Uns dias após ter escrito nesta página que Portugal desbaratou fortunas com dois submarinos que não se percebe bem para o que servem, um analista (que supostamente nos lê e por quem temos todo o respeito) escreveu num diário português qualquer coisa do género: deveria ter sido explicado ao cidadão comum (obrigado pela qualificação!) que a aquisição dos submarinos se prende com questões de soberania.
Não pensei voltar a abordar a questão neste espaço de crítica de música. No entanto como nesta época escasseiam os grandes acontecimentos musicais, voltemos ás "questões de soberania".
Portugal viu recentemente reduzido o espaço das suas águas territoriais. As águas comunitárias são responsabilidade da UE que não sugeriu ao estado português a aquisição de quaisquer submarinos. Os compromissos adquiridos no âmbito da Nato não têm qualquer relevância face ás responsabilidades de Portugal dentro da UE. A Nato é uma instituição condenada à dissolução: não faz qualquer sentido nos tempos que correm, tantos anos após o fim do Pacto de Varsóvia.
A Noruega, que pelo quinto ano consecutivo vai ser considerado o país do mundo com o melhor índice de desenvolvimento humano e não faz nem quer fazer parte da UE não podendo - por inerência - contar com a protecção de um futuro exército comunitário, não tem nem pensa ter exército próprio. É completamente autónoma, tem petróleo mas desenvolve energias alternativas, e não vive obececada com questões de soberania.
Possui alguns dos submarinos mais desenvolvidos do mundo, completamente concebidos e fabricados naquele país. Todos destinados à investigação, ao trabalho sub-aquático e a operações de resgate. O editor