2005/07/21

SABINE MEYER INTERPRETA LUTOSLAWSKI, ALBAN BERG E BRAHMS


A histórica clarinetista apresentou-se acompanhada ao piano pelo norueguês Leif Ove Andsnes. Também veio o violoncelista Heinrich Schiff que participou na interpretação do trio para clarinete, violoncelo e piano op 114 de Johannes Brahms, para além de ter apresentado uma pequena peça do compositor polaco e a sonata nº 3, op 69 de Beethoven, ambas para violoncelo e piano.
O concerto, integrado no Festival de Sintra, aconteceu numa sala abafada do hotel Penha Longa e revelou-nos que a clarinetista tem de facto um interesse maior pela música do século vinte. A única peça "clássica" (neste caso romântica) em que participou foi o trio, único momento em que os três músicos tocaram juntos.

O concerto iniciou-se com os Prelúdios de dança para clarinete e piano de Witold Lutoslawski que são umas peças agradáveis que Meyer usou como "aquecimento", acompanhada por Andsnes que se revelou aqui, como ao longo de todo o recital, um pianista com inteligência e musicalidade (para além da técnica excelente que possui). Já tinha ouvido falar dele e agora acho que deve ser convidado a voltar para nos oferecer um recital a solo.

Seguiu-se a sonata para violoncelo e piano de Beethoven. Todos nós conhecemos esta obra prima da música clássica que existe registada por inúmeros violoncelistas. Muito recentemente saiu uma edição da integral destas sonatas pela dupla Wispelwey / Lazic (que Portugal já teve oportunidade de ouvir em concerto).
Esta introdução foi para explicar porque é inadmissível nos tempos que correm um violoncelista apresentar-se seja no que fôr, muito menos nas sonatas de Beethoven, com desafinações sistemáticas nas tessituras agudas ainda por cima com uma sonoridade pobre, por vezes pouco mais que um silvo. A culpa não é seguramente dos instrumentos em que toca... Tratam-se afinal do Stradivarius "Mara" e do Montagnana "Bela Adormecida"!

Já em Grave para violoncelo e piano do compositor polaco o "cellista" conseguiu uma boa performance, com o apoio eficaz do pianista. Peça esta em que o compositor utiliza práticamente só as tessituras médias e graves do violoncelo.

O mesmo aconteceu no trio de Brahms em que a parte do violoncelo não passa das tessituras médias pois as agudas estão reservadas ao clarinete. O pianista novamente foi a "cola" fundamental da peça onde Sabine Meyer demostrou ser uma intérprete que faz juz à fama que tem.

No final do concerto o violoncelista histerizou quando lhe perguntei se não se sentia mais confortável nos românticos, em Brahms por exemplo, começando a gritar repetidamente: "é uma pergunta estúpida"!!! Dever-lhe-ia ter sugerido para só tocar obras que não utilizem as tessituras agudas. O que é um pouco complicado...

Foi nas Quatro Peças para Clarinete e Piano op 5 de Alban Berg (que antecederam Brahms) que a clarinetista e o pianista conseguiram o que foi para mim o grande momento deste concerto. O controle tímbrico e dinâmico pela clarinetista, a criação de sonoridades e ambiências pelo pianista, resultaram numa visão transcendente destas pequenas peças que foram transformadas numa belíssima "suite" de quatro pequenos-grandes momentos que só por si justificariam a ida à Penha Longa. AST











Na terça-feira, Campos e Cunha disse no Parlamento que os grandes investimentos, como a OTA e o TGV, ainda teriam de ser avaliados. Mas ontem de manhã, no mesmo local, Mário Lino (Obras Públicas) afirmou que a decisão política já estava tomada. http://dn.sapo.pt (2005/07/21)

A questão é, pois, a de compreender o significado da desistência do ministro das Finanças; se o cansaço invocado por Luís Campos e Cunha deve ser interpretado à letra ou se é o reconhecimento de que não é possível governar com rigor, ignorando as exigências dos ciclos eleitorais. http://dn.sapo.pt (2005/07/21)











Las pérdidas, sólo en el sector agrícola, están estimadas en más de 2.000 millones de euros, el 1,5% del producto interior bruto de Portugal. Pero los cálculos son provisionales, porque otros cultivos están en riesgo de perderse en el sur. http://elpais.es (Internacional, 21-07-2005)