito português é inspirado no de um modelo civilizacional que não tem nada que ver com a realidade portuguesa: o direito alemão está de acordo com um determinado tipo de sociedade e funciona nesse tipo de sociedade. Os crimes de sangue em Portugal são pouco e mal punidos. Os criminosos sabem disso e a actual legislação é quase um "incentivo" para as práticas dos facínoras. Talvez por isso um desses ousou eliminar alguém que faz parte daquele grupo de pessoas indispensáveis a um país culturalmente débil, sendo a cultura a principal e por vezes única marca que fica de uma civilização para a "grande história". Este incrível assassinato de um excelente músico que também era um ser humano amável e generoso deve levar-nos todos, inclusivé e sobretudo os responsáveis europeus, a uma grande reflexão. No caso de Portugal se revelar incapaz de produzir uma legislação própria adaptada à sua realidade deverá ser essa "Europa", que cada vez mais tem consciência da diferencialidade do "caso português", a obrigar a alterações legislativas eficazes e dissuadoras do "crime passional" e outros "crimes de sangue" típicos de um certo "Portugal profundo".

De Oliveira e Silva fica-nos a imagem de um grande ser humano. Daqueles indispensáveis à viabilização de um Portugal capaz de se manter como nação soberana e respeitada no seio de uma Europa cada vez mais exigente em relação aos seus integrantes. AST







Não é hábito publicarem-se nesta página os e-mail's que os leitores enviam. A excepção vai para António de Oliveira e Silva que comenta o texto "Oficina Musical interpreta Jorge Peixinho e Álvaro Salazar":



De: "António Oliveira e Silva"
À: criticademusica@yahoo.fr
Objet: scarlos
Date: Mon, 10 Jan 2005 16:49:35 -0000


estou de acordo com o que escreveu, embora nem sempre as obras destes compositores possam ser executadas por orquestras sinfonicas, como sabe. O que é importante é que se dêem condições aos grupos independentes para as poderem executar. Como você, gostei muito do concerto de sexta. A Teresa já é mais que uma promessa. Oxalá não comece a tocar o que todos já tocam.