Os compromissos na luta contra a pobreza da Cimeira de Nova Iorque seriamente enfraquecidos
Milhões de activistas no mundo já expressaram o seu desapontamento e surpresa com os resultados da Cimeira das Nações Unidas em Nova Iorque. Em vez de aproveitarem uma oportunidade histórica para tomar passos claros na luta contra a pobreza e insegurança, os líderes mundiais acabaram simplesmente por reafirmar promessas já feitas.
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Na Cimeira do Milénio em 2000, os líderes mundiais anunciaram promessas ambiciosas: “de que não poupariam esforços para libertar os nossos homens, mulheres e crianças das condições desumanas da pobreza extrema, em que vivem mais de mil milhões deles.”
Cinco anos depois a diferença abismal entre as promessas e a acção mantém-se. Pouco ou nada mudou. Os níveis de pobreza globais aumentaram desde 2000, tal como as desigualdades nos países e entre países. Nenhum tipo de discurso caloroso conseguirá esconder o facto de que os líderes mundiais falharam no seu apoio aos mais pobres e fizeram orelhas moucas a milhões de activistas.
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Os únicos pontos positivos em termos de resultado da Cimeira foram, principalmente, nas áreas dos direitos das mulheres e o acordo de que os governos têm, de forma colectiva, uma “responsabilidade para proteger cidadãos e cidadãs” do genocídio, crimes de guerra, limpeza étnica e crimes contra a humanidade. Os governos reconheceram que a equalidade de género só pode progredir se os governos puserem fim à impunidade na violência contra as mulheres, garantir os seus direitos laborais, de propriedade e saúde reproductiva, e envolver as mulheres em todos os esforços para a paz e segurança. OS governos comprometaram-se também e de forma clara em alcançar o acesso universal à prevenção, tratamento e cuidados no que toca ao HIV/SIDA, reafirmando o compromisso feito no encontro de Julho dos G-8 em Gleneagles.
Assumindo a responsabilidade de cidadãos, os milhões de activistas da campanha “Pobreza Zero”, em Portugal e no Mundo, redobrarão esforços na luta contra a pobreza, através de várias estratégias:
Educação para o Desenvolvimento, promovendo a tomada de consciência de todos os cidadãos, para o imperativo da dignidade e dos direitos humanos;
Advocacia social, pressionando os nossos líderes políticos para que executem as políticas sociais e económicas realmente exigidas pelos cidadãos;
Programas e projectos de cooperação para o desenvolvimento, através das organizações não governamentais que actuam no terreno.
Nota para os Editores: A campanha “Pobreza Zero” está integrada na Global Call to Action against Poverty (GCAP) – Apelo Global para a Acção na Lututa Contra a Pobreza, a maior coligação anti-pobreza do mundo. Esta campanha pretende iniciar o fim da pobreza extrema, ainda em 2005, com acções muito diversas, de forma a despertar os decisores políticos na luta contra a pobreza extrema, tomando medidas concretas nas Nações Unidas para que sejam atingidos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e acabar de vez com a pobreza extrema. Esta coligação é feita por campanhas nacionais sediadas em 74 países, tais como a Pobreza Zero em Portugal, MAKEPOVERTYHISTORY no Reino Unido, 'Wakati Ni Sasa' (O momento para agir é agora) no Quénia, Wada Na Todo Abhiyan’ (Mantenham as vossas promessas!) na Índia, 'Sin Excusas contra la Pobreza' no Paraguai.
O símbolo global da campanha é uma banda branca e o site www.whiteband.org , onde se pode obter todas as informações sobre cada campanha no mundo. O site da campanha portuguesa é o www.pobrezazero.org
Muito grave foi, em nosso entender, terem esquecido - limitaram-se a reconhecer que "é um problema" - a questão das emissões de gazes poluentes para a atmosfera. Mesmo o Katrina não conseguiu imprimir lucidez aos governantes mundiais. A começar pelos EUA. Uma lástima...
Inacreditáveis foram os "efeitos colaterais" devidos a um filme israelita que, supostamente por engano, foi exibido num festival de cinema no Egipto: o director do festival declarou que foi evidentemente um engano porque um filme israelita nunca poderia ser apresentado num festival egípcio!
Mas têm acontecido situações idênticas no desporto: a recusa de atletas islamitas - talvez coagidos directa ou indirectamente pelos radicais - em se disputarem com atletas israelitas. Tudo sob o olhar, pouco afectado, da "comunidade internacional".
E já agora, se pudessem, proibiam a audição do maior génio da música sinfónica? Gustav Mahler era judeu. Entre outros "monstros sagrados" da história.
Surrealista a situação que se vai repetir em Portugal com as movimentações das "forças de segurança", agora acompanhadas pelos militares. Provavelmente, se não estivéssemos na "Europa", já teriam feito um golpe de estado. A "Europa" que nos vai salvando...
Mas nada é de espantar num país em que se dão e retiram convites (para os concertos de música clássica, nomeadamente) de acordo com o "culturalmente correcto" que em Portugal, como em alguns países do ex-terceiro-mundo, significa adaptar-se ("muito adequadamente") ao "sistema"... O editor
Já agora, por (mera) curiosidade: http://criticademusica.blogspot.com/2004_04_01_criticademusica_archive.html