Este ano o doclisboa foi dedicado também à imigração. Pudemos verificar como um país "multi-culturalista", como a Alemanha, trata os refugiados que aceitou acolher, fazendo-nos lembrar as deportações nazis. No entanto dever-se-ia aclarar algumas questões. Lembro-me, por exemplo, em Copenhaga, há anos, a surpresa de ver o empregado de uma "sanduicheria" pegar na sanduiche e depois no dinheiro e vice-versa. Em alguns lugares isto é completamente normal. Talvez por causa do "multi-culturalismo" e da pedagogia da moda, ninguém soube explicar áquele imigrante que na Dinamarca teria de fazer de outra maneira. Depois estes imigrantes tornaram-se arrogantes e portanto não é de admirar o que aconteceu com as caricaturas de Maomé, na Dinamarca, e os assassinatos na Holanda.
Mas existem outras situações que não chegam aos jornais. Lembro-me, por exemplo, de uma rapariga que sempre que via o ex-namorado, refugiado do Iraque, desatava a correr como uma louca porque ele invariavelmente a agredia, talvez por a considerar uma espécie de puta que na sua terra, algures no Iraque, seria apedrejada até à morte. Saddam Hussein pelos menos impedia a prática destas "tradições"... Perguntei à rapariga porque não ia à polícia e ela respondeu que já tinha ido e que não fizeram nada. Talvez devido à abertura da polícia ao "multi-culturalismo"...
Portanto, no ano em que o doclisboa foi dedicado à imigração quero lembrar aquela rapariga que vivia num terror permanente na cidade onde nasceu e cresceu. Igualmente quero lembrar as dezenas* de raparigas que em Inglaterra foram assassinadas pelos próprios familiares, por recusarem casamentos arranjados (ou quebrarem outras tradições trogloditas que alguns imigrantes continuam a aplicar nos países de acolhimento)**, perante a total incapacidade e ineficácia da polícia britânica. Talvez devido à sua compreensão "multi-culturalista"...
* a polícia britânica investiga unicamente os casos de assassinatos cometidos em Inglaterra. Os que consegue detectar... Nada sabe sobre a generalidade das raparigas que de repente deixam de aparecer no trabalho ou na escola e os familiares afirmam que "voltou para a terra"...
** seria interessante se existissem estudos sobre casos semelhantes na Alemanha...
Nota: este texto nada tem contra a diversidade das culturas. No entanto, o respeito pelos direitos individuais de pessoas que querem escapar a tradições horrendas deve estar muito, mas mesmo muito acima do respeito pela diversidade das culturas.