2008/05/19

EXEMPLO BRITÂNICO NA RESOLUÇÃO DA INDISCIPLINA

Como o Reino Unido está a resolver o problema da indisciplina nas escolas

O exemplo britânico. Os pais dos alunos com comportamentos violentos nas escolas britânicas vão passar a ser multados num valor que pode ir até aos 1450 euros. "As intimidações verbais e físicas não podem continuar a ser toleradas nas nossas escolas, seja quais forem as motivações" sublinhou a Secretária de Estado para as Escolas. Disse também que "as crianças têm de distinguir o bem e o mal e saber que haverá consequências se ultrapassarem a fronteira". Acrescentou ainda que "vão reforçar a autoridade dos professores, dando-lhes confiança e apoio para que tomem atitudes firmes face a todas formas de má conduta por parte dos alunos". A governante garantiu que "as novas regras transmitem aos pais uma mensagem bem clara para que percebam que a escola não vai tolerar que eles não assumam as suas responsabilidades em caso de comportamento violento dos seus filhos. Estas medidas serão sustentadas em ordens judiciais para que assumam os seus deveres de pais e em cursos de educação para os pais, com multas que podem chegar às mil libras se não cumprirem as decisões dos tribunais". O Livro Branco dá ainda aos professores um direito "claro" de submeter os alunos à disciplina e de usar a força de modo razoável para a obter, se necessário.

Em Portugal, como todos sabemos, o panorama é radicalmente diferente. Por cá, continua a vingar a teoria do coitadinho: há que desculpabilizar as crianças até ao limite do possível, pois considera-se que o aluno é intrinsecamente bem formado, o que o leva a assumir comportamentos desviantes são factores externos (contexto social e familiar) que ele coitado não consegue superar. Temos assim que o aluno raramente é penalizado e quando o é, os castigos ficam-se na sua maioria por penas ligeiras, não vá correr-se o risco de o menino/a sofrer traumas que o podem marcar para o resto da vida. As notícias sobre actos de vandalismo, de agressão, de indisciplina e de violência praticados em contexto escolar que, com progressiva frequência vamos conhecendo, deviam merecer da parte de quem tutela a educação, medidas mais enérgicas que infelizmente tardam em chegar. in mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com (19 de Maio, 9:07)

Comentário: Portugal está um nojo e é cada vez mais um sítio mal frequentado, graças às políticas da educação (ou deseducação se preferirem...). Queixam-se (e admiram-se!) com o desinvestimento exterior? Claro! Se fosse estrangeiro e tivesse $$$ também não arriscava o meu dinheiro investindo nesta gente agressiva e incompetente. O mundo é grande e os estrangeiros não são parvos. O pior é se os portugueses também começarem a desinvestir em Portugal, trocando-o pela Polónia, por exemplo, onde os trabalhadores são disciplinados e competentes, porque assim são educados pelo "sistema educativo"...


Novas Oportunidades

E se no sistema educativo regular dos jovens portugueses com a idade de 15 anos, pois é neste escalão etário que incide o PISA, há maus resultados impossíveis de esconder, no programa “Novas Oportunidades”, destinado a indivíduos maiores de 18 anos que deixaram de frequentar a escola por reprovações sucessivas, os resultados transformam-se em êxitos estatísticos oficiais de uma desastrada política educativa.

A réstia de esperança que pudesse haver sobre a bondade de uma segunda oportunidade, para quem desperdiçou uma primeira, foi abalada em seus frágeis alicerces pela leitura de uma extensa reportagem, sobre os Cursos de Educação e Formação, publicada no “Expresso” (8.Dez.2007), um semanário de referência não enfeudado ao poder político, quer antes quer depois de 25 de Abril. Por ela se ficou a saber que estes badalados cursos para aumentar as percentagens estatísticas de portugueses que terminam os 6.º, o 9.º e 12.º anos de escolaridade, não espelham uma situação minimamente verdadeira, credível ou séria.

Não querendo, de forma alguma, generalizar a todos estes cursos efeitos perversos, tenho razões para pensar que em sua grande maioria sirvam apenas de recreio buliçoso para passar o tempo de quem procura um diploma avalizado pelo Estado para cumprir o destino de um país europeu em que, segundo a Associação Comercial do Porto, “se ensina pouco, se educa menos e se exige quase nada”.

