BISNETO DO IRMÃO DE VAN GOGH ASSASSINADO
O realizador Theo van Gogh foi assassinado a tiros e facadas por individuo com dupla nacionalidade marroquino-holandesa. Theo era crítico da situação das mulheres nas sociedades muçulmanas. Uma das suas imagens de marca são as costas chicoteadas de uma mulher pintadas com versículos do Corão que dizem: "um homem pode tomar uma mulher, ordenado por Deus, quando e onde quiser"!!!
O assassinato do realizador faz-nos lembrar o de Pym Fortuyn e leva-nos a questionar a viabilidade da "sociedade-multicultural" ou então a concluir que essa sociedade não pode ser aberta a todos. É sempre bom recordar-nos de Karl Popper quando escreveu que a "sociedade aberta" tem de saber defender-se eficazmente dos seus inimigos. Há que ser prudente e não confundir povos pacíficos com psicopatas violentos embrulhados em textos que dizem sagrados. E muito menos aproveitar um elan securitário para aumentar as injustiças já existentes nomeadamente em relação aos "povos originários" das américas, injustiças estas que não podem manter-se indefinidamente. Prudência, justiça e elevada eficácia no combate ao crime não são incompatíveis. Mas uma coisa parece evidente: a "sociedade aberta" não pode continuar a abrir-se áqueles que a querem destruir.
Nota: Não sou nem anti-islâmico nem anti-católico. Sou anti-inimigos da verdadeira sociedade multicultural e da democracia e tenho o maior respeito pela cultura muçulmana. Ao mesmo tempo sou pela defesa da "sociedade plural" contra aqueles que pretendem o regresso à "idade das trevas", ao fanatismo religioso ou/e político, ao obscurantismo. Portugal ainda vive os "efeitos secundários" de séculos de intolerância política e de homogeneização religiosa. Talvez muitos se esquecessem e outros nem sequer saibam que um padre católico, o Padre Max, foi brutalmente assassinado à bomba numa aldeia não longe do Marco de Canavezes e muito perto de Vila Real. Infamemente assassinado por leccionar aulas gratuítas aos assalariados do Douro e ter ousado opôr-se aos poderes da região. Foi nos anos 80 e o processo foi arquivado. Não foi no século passado. Foi no Portugal de ontem que deu origem ao Portugal de hoje.
Não sabemos quando Portugal se transformará numa verdadeira "sociedade aberta", mental e intelectualmente desenvolvida e verdadeiramente democrática na sua "essência". Não sabemos sequer se isso acontecerá. Pelo que conheço da formação e educação ao nivel do ensino básico posso constatar que uma sociedade culturalmente bem sustentada, capaz de seleccionar informação de forma inteligente, cognitivamente estruturada com capacidade de escuta e respeito pela singularidade de cada um, capaz de desempenhos intelectuais com um mínimo de complexidade, com capacidade crítica mas capaz de um trabalho metódico e disciplinado, trata-se em Portugal de uma longínqua, muito longínqua, miragem. Não sei como será nos outros países do sul mas a fazer fé nas estatísticas o caso português parece ser muito grave e a não se alterar condicionar a "Europa" a tomar medidas excepcionais. Ast