2010/03/02

Governo fantoche

Países dirigidos por partidos que se dizem de "inspiração socialista", como UK e Portugal, criaram os sistemas mais desigualitários da Europa (sim, "Inglaterra" não faz parte da "grande tradição" cultural europeia, é uma ilha que continua a sonhar voltar a ser um Império, não deveria estar na UE, mas, infelizmente, por enquanto ainda está*).

O "liberalismo inglês", que é aplicado em países terceiro-mundistas e em países europeus ex-comunistas, atrasados e pelintras como Portugal, é um cancro que extremou as desigualdades económicas, sociais e culturais, sempre sob a hipocrisia extrema (e indecente) do igualitarismo e das "pedagogias modernas" (sempre muito multi-culturalistas...).

Portugal, um país pobre e pelintra, onde uma parte significativa dos seus habitantes passa frio no Inverno (segundo um estudo recente da UE), onde o salário mínimo não chega aos quatrocentos euros, possui dos gestores mais bem pagos da Europa. No entanto a competitividade do país é quase nula...

Lisboa é uma cidade onde os preços e rendas da habitação anda a par de Berlim, com a "pequena" diferença de que Berlim é um dos centros do mundo e Lisboa não é o centro de nada.

Se um país pobre e pouco produtivo como Portugal quiser copiar o que os "grandes" fazem, ao menos que copie aquilo que de bom os grandes fazem: na Alemanha existe, desde há muito, um imposto progressivo - aumenta substancialmente de ano para ano - que penaliza as habitações desocupadas, obrigando desta maneira os proprietários a vender ou alugar por valores decentes.

Por outro lado, em Portugal dever-se-ia acabar com as rendas antigas, mais ou menos congeladas (os aumentos legais anuais são simplesmente ridículos e insignificantes), de "cinco tostões" por mês, que em muitas situações favorecem gente que pode pagar valores "normais" (parte desses casos situam-se em "zonas nobres"), e outros que se aproveitam do sistema para sub-alugar por dez ou vinte vezes mais que aquilo que pagam aos respectivos senhorios.

Mas afinal trata-se de um drama comum aos Estados corruptos e terceiro-mundistas: como os governos esbanjam o dinheiro nos cargos para os boys e familiares, e em obras públicas a concretizar pelas empresas "do costume", alguns privados prestam o serviço social que o Estado não presta, alugando casas por valores ridículos. Por outro lado, as pessoas com rendimentos baixos (obviamente que o dinheiro que vai para os boys vai faltar em algum lado), arranjam estratégias de sobrevivência (admito que para alguns será mais uma estratégia de enriquecimento à custa do senhorio) como, por exemplo, sub-alugar apartamentos pelos quais pagam rendas antigas (ridiculamente baixas), ou alugar quartos.

Se um governo "socialista", durante anos e anos no poder, não conseguiu resolver pelos menos o problema da habitação - respeitando e aplicando o que a Constituição preconiza - é porque se trata de um governo fantoche, totalmente mergulhado em escândalos de corrupção, que nem é socialista nem é governo.

* e cada vez melhor se percebe porque está: não porque se sinta "europeia", não porque queira participar no "projecto europeu": está na UE simplesmente para defender os seus interesses. O Blair falava claro e dizia que UK deveria estar na UE porque estando "por dentro" melhor protegeria e defenderia os seus interesses.