A título de mero exemplo, extraio daquele semanário este elucidativo pedaço de prosa da autoria do professor que denunciou ao Presidente da República o verdadeiro escândalo que se acoberta por detrás destas actividades curriculares: “Estes frequentadores da escola aparecem nas aulas sem trazer uma esferográfica ou uma folha de papel. Trazem o boné, o telemóvel, os ’headphones’ e uma vontade incrível de não aprender e não deixar aprender.”

Tristemente propagandeados, estes cursos de ensino profissional, ministrados numa espécie de colónia de férias, não cumprem os requisitos de um ensino minimamente exigente que deve preparar para o mundo sério do trabalho. Numa sociedade tradicionalmente submissa a pergaminhos de diplomas universitários, a questão que se levanta é esta: não será preferível ser um eficiente operário especializado que trabalha por gosto a ser um licenciado no desemprego, desmotivado no desempenho das suas funções ou em tarefas para que o antigo diploma da 4.ª classe capacitava?

Seja como for, já é tempo de interiorizar na população portuguesa que a escola deve criar e desenvolver no aluno qualidades profissionais, humanas e cívicas que o tornem útil a uma sociedade que investiu dinheiros públicos na sua formação. Ora, isto não está ao alcance de uma escola permissiva que alberga em seus muros quem não quer estudar, em permanente cumplicidade com a cabulice, a violência, a indisciplina, a simples falta de boa educação.

Continuando a consentir “que se estejam a fabricar ignorantes às pazadas” (Medina Carreira, 13.Dez.2007), o Ministério da Educação corre o risco de ruir ao peso das “Novas Oportunidades” ressurgindo com o nome de Ministério da Ignorância, designação, aliás, bem mais apropriado às circunstâncias actuais! Rui Baptista, Maio 19, 4:27 pm, nos comentários de educar.wordpress.com


QUEIXAS DE PROFESSORES

A partir de hoje, passamos a disponibilizar um serviço de recolha de queixas dos colegas professores e educadores, relativas ao seu desempenho profissional, através do e-mail: profqueixa@gmail.com

Todas as queixas recebidas serão reenviadas para:
- Presidente da República;
- Assembleia da República;
- Procurador-Geral da República;
- Vários deputados da Assembleia da República (de todos os partidos representados) e comissões parlamentares;
- Órgãos de comunicação social.

Sempre que assim for solicitado, as queixas serão também publicadas no blog MUP - QUEIXAS DE PROFESSORES, podendo-se, caso vontade expressa, apresentá-las de forma anónima.

A responsabilidade pelo teor da queixa é sempre do emitente que a fez chegar. in mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com (Domingo, 18 de Maio de 2008)

Há dois aspectos importantes, a saber: é necessário um gabinete jurídico, que pode ser lançado por este movimento (MUP) ou por este movimento conjuntamente com vários outros movimentos independentes de professores. Esse gabinete jurídico tem, antes de tudo, de investigar, no caso da professora Brites Marques que lecciona educação musical na EB 2,3 de Maceda, em Ovar (fonte: Público de 18 de Maio, pag 12), agredida por uma mãe e com 3 processos disciplinares instaurados pela escola, se houve ou não perseguição daquela professora por parte dos orgãos de gestão da escola. Se houve há que avançar com uma queixa-crime pedindo a pena máxima prevista pela lei, que se não estou em erro são cinco anos de prisão efectiva e que, em meu entender, é uma pena muito leve. Para gente que se aproveita da debilidade de uma pessoa agredida e deprimida, tudo o que seja abaixo de dez anos de prisão efectiva é pouco. Portanto, há que se trabalhar, simultaneamente, no sentido da lei ser modificada, no seguimento do movimento contra o "novo" código penal que mais tarde ou mais cedo irá ser alterado.


