Houve umas coisas a passar-se em Matosinhos e mesmo no Algarve
Algumas pessoas criticaram-me por ter reagido. Disseram que estava a fazer chantagem. Mas o que eu estava a dizer é que é inconcebível que se invada propriedade privada e se destrua peixe quando há gente sem dinheiro para se alimentar devidamente. (Correcto! Deveriam ter oferecido o peixe, observação nossa)
A polícia devia ter sido mais firme em Matosinhos?
Provavelmente a polícia esperava que fossem respeitadas as regras do direito à greve e isso não extravasasse nalguma destruição. Não era necessário ter chegado aí. O sector sabe o queremos fazer. Nós temos, para as pescas, qualquer coisa como 324 milhões de euros e não vamos aplicar esse dinheiro como no passado. A Comissão Europeia quer que se abata frota (bold feito por nós), porque a sustentabilidade dos recursos assim o exige (a sério?! questão colocada por nós). Durante muitos anos pescou-se de mais e há espécies que estão em risco. Infelizmente foi esta a mensagem que Bruxelas decidiu reforçar no dia da greve em quatro países onde a pesca é importantíssima. E a resposta do Governo português é "não". Nós não queremos destruir o sector das pescas nacional. Queremos dar-lhe sustentabilidade. Sabemos que face à disponibilidade do mar não há lugar para todos. Temos de ajudar alguns a sair, a reconverterem-se, de apoiar algumas populações piscatórias que têm muita tradição na pequena pesca artesanal, complementando o rendimento desses pescadores com outras actividades que não têm a ver com a pesca. Temos ainda de ajudar os que vão ficar a ganhar uma dimensão que lhes permita sobreviver e ganhar competitividade a prazo. Jaime Silva (entrevista ao DN e à TSF)