2008/06/17

Tratar com pedófilos

A pedofilia é tipicamente o que a psicanálise define como perversão. Segundo a prespectiva de Jacques Lacan, as perversões são impulsionadas pelo gozo que os perversos experimentam na prática da mesma. Basicamente os perversos, ao contrário dos sempre atormentados neuróticos, não possuem "peso de consciência" porque é a quantidade (a qualidade é indistinta da quantidade porque para o perverso só há qualidade de vida com o aumento da quantidade, tornando-se a procura do "grande gozo" o seu projecto de vida) de gozo (que no perverso é indistinto de prazer) aportado pela prática da perversão. Por isso raramente os pedófilos procuram a psicanálise e quando procuram têm "fisgada" a sua futura defesa (um doente que, coitado, até procurou ajuda...).

Não há "ciência" que possa garantir que um pedófilo está "curado" pois a pedofilia não é da ordem da "doença" mas da ordem das perversões impulsionadas pela procura insanável do gozo.

Qualquer legislação que parta do princípio que a pedofilia é curável está a deixar as suas crianças à mercê dos perversos mais consistentes e prespicazes.


Morreu Esbjorn Svensson

Um mergulho fatal numa ilha nos arredores de Stockholm pôs termo à vida, no sábado passado, de um dos mais interessantes expoentes do jazz contemporâneo: o pianista sueco Esbjorn Svensson, que formou o célebre trio que porta o seu nome: e.s.t. Aclamado mundialmente pela sua irreverência e criatividade, os concertos do trio transformaram-se em grandes eventos comparáveis aos concertos rock. No entanto, apesar da fama, a Arte prevaleceu, e a grande qualidade artístico-musical não só se manteve como se ampliou. Um dos álbuns mais conhecidos do grupo é Strange Place for Snow, de 2002. Leucocyte, inesperadamente o último albúm com a participação de Svensson, estará disponível em Setembro, se tudo acontecer como estava previsto antes do falecimento do talentoso músico.


Só um?!

Michel Barnier, ministro francês das pescas e agricultura, admitiu hoje - segundo noticiou o Público Online - que há "um problema de confiança" com a Comissão Europeia. E mostrou-se algo céptico em relação ao processo negocial que se segue...


1 bilhete para 1 concerto

Dia 19 de Julho - 7,30pm

Barbican Hall (London)

Barbican Young Orchestra

Sir COLIN DAVIS, conductor

(vai para um leitor que reside em Londres)


Descubra as diferenças

No último relatório da OCDE sobre o desempenho dos alunos com 15 anos, a Finlândia atingiu (pela segunda vez) o primeiro lugar global, liderando nas Ciências e ocupando as segundas posições na Matemática e Conhecimento da língua materna. Na mesma listagem, Portugal ocupou, respectivamente, os 38.º, 31.º e 38.º lugares entre 57 países.

E as desigualdades entre os dois países vão muito além do que um relatório baseado numa prova, feita por alguns milhares de alunos, pode ajudar a pôr a nú.

No ensino básico, onde Portugal mantém uma taxa de reprovação ou desistência anual de 10%, correspondentes a 115 mil retenções, a Finlândia tem casos residuais. E enquanto apenas 6% dos finlandeses não prosseguem estudos (em cursos gerais ou profissionais) após a escolaridade obrigatória, só 49,6% dos portugueses com idades entre os 20 e os 24 anos (dados de 2006) têm o secundário completo e a taxa de retenção neste ciclo atinge os 24,6% anuais, correspondentes a mais de 80 mil alunos.

Uma escola inclusiva

O que distingue uma educação valorizada mundialmente pela sua “excelência” de um País que tenta recuperar de um crónico atraso em relação aos seus parceiros na União Europeia?

Os meios não chegam para explicar a diferença. Em termos de percentagem do PIB gasto na educação, existe uma diferença de meio ponto percentual, inflacionada pelo facto de o PIB finlandês ser bastante superior ao nacional, mas que ainda assim não envergonha Portugal na comparação com outros países da OCDE. E ao nível do vencimento, se um professor finlandês ganha mais sete mil euros do que um português no início da carreira, ao longo da vida profissional um docente nacional acaba por atingir 40 mil euros/ano, inacessíveis aos colegas nórdicos.

Poderia supôr-se um maior controlo da qualidade do trabalho docente. Mas a verdade é que a progressão na carreira baseada na avaliação dos professores, que tanta polémica tem causado em Portugal, ainda não chegou à Finlândia, onde os sucessos e fracassos costumam ser analisados, escola a escola, em reuniões.

E também não se pode falar em mais carga horária, já que os alunos do ensino básico portugueses passam bastante mais horas na escola do que os finlandeses - que vão para casa às três da tarde -, além de começarem a escola um ano mais cedo, aos seis anos, e terem mais disciplinas.

