2005/01/19

QUINTA SINFONIA DE MAHLER PELA ORQUESTRA DA RÁDIO-FRANCE


Sob batuta de Myung-Whun Chung, que é o seu director musical, o agrupamento apresentou-se no Coliseu de Lisboa, a convite da Fundação Gulbenkian, poucos dias antes de se apresentar com a mesma obra no Théatre des Champs Elisés, em Paris.

Não sendo nem o maestro nem o agrupamento conhecidos pelas suas interpretações "mahlerianas", conseguiram oferecer ao público lisboeta um espectáculo cheio de poesia e momentos de beleza inerentes à obra do grande sinfonista austríaco que é um marco em toda a história da cultura.

O naipe das cordas desta orquestra possui um belo som que fez justiça ao maravilhoso adágio para cordas. Mas também ao longo de toda a obra as cordas revelaram-se um grande trunfo do agrupamento que é sem dúvida uma grande orquestra sinfónica (filarmónica neste caso). Mesmo no primeiro andamento em que a tuba teve uma "gaffe" terrível (acontece aos melhores...) a orquestra conseguiu manter o discurso, sendo este andamento talvez o mais bem conseguido nesta apresentação. Foi "tocante" a forma como foi introduzido o segundo tema. Com uma pulsação mais lenta que a utilizada pela generalidade dos intérpretes, Chung conseguiu uma momento de contraste e "suspensão poética" (uma emoção suspensa na tranquilidade de um deslumbramento sereno) que no mínimo foi memorável. O último andamento teve momentos de descoordenação mas a "coda" foi grandiosa e arrancou o público das cadeiras. O que é manifestamente insuficiente... Ast