Estatísticas do sucesso

... a "inovação" que este ano foram os exames intermédios - e que criaram em muitos encarregados de educação a triste suspeita de que foram concebidos para aferir os conhecimentos dos alunos, sim, mas com o objectivo de ajustar as provas finais aos conhecimentos demonstrados nas intermédias - uma forma segura e indolor de elevar nas estatísticas os números do sucesso escolar e "provar" assim que os programas implementados estão no caminho certo. Sofia Barrocas in Global, 19 de Maio, pag 2


Viciado pela ganância

Sobre os processos de RVCC é capaz de ser melhor conhecer primeiro e criticar depois.

Na sua essência é uma metodologia interessante e até pertinente. E não, não é a primeira vez que se utiliza na Europa, mesmo a nível Secundário.

Para quem insiste em ler títulos sem verificar conteúdos, recomendo a leitura dos referenciais, disponíveis nas páginas da ANQ. Muitas das competências são de nível universitário, ao ponto de numa equipa de 6 professores eufemisticamente chamados de formadores, de áreas científicas distintas e complementares, ser complicado descodificar algumas. E raras vezes se encaixam na experiência de vida e trabalho dos candidatos.

E é falso que num processo de RVCC não haja aprendizagem: é mesmo suposto que ela exista obrigatoriamente. Até porque se chama Portefolio Reflexivo de Aprendizagem, e pelo simples facto de terem de fazer investigação, os adultos em processo aprendem. Eles próprios o dizem: tenho aprendido muita coisa, é uma frase frequente.

Até aqui tudo estaria muito bem.

Não está porque o processo foi viciado pela ganância. Os Centros Novas Oportunidades têm quotas de sucesso, o que já de si é mau, ainda por cima completamente absurdas. Falamos de 200 000 certificados com o 12º ano, e isto por baixo… Acreditar que em Portugal essa população existe é de doidos.

Os avaliadores externos têm um papel minimal, e são pagos pelos Centros que os contratam…

Mas mais grave do que tudo isto, um processo destes só teria sentido, e honestidade, se passasse pelas escolas públicas, e não por qualquer chafarica privada. É tão simples como isto: eu, professor do quadro, tenho a mesma consciência profissional num processo de RVCC como a tenho a leccionar módulos capitalizáveis ao 12º ano. E de resto, cumpra ou não as quotas, não é por isso que perco o meu emprego (pelo menos por enquanto…). O mesmo não se pode dizer dos escravos contratados e pagos com falsos recibos verdes.

Resulta isto em “fenómenos” curiosos, como o de a ANQ já ter sido obrigada a por um travão nas transferências. Num meio urbano, onde os CNO’s nascem que nem fungos quando havia Outono, andava meio mundo a tentar perceber onde o processo ia ser mais fácil. E vão continuar a fazê-lo. Isto já para não falar do já existente negócio de vender portefólios…

Já agora acrescento que, é minha convicção pessoal, será muito difícil provar os facilitismos óbvios de muitos CNO’s. Os portefólios são confidenciais. E se metade do que ouço fosse confirmável muita tinta iria escorrer dos jornais… João Cardoso, Maio 19, 6:08 pm, nos comentários de educar.wordpress.com


Levantam-se vozes

Por essa Europa fora levantam-se vozes questionando a iniquidade dos rendimentos de gestores, que mantendo os seus trabalhadores com salários congelados anos a fio, não hesitam em aumentar-se regularmente e compensar-se com chorudos bónus, e ainda dar-se as mais chorudas compensações quando são despedidos mesmo que por incompetência.

Ninguém diz que quem está no topo não deva receber mais do que os que estão na base de uma hierarquia de responsabilidades, (e assumo aqui que o investimento pessoal de um operário não é necessariamente diferente do de um gestor) mas dificilmente se justifica que as coisas corram tão mal para uns quando correm tão bem para outros.

Não faltam as vozes que dizem que ninguém tem nada com isso, cada empresa sabe de si. Alguns ainda concedem que é bom ver o que se passa, porque se está a defraudar o accionista. E ficam-se por aí.

Mas será realmente comparável o esforço de um accionista que dedica 10 minutos por semana a gerir a sua carteira de investimentos ao do operário que entrega toda uma vida ao seu trabalho? A mim parece-me que não.

O patrão da Porsche está comigo. Os macacos capuchinhos, apostaria que também. in designorado.blogspot.com