Um filme sobre uma morte. Singular como todas as mortes. Um filme sobre um homem face à sua morte. Sobre o olhar dos outros face a uma morte que antecipada implica, neste caso, um ajuste. Que de alguma maneira ele tenta iludir...
Um filme que também é um documentário. Onde a ficção se fixa num dos personagens porque a outra é pública. Demasiado pública.
Uma meditação, tranquila, sobre o homem quando se plasma na história.
Sobre a morte de um que não é um qualquer. Tal como ele o disse.
Um dos momentos interessantes da Festa do Cinema Francês. Realização de Robert Guédiguian com argumento baseado no romance Le dernier Mitterand de Georges-Marc Benamou. AST
JOYEUX NOEL
Um trabalho sem pretensões, em formato clássico, melodramático, que não inova nem pretende inovar, que não é genial nem o pretende ser. Assim o cremos.
É um filme que nos fala da absurdidade da guerra e do íntimo crápula, que extravasa demasiado, dos seus decisores. É uma obra que confronta a realidade de quem combate com o discurso esquizofrénico de quem decide. Trata-se de um filme baseiado em factos reais que aconteceram na noite de natal de 1914. Factos que foram escondidos porque os "decisores" os consideraram "alta traição". Alta traição é, por exemplo, festejar a noite natalícia com o "inimigo". Inimigo que o discurso oficial, o discurso da igreja "de cima", apresenta como herege. Uma espécie de não-gente que é necessário eliminar. Matar sem refletir investidos de um espírito de cruzada onde "nós" somos o bem e o "inimigo" o mal.
Um filme despretencioso que faz pensar, onde a música une os "inimigos" e onde a bela voz de Natalie Dessay, "à capella", os deslumbra. Aos "inimigos". E a nós também. Um filme de Christian Carion com argumento do próprio, com Diane Krueger e Guillaume Canet. Entre outros. AST