Um país sem "elites" de qualidade (que implica dimensão e "substância" humana) está condenado a definhar, disse o filósofo tal. Quando olho para Portugal vem-me sempre à memória esta máxima e quanto melhor olho mais esta máxima parece adquirir consistência lógica.
Quando ambos os invasores (nazis e russos) espartilharam a Polónia a primeira coisa que fizeram foi eliminar as suas elites, porque sabiam que o poder da "alma" polaca residia em parte nelas. Não lhes adiantou: Chopin já tinha imortalizado as danças populares polacas nas suas Polonaises e Mazurkas: mesmo que a Polónia desaparecesse completamente aquelas pequenas peças haviam de a imortalizar ad-aeternum. Em Portugal, se invasores houvesse, não necessitariam de eliminar as elites porque as "elites" portuguesas antes da invasão se concretizar já estariam a denunciar os seus compatriotas e a lamber as botas aos invasores. Não seria caso único na história, é certo, mas seria um caso antológico, dado tratar-se (segundo afirmou o poeta ex-deputado Manuel Alegre) da "mais velha nação da Europa".
As "elites" portuguesas para além de serem asquerosas são ruins. E são ruins não só nem essencialmente por serem mediocres: são ruins porque incarnam o "mal", ou pelo menos duas facetas do "mal": a maldade e a perversidade. O desprezo que Eça de Queiroz manifestou pelas "elites" portuguesas não teve origem só na constatação da sua mediocridade: é impossível desprezar-se e ridicularizar-se daquela maneira seres "somente" mediocres.
Bem isto a propósito de mais uma cena que testemunhei ontem (30 de Setembro) na Cinemateca Portuguesa (em Lisboa): um senhor parece ter feito uns ruídos com uns sacos de plástico que levava com ele. Levar sacos de plástico para a cinemateca pode ser já um risco face aos m........ dos supostos "artristas" e "intelectuais" que por lá aparecem de tempos a tempos. Ao entrar com um saco de plástico deve-se ir preparado para confrontar o primeiro "intelectual" ou "artrista" tugolês que comece a chatear mandando "bocas" ou assumindo poses de um desprezo irritante e provocante.
Portanto, para evitar chatices aconselho a não levar sacos de plástico para os filmes, na Cinemateca Portuguesa, em que previsivelmente os jovens tugoleses "artristas" e "intelectuais" por lá apareçam (claro que não são só os jovens, mas quando se trata de jovens é muito mais preocupante pois conclui-se que Portugal não mudou rigorosamente nada).
O tal senhor lá fez os ruídos com os sacos de plástico e claro que alguém se sentiu muito incomodado, mandando "bocas" ao senhor. A coisa, se entre gente normal estivessemos, ficaria por ali, esperando-se que o senhor se acalmasse e acabasse o seu delírio, pois já estava a falar em "radiações perigosas" e todo o discurso típico dos seres alienados, que de resto é sempre um discurso curioso, ainda que pouco inovador.
Mas não: os jovens "artristas" e "intelectuais" tugoleses não podiam deixar de aproveitar estarem perante uma pessoa debilitada, só e facilmente ridicularizável, para mostarem a sua "virilidade". Vai de aí que um jovem tugolês se dirige ao senhor para o "meter na ordem". Houve logo os outros tugoleses jovens a acalmar o tugolês "artrista" ou "intelectual" (aquelas cenas do sub-género "agarrem-me senão mato-o"), que voltou ao seu lugar de peito inchado.
A verdade é que os tugoleses jovens "artristas" e "intelectuais" que protagonizaram a cena (especialmente o "mauzão" que que pretendia meter o senhor na "ordem") prejudicaram muito mais a visualização do filme que o discurso delirante do senhor dos sacos de plástico. Bastou alguém ir falar pacientemente para ele parar com o seu discurso alucinado, que foi desencadeado, há que dizer, por um, ou uma, "intelectual" qualquer, cioso (a) da sua muy autêntica concentração cinéfila.
Se estes jovens tugoleses são o futuro, o futuro de Portugal é desaparecer sem deixar saudades. Ha! Depois há toda aquela lixeira estrangeira que, sabendo bem que quem tem um olho em terra de cegos pode ser rei, vem cá parar... Evidentemente que não me estou a referir aos imigrantes que vêm para "trabalhar no duro", ou aqueles que vêm trabalhar seriamente.
Nota 0: correndo o risco de me tornar ainda mais politicamente incorrecto quero manifestar o meu espanto em relação ás cenas porcas que alguns gays vão fazer para a Cinemateca Portuguesa, especialmente na sala pequena. Não há direito! Há gente que vai à Cinemateca para ver só os filmes que passam no écran! Os funcionários e a direcção da Cinemateca sabem disto e se não tomarem medidas um dia alguém as há-de tomar.
Nota 1: no que toca ás tugolesas "elites", basta ir apreciar as "praxes" universitárias levadas a cabo pelos universitários "veteranos", com o consentimento (ou sem uma reacção eficaz e liminar) por parte dos universitários "caloiros" e por parte da sociedade em geral, para se compreender para onde estas "elites" conduzirão o triste reino.
Nota 2: claro que para além destas elites piolhosas existem as outras (sem prejuízo das inter-conexões que existem e não são raras): os que tiveram "pára-quedas dourados", que estão entre os que conseguiram sair de cena com milhões para acomodar e proteger um futuro incerto; aqueles que garantem sempre bons cargos para (quase) toda a família sem terem de os mendigar ou sequer de os sugerir; aqueles que em cargos de administração nas empresas que já foram do Estado ganham 100 vezes mais que a média dos assalariados portugueses; os que fizeram e fazem grandes negociatas do ou com o Estado que lhes proporcionaram e continuam a proporcionar milhões escondidos sob um número nos off-shores; aqueles que com negociatas variadas do Estado ou "poder local" garantiram para si, familiares e descendentes, um futuro próspero e confortável (coisa dificílima de ser detectada dada a dupla descontinuidade - de tempo e de sujeitos - entre o "serviço", o benefício, e os beneficiados) . Esses são a "autêntica" elite portuguesa, que arruinou e destruiu o país e que se ri, se ri muito, das elites piolhosas e dos seus rituais ridículos e inofensivos (ofensivos para as vítimas mas inofensivos para eles, a elite que domina e ganha).
Nota 3: "Quase todos os contratos de obras públicas celebrados nos últimos três meses foram por ajuste directo. Segundo os dados do Observatório de Obras Públicas, que está a recolher a informação prestada desde o dia 26 de Junho, do total de 4023 contratos firmados até à passada sexta-feira, houve ajuste directo em 3957 deles." (publico.pt, 06.10.2009, 07h14)