2005/09/03

JOACHIM KUHN E SONNY FORTUNE NO FÓRUM LISBOA

O conhecido pianista de "jazz-contemporâneo" apresentou-se a solo, dia 2, no novo festival de jazz que aconteceu de 1 a 4 de Setembro no Fórum Lisboa.

Kuhn, que demonstrou um elevado nível técnico e um conhecimento aprofundado da escola clássica, nomeadamente da segunda escola de Viena com a qual manifesta claras afinidades, afirmou-se como um dos mais interessantes e inventivos pianistas de jazz da actualidade.

Se no início parecia procurar um conceito, procura esta que se manifestou em cortes temáticos abruptos e numa falta de desenvolvimento consistente dos temas apresentados (que eram atonais e nos quais as harmonias apareciam sem carácter funcional, como uma espécie de pontuação do discurso), já no desenvolvimento que fez dos temas de Ornette Coleman demonstrou uma linguagem muito mais consistente sem fazer cedências à tonalidade tradicional enquanto motor de estruturação do discurso musical.

Surpresa das surpresas: pega num saxofone alto e desata a improvisar de maneira virtuosa, numa "onda free", demonstrando uma excelente técnica e sonoridade; improvisação essa que foi desenvolvida ao longo de cerca de quinze minutos.

Acabou novamente ao piano (foi para isso que nos deslocamos para o escutar...) com uma improvisação que de início parecia estacionar dentro de uma concepção minimal-repetitiva que prometia monotonia mas, num arrebato, fez a modulação que causou a ruptura e a partir daí manteve um ritmo de variação e movimento que garantiram um grande e conseguido final de concerto.
Um concerto que em qualquer parte do mundo seria de casa cheia aqui esteve preenchida a um quarto...

No dia seguinte Don Byron quase encheu a casa. No entanto o famoso clarinetista ficou-se por fórmulas previsíveis. Nos andamentos rápidos adoptou harmonias mais "arrojadas", sempre dentro da mesma "onda" improvisativa; nos lentos refugiou-se em harmonias mais "calorosas" e clássicas. Foi acompanhado por um pianista bastante eficaz ao nível rítimico, preenchendo bem um contrabaixo que Byron dispensou, mas cuja mão-direita, bem patente nos seus solos, faria sorrir um estudante dos primeiros anos do conservatório. O baterista optou por uma batida frequentemente quadrada, pouco trabalhada ao nível de nuances e sem surpresas ritmico-tímbricas. Excepto nos solos em que ao fogo de artíficio percutivo opunha uma secção de sonoridades e subtilezas. Curioso é o facto de Byron, no saxofone tenor, extrair uma sonoridade mais rica e expressiva que no clarinete que o tornou conhecido mundialmente. Neste último, movimenta-se exclusivamente nos registos agudo e sobre-agudo, por vezes com claras falhas no ataque, sustentação e controle dos harmónicos, deixando por explorar a rica zona grave do instrumento e não aproveitando as enormes potêncialidades tímbricas e dinâmicas do clarinete, tão exploradas na música contemporânea.

Sonny Fortune (sax alto) e Rashid Ali (bateria), com a sala a um terço, ofereceram-nos um "free" pleno de balançeamento mas onde poderiamos reduzir as figurações rítimicas utilizadas pelo saxofonista, que é um grande músico, a três um quatro grupos. Poderia ter evoluido gradualmente para formulações mais complexas... Ficou a sensação de se ter escutado transposições sucessivas do mesmo material, ao longo da improvisação ininterrupta de mais de uma hora, que teve por base o tema Impressions de John Coltrane.
O baterista optou por baquetes duras que produziram uma sonoridade penetrante; por vezes exageradamente impositiva. A sua performance também foi empobrecida por uma insistente marcação do tempo que produziu uma desagradável sensação de quadratura. No entanto e apesar destes aspectos, Ali foi capaz de uma exuberância tímbrico-rítimica que muito enriqueceu o denso discurso de Fortune no saxofone.
Basicamente foi um grande concerto que encerrou a primeira edição do ForUmusica - protagonizado por dois históricos do jazz - que deixa boas expectativas em relação ao futuro deste festival. AST








Em 1868, o compositor austríaco Anton Bruckner mudou-se para Viena, passo essencial para alargar as suas oportunidades no mundo da música, algo limitadas em Linz, cidade onde tinha vivido e trabalhado desde 1855. Um dia cruzou-se no restaurante Zum roten Igel com o igualmente compositor Johannes Brahms (1833-1897), a residir em Viena desde os inícios dos anos 60, tendo a conversa entre ambos incidido exclusivamente sobre temas... culinários! http://desnorte.blogspot.com (Setembro 04, 2005)










Vacation is Over... an open letter from Michael Moore to George W. Bush

Friday, September 2nd, 2005
Dear Mr. Bush:
Any idea where all our helicopters are? It's Day 5 of Hurricane Katrina and thousands remain stranded in New Orleans and need to be airlifted. Where on earth could you have misplaced all our military choppers? Do you need help finding them? I once lost my car in a Sears parking lot. Man, was that a drag.
...
And don't listen to those who, in the coming days, will reveal how you specifically reduced the Army Corps of Engineers' budget for New Orleans this summer for the third year in a row. You just tell them that even if you hadn't cut the money to fix those levees, there weren't going to be any Army engineers to fix them anyway because you had a much more important construction job for them -- BUILDING DEMOCRACY IN IRAQ!
...
No, Mr. Bush, you just stay the course. It's not your fault that 30 percent of New Orleans lives in poverty or that tens of thousands had no transportation to get out of town. C'mon, they're black! I mean, it's not like this happened to Kennebunkport. Can you imagine leaving white people on their roofs for five days? Don't make me laugh! Race has nothing -- NOTHING -- to do with this!
You hang in there, Mr. Bush. Just try to find a few of our Army helicopters and send them there. Pretend the people of New Orleans and the Gulf Coast are near Tikrit.
Yours,
Michael Moore

P.S. That annoying mother, Cindy Sheehan, is no longer at your ranch. She and dozens of other relatives of the Iraqi War dead are now driving across the country, stopping in many cities along the way. Maybe you can catch up with them before they get to DC on September 21st.
www.michaelmoore.com