2006/01/30

ROYAL CONCERTGEBOUW ORCHESTRA CONQUISTA LONDON

Com o Mariss Jansons, o maestro titular, a dirigir, a orquestra holandesa deu dois concertos no Barbican, seduzindo em absoluto os londrinos e afirmando Richard Strauss como um criador de primeiro plano.

O primeiro concerto, dia 28, foi preenchido com a 7a sinfonia de Shostakovich, chamada "Leninegrad". O segundo, dia 29, com Ein Heldenlenben de Richard Strauss, na segunda parte que foi precedida pela sinfonia No 94 de Haydn, na primeira parte.

A 7a Sinfonia de Shostakovich revela os dilacerantes dilemas do compositor sempre colocado entre a espada e a parede pelo regime stalinista e face, no exterior, aos nazis que pela altura desta obra tinham cercado Leninegrado. Trata-se de um trabalho de grande forma para grande orquestra que revela alguns problemas conceptuais e que fica longe do que seria de esperar depois da quinta e sexta sinfonias. Jansons fez arrastar demasiado os lentos (aqui sem a amplitude dos lentos de outras sinfonias e quartetos de cordas) tornando-os aborrecidos. Os ouvintes que enchiam completamente a sala aplaudiram fortemente.

Na obra de Strauss, como seria de esperar, a orquestra e o maestro tiveram uma performance de grande quilate correspondendo-se com a genialidade do trabalho orquestral e conceptual de Richard Strauss. Estranhamente, neste segundo concerto a sala mostrava-se pouco cheia...

No Haydn, com uma orquestra reduzida, tivemos uma boa leitura, com uma performace exemplar por parte da orquestra, que faria o compositor sorrir de felicidade.

Os bravos foram tantos, no final de Ein Heldenlenben, que o maestro acabou por convidar a orquestra a oferecer dois encores. Um Haydn um pouco caricato e uma genial leitura da abertura de O Cavaleiro da Rosa, do mesmo Richard Strauss. Podemos dizer que a Royal Concertgebouw e Richard Strauss conquistaram, definitivamente, London. Livios Pereyra














Hoje inicia-se o ano do cão

BOM ANO NOVO!