As maiores diferenças entre os modelos poderão assentar na filosofia educativa. Na Finlândia, o estudante pode passar todo o ensino obrigatório na mesma escola, já que há um único ciclo do básico. Os professores conhecem-no e intervêm precocemente quando há problemas. Em Portugal, a reprovação continua a ser a “solução” para muitos alunos com dificuldades, e é precisamente nas transições de ciclo que os números do insucesso se agravam. Bigbrother Nos comentários de educar.wordpress.com, Junho 16, 2008 at 10:19 pm


Simplicidade

Quem entra numa escola na Finlândia se espanta com a simplicidade das instalações. Era de esperar que o sistema educacional considerado o melhor do mundo surpreendesse também pela exuberância do equipamento didático. Na verdade, na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque, igual a centenas de outras do país, as salas de aula são convencionais, com quadro-negro e, às vezes, um par de computadores. Apesar do despojamento, as escolas finlandesas lideram o ranking do Pisa, a mais abrangente avaliação internacional de educação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O último teste, em 2006, foi aplicado em 400.000 alunos de 57 países. O Brasil disputa as últimas posições com países como Tunísia e Indonésia. O segredo da boa educação finlandesa realmente não está na parafernália tecnológica, mas numa aposta nas duas bases de qualquer sistema educacional.

A primeira é o currículo amplo, que inclui o ensino de música, arte e pelo menos duas línguas estrangeiras. A segunda é a formação de professores. O título de mestrado é exigido até para os educadores do ensino básico. Dar ênfase à qualidade dos professores foi um dos primeiros passos da reforma educacional que o país implementou a partir dos anos 70, e é nesse requesito que a Finlândia mais tem a ensinar ao Brasil. Quarenta anos atrás, metade da população finlandesa vivia na zona rural. A economia era dependente das flutuações do preço da madeira, já que 55% das exportações vinham da indústria florestal. Além dos bosques que cobrem 75% do território, o país só tinha a oferecer sua mão-de-obra barata. Os finlandeses emigravam em massa para vizinhos ricos, como a Suécia, em busca de melhores condições de vida. Preocupados com a má qualidade das escolas públicas, os pais estavam transferindo os filhos para instituições privadas de ensino. Em alguns desses aspectos, a Finlândia se parecia com o Brasil. A reforma educacional colocou a qualificação dos professores a cargo das universidades, com duração de cinco anos. Hoje, a profissão é disputadíssima (só 10% dos candidatos são aprovados) e usufrui grande prestígio social (é a carreira mais desejada pelos estudantes do ensino médio).

O segundo passo da reforma, em 1985, foi descentralizar o sistema de ensino. Por esse conceito, o professor é o principal responsável pelo desempenho de seus alunos: é ele quem avalia os estudantes, identifica os problemas, busca soluções e analisa os resultados. O Ministério da Educação dá apenas as linhas gerais do conteúdo a ser lecionado. “Isso só é possível porque os professores recebem um treinamento prático específico para saber lidar com tanta independência”, disse a VEJA Hannele Niemi, vice-reitora da Universidade de Helsinque, que trabalha com a formação de professores há três décadas. O currículo escolar também é flexível, decidido em conjunto entre professores, administradores, pais e representantes dos alunos. A cada três anos, as metas da escola são negociadas com o Conselho Nacional de Educação, órgão responsável por aplicar as políticas do ministério. “Queremos que os professores e os diretores, que conhecem o dia-a-dia da escola, sejam responsáveis pela educação”, diz Reijo Laukkanen, um dos membros mais antigos do Conselho Nacional de Educação.

O governo finlandês faz anualmente um teste com todas as escolas do país e o resultado é entregue ao diretor da instituição, comparando o desempenho de seus alunos com a média nacional. Cabe aos diretores e aos professores decidir como resolver seus fracassos. Esse sistema tem o mérito de fazer com que os professores se sintam motivados para trabalhar. A reforma educacional finlandesa levou três décadas para se consolidar. Pouco a pouco, as crianças voltaram a ser matriculadas nas escolas públicas e as instituições privadas foram incorporadas ao sistema do estado. Hoje, 99% das escolas são públicas e o aluno conta com material escolar, refeições e transporte gratuitos. Cerca de 20% dos estudantes recebem algum tipo de reforço escolar, índice acima da média internacional, de 6%. “Quando um aluno repete, perde toda sua motivação, torna-se amargo e pode até apresentar resultados piores que na primeira tentativa”, diz Eeva Penttilä, do departamento de educação da cidade de Helsinque.

O sucesso da educação finlandesa é, em parte, fruto das características únicas do país. A população, de 5,2 milhões de habitantes, é relativamente pequena e homogênea. idem, Junho 16, 2008 at 10:22 pm


Rádio WNUR

No blog Through the Wire, oportunidade de ouvir, descarregar para o disco e encher os leitores de mp3 com as emissões do programa da rádio WNUR de Chicago, The Jazz Show. Sessões alargadas de jazz e blues de Chicago e não só, com a duração média de duas horas e meia. Na mais recente emissão, de 10.06.2008, pode ouvir-se Kalaparusha Maurice McIntyre, Hassan Hakmoun & Adam Rudolph, Charlie Jackson, Shot x Shot, Indigo Trio (Nicole Mitchell/Harrison Bankhead/Hamid Drake), Herculaneum, Trio Arc (Mario Pavone, Paul Bley, Matt Wilson), Jeb Bishop Trio, Roy Campbell Ensemble, Robert Pete Williams, Ali Farka Toure, Amina Claudine Myers e muitos outros artistas. In jazzearredores.blogspot.com, 17.6.08


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